São Paulo, Brasil
“Neymar Sr venda seu filho na Vila Mimosa!”
"Seu nome na Torre Eiffel.
"Seus milhões em conta.
"Suas noitadas open bar.
"Bem-vindo ao inferno, Calimero.
Coro de "hijo de pu..." durante a maior parte dos 90 minutos.
Esta foi a recepção dos ultras, torcedores organizados.
A resposta foi incrível.
Um gol espetacular, de voleio, de costas para o gol.
Aos 46 minutos do segundo tempo, que deu a vitória ao PSG, no Parque dos Príncipes, contra o Strasbourg, por 1 a 0.
O brasileiro que foi vaiado o tempo todo, foi aplaudido de pé, por quase todo estádio.
Mesmo marcando este gol fabuloso, havia os torcedores radicais do PSG que ainda faziam questão de xingá-lo.
Ele comemorou o gol com seus companheiros de time.
Não quis dividi-lo com as arquibancadas.
Após o jogo de hoje, suas declarações...
"Já joguei em vários estádios sendo vaiado.
"É triste, mas sei que a partir de agora será como jogar todo jogo fora de casa.
"Deixo claro que não tenho nada contra os torcedores, nem nada contra a entidade Paris Saint-Germain, mas todo mundo sabe que eu queria sair sim, e deixei claro isso. Mas não vou entrar em detalhes do que aconteceu nas negociações.
"As pessoas presentes aqui sabem o que aconteceu e isso é uma página virada. Hoje sou jogador do PSG e prometo dar tudo em campo, cumprir o meu papel e ser feliz dentro de campo. Não preciso que gritem meu nome e nem que estejam ali por mim.
"E sim pelo PSG", disse Neymar após a partida.
Mas é precipitado dizer foi vencedor neste duelo absurdo.
Muito pelo contrário.
É necessário ter frieza na análise.
Ele marcou mais um gol maravilhoso na carreira, sim. O bilionário PSG venceu o fraco time do Strasburg pelo desanimador Campeonato Francês.
Porém o que repercute no mundo é a aversão da torcida organizada ,do próprio clube que o comprou, ao brasileiro.
Hoje em Paris foi a maior demonstração de rejeição de um grande clube mundial a um jogador, nas últimas décadas.
Foi repugnante, covarde a faixa citando o filho do jogador, menino inocente. Recomendando que venda o menino em uma zona de prostituição no Rio de Janeiro.
Estupidez no seu pior estado natural.
Era a segunda faixa que mostrava a sensação de ingratidão da torcida, não só a organizada, do PSG.
"Seu nome na Torre Eiffel. Seus milhões em conta. Suas noitadas open bar.Bem-vindo ao inferno, Calimero."
Calimero é um personagem ítalo-japonês de desenho animado. Um pintinho negro, que tem na cabeça uma casca de ovo. E que só reclama.
As palavras desta segunda faixa mostra o inconformismo com a atitude de Neymar, que teve tudo do PSG. E retribuiu com dois fracassos na Champions League. Balada atrás de balada. Inclusive se recuperando das duas fraturas qaue sofreu.
A frustrada pressão que fez para ser vendido ao Barcelona. Oferecendo dinheiro até do próprio bolso. O que incentou a cúpula do PSG a não negociá-lo, dificultar as conversas com os catalães.
Isso partindo do jogador mais caro de todos os tempos.
Neymar comprou briga com o clube errado.
A família real qatariana, dona do PSG, não precisa de dinheiro.
É bilionária.
E tem experiência em tratar com jogadores que desprezam o clube.
Rabiot, volante talentoso, avisou que não renovaria o contrato em dezembro de 2018. E exigiu ser vendido. Além de não o negociar, o clube o deixou sem jogar por seis meses. Ficou encostado, apenas treinando. A direção da equipe não se preocupou em perder dezenas de milhões de euros.
Neymar foi estratégico na sua reação após o jogo.
A janela europeia está fechada.
Se ele rompesse, decidisse não mais vestir a camisa do PSG, não teria o que fazer até dezembro, quando poderá ser negociado.
Seriam mais três meses só treinando. E sem a menor certeza que o clube francês aceite vendê-lo.
Seu contrato vai até 2022.
A tarde foi histórica para Neymar.
Mas vexatória.
O talento que ele tem, inegável.
Mas sua maneira de conduzir a carreira fora dos gramados é lastimável.
A vergonha que passou com Najila Trindade, com direito à tapas no rosto, atingiu em cheio também o PSG.
Assim como suas farras, em pleno tratamento de duas fraturas no pé direito.
Ele descobriu de maneira radical, extremista, que o PSG não é a Seleção Brasileira, onde todos fecham os olhos para seu comportamento inaceitável fora de campo. E é tratado como um garoto, mesmo perto dos 28 anos.
O pai e empresário de Neymar, confessa que o mima.
Ele foi tratado com um enviado dos céus pelo Santos.
Ganhou respeito mundial no Barcelona.
Teve Paris aos seus pés.
Foi para lá para ser o melhor do mundo.
Não está nem entre os dez melhores da Europa.
Virou piada na Copa da Rússia.
Coleciona rejeição, inimigos no mundo todo.
Neymar marcou um golaço hoje.
Foi aplaudido de pé.
Mas os ultras o seguirão para onde for.
Quem fez de sua vida um inferno não foi os torcedores.
Mas o próprio Neymar...
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