Moscou, Rússia
Por trás das lamentações, tristeza absoluta, olhos marejados, alguns jogadores da Inglaterra deixavam escapar. Não concordaram com a estratégia utilizada por Gareth Southgate. Acreditam que se tivessem enfrentado no ataque a Croácia, poderiam estar na final da Copa do Mundo, depois de 52 anos.
"Nós fomos muito bem no primeiro tempo. Eu tive chance de ampliar, fazer mais gols. Só que não seguimos atacando. A Croácia tem um grande time. E que tem um time ofensivo. Acabamos os atraindo para o nosso campo. Eles fizeram o gol, empataram o jogo e voltaram para a partida. E nós perdemos a chance de fazer a final. Estamos devastados", assumia Harry Kane.
Em bom português, já que jogou no Sporting, Eric Dier, ia pelo mesmo caminho. "Doeu pela maneira que aconteceu. Nós tinhamos o controle da partida. Fomos muito bem. Saímos na frente. Mas acabamos recuando, dando a chancepara o que eles sabem muito bem fazer: atacar. Tivemos a chance de vender nas nossas mãos."
"Nós fizemos o mais difícil. Marcamos logo no começo do jogo. O lado emocional da partida ficou a nosso favor. Mas acabamos dando espaço e tornamos tudo mais complicado. Eles possuem grandes jogadores. E com muita experiência em decisões. Nossa equipe ainda está em formação. É uma pena", desabafava Stones.
"Tivemos várias chances no primeiro tempo para ampliar. Marcar mais um ou dois gols. O futebol não perdoa. Mudamos o que estava dando certo. O futebol não perdoa. E, infelizmente, não vamos decidir o Mundial. esse torneio valia muito para nós", resumia, desconsolado o goleiro Pickford.
A imprensa inglesa reclamava também do recuo. Que proporcionou a chance de os croatas, desgastados, vindo de duas prorrogações, puderam se aproveitar do fato de a inglaterra abrir mão do ataque. E sonhar com os contragolpes.
"No momento ainda estamos sofrendo pela derrota. Ninguém esperava chegar tão longe. E chegar aqui e jogar tão bem quanto jogamos no primeiro tempo... O vestiário vive um momento difícil. É incrível o que este grupo de jogadores fez. E a reação da torcida comparada há dois anos mostra que as coisas podem ser positivas.
"O país está orgulhoso do resultado e de como chegamos. Com o tempo vamos tirar boas lições disso. Mas ainda precisamos sofre um pouco. Eu estou incrivelmente orgulhoso do que eles fizeram. Eles quebraram uma grande quantidade de barreiras nos últimas semanas", dizia o treinador, tentando valorizar o ressurgimento da Inglaterra.
Southgate tem razão. Até o início da Copa do Mundo, a Fifa só havia vendido 34 mil ingressos a britânicos. Mas depois, com o sucesso da equipe, mais dezenas de milhares acabaram vindo para a Rússia.
"Quando as pessoas olham para a experiência... Nos últimos 18 meses, ninguém esperava que estivéssemos na semifinal da Copa do Mundo. E de uma hora para outra queríamos fazer o que só um time na história fez, chegar na final. E chegamos onde só outros dois haviam chegado. Eu não poderia estar mais orgulhoso deste time.
"Os jogadores terminaram esgotados. Mas isso também faz parte da experiência. Eles também vão evoluir fisicamente. Croácia tomou boas decisões, com jogadores acostumados a este tipo de situação. Nossos jogadores vão ter mais experiência, vão passar por isso e vão crescer. Os times que ganham não cruzam a linha de chegada na primeira tentativa. Vamos ter um time mais forte", priumetia Gareth.
O treinador tem contrato até a Eurocopa de 2020.
Até lá, ele terá a chance de aprimorar a equipe.
E mostrar mais confiança, coragem.
"Nós perdemos um jogo importante e não quer ir embora disso tão rápido. Temos que pensar sobre a oportunidade que nós perdemos. Eu quero que os jogadores lembrem disso para sempre. T
ivemos uma experiência incrível. É sobre isso que esporte deveria ser: você dá tudo de si, cria amizades no seu time, joga por seu país, joga de uma maneira que se conecta com os fãs. E nós fizemos isso.
"Se você leva alegria para casa, como nós fizemos... Com o tempo, vamos olhar para isso como um progresso que nós fizemos..."
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