Sem rumo, São Paulo troca Jardine pelo convalescente Cuca
Depois da pior Libertadores da história, o inseguro Leco dispensa Jardine e contrata Cuca, ainda se recuperando de cirurgia no coração. Mancini assume
Cosme Rímoli|Do R7 e Cosme Rímoli
São Paulo, Brasil
Edgardo Bauza. Ricardo Gomes.
Rogério Ceni. Dorival Júnior.
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Diego Aguirre. André Jardine.
E a partir de 15 de abril, Cuca.
Técnicos de perfis completamente diferentes. Com estratégias distintas, maneira de trabalhar, de se relacionar.
Desde outubro de 2015, o São Paulo está nas mãos do presidente mais inseguro da história do São Paulo, Carlos Augusto Barros e Silva. O inseguro Leco aspirou o cargo há quatro décadas.
Fez todas as alianças possíveis para assumir o mais alto posto no Morumbi.
Só se esqueceu de se preparar.
É evidente que ele não sabe que rumo dar ao futebol do clube tricampeão do mundo.
Não sabe nem se o treinador contratado colocará o São Paulo atacando, defendendo, se impondo, vivendo de contragolpes, atuará como uma equipe compacta, ou espaçada.
Obcecado por títulos, ele vai trocando.
Pessimamente assessorado por Raí, gigantesca decepção, o dirigente vai se tornando o mais fracassado comandante do São Paulo, em todos os tempos. Caso consiga ficar até o final de seu mandato, dezembro de 2020, serão 62 meses. 40 deles já foram desperdiçados, com fracassos e mais fracassos. Não conseguiu sequer um título oficial.
O que o inseguro Leco e o sem rumo Raí fizeram com André Jardine foi inconcebível. Eles conseguiram descontruir a imagem do melhor treinador da base do país. Com três anos de conquistas e descoberta de jovens atletas. O colocaram no cargo em novembro de 2018, demitindo Diego Aguirre, que tinha a promessa dos dois que ficaria até pelo menos o final do Brasileiro, em dezembro.
Jardine não estava preparado para o cargo. Só tinha vontade, ambição. Lidar com profissionais é muito diferente do que com garotos. Mimados, os jogadores brasileiros precisam ser convencidos pelo técnico, ainda mais quando ele é novo, inexperiente.
O mais absurdo é que Leco e Raí deram a Jardine a competição mais importante de 2019. A Libertadores da América. Ele teria de passar por duas eliminatórias até chegar à fase de grupos. Jamais ele havia disputado uma competição de tamanha envergadura.
Sua imaturidade se transformou em insegurança ao elenco. O técnico não enxergou o óbvio. A incompatibilidade do seu esquema moderno e exigente com o elenco formado por veteranos, jogadores lentos e tensos de tanta responsabilidade.
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Jardine não conseguiu filtrar a pressão de sete anos de fracassos do São Paulo. O time disputou e perdeu a vaga, logo na primeira eliminatória, com os nervos à flor da pele.
O inseguro Leco e o sem rumo Raí tiraram o comando do futebol profissional para Jardine. Ele poderá ser auxiliar ou técnico da base. Na semana passada, Raí garantiu que André Jardine seguiria como técnico do São Paulo. Assim como havia assegurado Aguirre, pouco antes de sua demissão.
Raí está se tornando uma enorme decepção.
Como o blog vem informando desde janeiro, conselheiros vitais para a sobrevivência do inseguro Leco no comando do São Paulo exigiam Cuca. E o presidente não teve outra saída a não ser contratá-lo.
Só que ele havia se submetido à uma operação de desobstrução de uma importante artéria coronária, em dezembro de 2018. Ao receber o convite oficial de Leco e Raí, Cuca disse que estava disposto a trabalhar já no São Paulo. Só que o médico Constantino Constantini não o liberou como acreditava. No mínimo na metade de abril. Se a recuperação do treinador seguir boa, como está.
O acordo com Cuca é que fique até o final de mandato do inseguro Leco, até dezembro de 2020.
Mas tanto o treinador quanto o clube deverão fazer uma avaliação se o trabalho seguirá, ao final do Brasileiro deste ano.
Nesse 'hiato', como disse Raí, o coordenador Vagner Mancini comandará o time.
A princípio por dois meses.
Vagner Mancini tem no currículo uma Copa do Brasil, 2005, conquistada com o Paulista de Jundiaí. E quatro títulos estaduais. Ao assumir o cargo de coordenador, no mês passado, Mancini jurou que não trabalharia como treinador no São Paulo.
Cerca de 40 dias depois, assume o cargo.
Ele sempre foi uma sombra para André Jardine.
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Cuca revelou há anos para amigos que um dos seus maiores desejos como treinador era voltar ao São Paulo. Ele chegou à semifinalista da Libertadores de 2004. E formou a base da equipe que venceria a competição sul-americana e ganharia o Mundial pela terceira vez.
Ele não seguiu no clube não só pela enorme decepção pela eliminação diante do Once Caldas. Cuca discutiu feio com Rogério Ceni em um rachão. O elenco como um todo ficou ao lado do maior ídolo da história do São Paulo. O técnico ficou sem ambiente, com seu comando afetado. E acabou deixando o clube.
Cuca queria esse retorno, 15 anos depois, como uma realização pessoal. Ele mesmo já admitiu que errou feio ao comprar briga com Rogério Ceni no São Paulo, foi quase um suicídio.
O inseguro Leco e o sem rumo Raí fizeram questão de anunciar hoje Cuca.
Até por uma questão de desviar o foco.
A eliminação do São Paulo na pré-Libertadores foi um vexame histórico.
A pior campanha do clube no torneio que mais valoriza.
O inseguro Leco segue a colecionar fracassos.
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Depois de contratar treinadores com perfis completamente diferentes, agora aposta em um vencedor da Libertadores.
Mas é um técnico convalescente.
Não há a garantia médica do médico Constantino Constantini que ele poderá assumir no dia 15 de abril. A princípio, ele queria Cuca de volta ao trabalho em junho, em seis meses. E não apenas quatro.
Mas no São Paulo do inseguro Leco é assim.
O futebol é tratado sem método, sem estudo, puro improviso.
O inseguro dirigente escolheu Raí como escudo.
O escudo já está rachado, diante da incoerência do executivo de futebol.
Vagner Mancini vem de péssimos trabalhos.
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Rebaixado com o Botafogo.
Dispensado pela Chapecoense e Vitória, assume o clube.
A princípio para comandar o São Paulo por dois meses.
Enquanto os dirigentes farão novena pela saúde de Cuca.
E Jardine tentará se recuperar da frustração.
Do fracasso de assumir um cargo que não estava preparado.
Não é difícil entender porque o São Paulo tem sete anos de jejum, sem comemorar um título oficial.
Ainda mais sob o comando do inseguro Leco.
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Ele queria e conseguiu.
Já entrou na história.
Na pior disputa da Libertadores em todos os tempos.
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