Suor, luta, tática e empate, aos 49. Com Carille, o time é outro
No último lance, o Corinthians conseguiu empatar com o São Caetano. 1 a 1 animador, na volta de Fábio Carille. A perspectiva é muito boa
Cosme Rímoli|Do R7 e Cosme Rímoli
São Paulo, Brasil
Aos 49 minutos do segundo tempo, último lance do jogo.
Jadson olha para a área.
Cobra o escanteio com capricho, a bola sobe e desce, venenosa.
Encontra a cabeçada forte, violenta de Henrique.
E o Corinthians escapa da primeira derrota de 2019.
Logo no seu primeiro jogo, na sua estreia pelo Campeonato Paulista.
Em pleno Itaquerão.
1 a 1 com o surpeendente São Caetano, repleto de veteranos.
Mas, de maneira contraditória, a derrota não é para causar preocupação.
Muito pelo contrário.
O time foi muito melhor do que em 2018.
Ainda faltando jogar Boselli, Manoel. Resolver o impasse com Romero. Além das negociações adiantadas com Gustavo Arana e Vagner Love.
Na reestreia oficial de Fabio Carille, valendo pontos, a perspectiva de uma equipe muito consciente, ousada, moderna, com movimentação, ataque em bloco, triangulações pelas laterais.
Um time forte na marcação, mas com sede de gols.
E não só nos contragolpes.
Mesmo contra uma equipe experiente e muito bem montada por Pintado.
O São Caetano soube como preencher as intermediárias, mas também buscando marcar nas bolas longas ou chutes fortes da entrada da área.
Se Richard fez um pênalti bobo em Capa, e o vivido Rafael Marques converteu, o Corinthians seguiu lutando até o último lance do jogo, quando veio a cabeçada fatal de Henrique.
"Dá trabalho, mas é um dever nosso (reconstruir o time).
Mas é assim...
Como eu estou feliz de estar tendo ideias.
Principalmente defensivas.
No ano passado o clube tomou muitos gols.
Já é uma organização muito legal.
Buscar passe, com uma saída melhor, mais qualificada de trás, principalmente com Ramiro baixando com o primeiro volante.
Temos tudo para crescer.
Eu, com a comissão e a diretoria, estamos satisfeitos com o início de trabalho.
E agora a tendência é que cresça a cada jogo", admitia, orgulhoso, Fábio Carille.
A partida foi marcada pelo indecente início dos insignificantes Estaduais de todo o país. Um time grande, ainda sendo montado, e muito cobrado, enfrentanto um pequeno, já encaixado. E que treina junto há mais de um mês.
Por isso, as surpresas são comuns no início destes torneios.
O Corinthians foi prejudicado, tanto no conjunto, como no preparo físico.
Mas foi taticamente que o clube foi buscar a superioridade diante da boa equipe montada por Pintado. Ele decidiu congestionar a intermediária com cinco e até seis jogadores na intermediária, ajudando os quatro zagueiros. Por vezes, o time não teve sequer um atacante.
Já o Corinthians de Carille atuava no 4-2-3-1, alternando com o 4-1-4-1. Encontrou um adversário muito mais forte do que esperava. A movimentação para escapar da marcação era interessante, com Carille exigindo correria constante do meio de campo para a frente.
Mesmo com dificuldades técnicas crônicas, como Danilo Avelar, Richard, André Luís e Gustavo muito fracos, Sornoza, fora de ritmo, a distribuição dos jogadores corintianos faziam o time se impor. Criando chances, buscando alternativas.
Até que, aos 28 minutos do primeiro tempo, Richard errou o tempo de bola e derrubou Capa, dentro da área.
Pênalti vergonhoso.
Rafael Marques cobrou sem chances de Cássio.
1 a 0.
A partir daí, o Corinthians pressionou muito.
E ficou evidente a necessidade de um lateral esquerdo melhor.
Incrível como Fagner impõe que o jogo aconteça pela direita.
Danilo Avelar segue sem força para atacar ou defender.
A falta de um atacante adiantado com condições de dominar a bola, fazer uma tabela ou a função de pivô também incomoda. Gustavo pode ter sido artilheiro do Brasil, mas na Segunda Divisão, no Fortaleza. No Corinthians, tudo é diferente. E o seu futebol encolhe.
O ponto favorável, além de Carille, foi a movimentação de Ramiro.
Sua polivalência será muito útil na temporada.
Para buscar o empate, o Corinthians buscou o tempo todo a alternância da linha de fundo com os chutes da entrada da área. A troca de passes inúteis com Jair Ventura parece ter acabado.
O São Caetano seguiu muito bem encaixado.
E tudo levaria a crer que, até com sorte, conseguiria segurar a vantagem.
Seria enorme injustiça.
Mas o relógio não parou.
Chegou o 49º minuto do segundo tempo.
E Jadson foi cobrar escanteio...
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