Tite fez questão de exigir a presença do filho, Matheus, para trabalhar no Flamengo. Exatamente como fez na Seleção Brasileira
Tite deixou bem claro que Matheus seria seu auxiliar na Gávea. O sonho do filho de 34 anos é se tornar treinador. Com o fracasso do Brasil nas Copas de 2018 e 2022 não houve convite nenhum
Cosme Rímoli|Do R7 e Cosme Rímoli
São Paulo, Brasil
Além de todo o potencial financeiro e técnico que o Flamengo tem, Tite foi motivado por quatro outras razões para assumir o clube da Gávea amanhã, indo contra a própria palavra empenhada, de que não trabalharia em 2023.
O primeiro, e mais importante, por motivos óbvios, se chama Matheus Bacchi.
Ele é seu filho.
Foi seu auxiliar na seleção brasileira, quando afirmou que gostaria de trabalhar como treinador, após a Copa do Mundo.
Aos 34 anos, ele tem a licença-Pró da CBF, que o libera para comandar qualquer equipe no país.
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É o seu grande sonho.
Mas com o fracasso do Brasil nas mãos do seu pai, nenhum convite chegou até Matheus. Com Tite aceitando assumir o Flamengo, ele está empregado, depois da saída da seleção, em novembro de 2021.
Quando Tite levou Matheus para trabalhar na seleção brasileira, em 2016, o Código de Ética da CBF não permitia "pessoas em cargo de chefia", como era o caso do técnico. Mas, diante da postura firme do treinador, que não abriria mão do filho, o Código de Ética foi mudado.
César Sampaio, ex-jogador do Palmeiras, do Santos e da seleção brasileira, estava na mesma situação. Foi auxiliar de Tite no Catar. E, além de curso de gestão, fez o de treinador na CBF.
Só que não recebeu convite algum.
E voltará à ativa graças à Tite, amanhã.
O mesmo se aplica a Cléber Xavier, com que o novo técnico do Flamengo divide o fardo das entrevistas coletivas. Cléber costuma responder às perguntas mais complicadas. Ele também estava sem trabalhar. Atrela toda sua carreira profissional a Tite.
O preparador Fábio Mahseredjian, que também sucumbiu com o treinador nas Copas de 2018 e 2022, teve sondagens do Corinthians. Mas preferiu seguir com Tite.
Encarnando a postura democrática, o treinador fez questão de perguntar ao quarteto que o acompanha o que pensava da proposta do Flamengo.
Matheus, Sampaio, Cléber e Fábio viram uma excelente oportunidade para recomeçar a trabalhar.
E que não se preocupasse com a promessa de não assumir um clube brasileiro em 2023.
Foi o que Tite fez.
E garantiu os empregos das pessoas em que mais confia no futebol.
O novo treinador do Flamengo sabia da responsabilidade nas vidas de Matheus, Sampaio, Cléber e Fábio.
Tem perfeita consciência de que o seu fracasso na seleção foi o fracasso dos quatro.
Daí exigir da direção do Flamengo que os aceitasse na Gávea.
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