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Santos sabota planejamento de volta da Segunda Divisão. Despreza contrato de Carille com clube japonês. Será processado na Fifa

Devendo R$ 600 milhões, com troca profunda de elenco, montando uma equipe de Segunda Divisão, tudo o que o Santos precisa é de tranquilidade. Mas escolhe tirar Carille de clube japonês sem pagar multa. Será processado

Cosme Rímoli|Do R7 e Cosme Rímoli


Clube japonês vai à Fifa contra o Santos. Carille tinha contrato até o final de 2024. Está no clube paulista
Clube japonês vai à Fifa contra o Santos. Carille tinha contrato até o final de 2024. Está no clube paulista Reprodução/V-Varen

São Paulo, Brasil

O Santos deve mais de R$ 600 milhões.

Rebaixado para a Série B, em vez dos R$ 75 milhões, que receberia como clube de Série A, ganhará R$ 11,5 milhões.

Já antecipou, em 2023, na administração Andres Rueda, R$ 30 milhões, da cota do Campeonato Paulista.

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Sem saída, teve de vender e emprestar jogadores.

Lucrou R$ 139 milhões.

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Mas ficou sem Marcos Leonardo, Soteldo, Dodi, Jean Lucas, Gabriel Pirani, John, Lucas Braga e Lucas Barbosa.

Contratou jogadores 'baratos'. Sem vínculo, veteranos ou promissores.

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Montou elenco de Segunda Divisão.

Gil, Giuliano, Aderlan, Hayner, Jorge, Pituca, Casares, Otero, Willian Bigode, Guilherme Augusto, Marcelinho.

Investiu perto de R$ 20 milhões.

E utilizará atletas da base. Que não é tão mais forte como tradicionalmente se mostrava.

A política violenta de contratação de garotos, de clubes economicamente mais fortes, como Palmeiras e Flamengo, tornou mais difícil a peneira santista.

A queda do clube para a Série B inviabilizou a chegada de investimentos 'pesados' de patrocinadores, que preferem equipes da Série A.

O Santos não conseguiu sequer a classificação para a Copa do Brasil. Lógico, está fora da Libertadores, da Copa Sul-Americana. Terá,no máximo, 54 partidas nesta temporada, se chegar à final do Paulista. O número pode ser abaixo de 50, caso não consiga se classificar na fase de grupos do Estadual.

A média de partidas do clube nos dois últimos anos era de 63 jogos.

Além disso, há a previsão que, finalmente comecem as obras para a reforma da Vila Belmiro. De 16.800 lugares, o estádio passaria a 30 mil. Houve uma reunião ontem do presidente Marcelo Teixeira com representantes da WTorre e o pedido é que as obras comecem no dia 14 de abril, aniversário do clube.

O plano é o Santos passar a usar o Pacaembu para mandar suas partidas, até que a reforma termine entre dois anos e dois anos e meio.

Politicamente, Marcelo Teixeira se mostra muito mais forte do que Rueda, para impor suas convicções diante do Conselho Gestor, que dá o último veredicto sobre as decisões mais importantes do clube.

En plena reconstrução, o Santos encontra sérios problemas em relação ao seu comandante em campo.

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Marcos Leonardo tem a maior multa rescisória de Portugal. 150 milhões de euros, R$ 804 milhões Benfica

Fabio Carille.

Ele nunca foi prioridade para Teixeira. 

Primeiro, o dirigente tentou o argentino Juan Pablo Vojvoda, do Fortaleza. Ouviu 'não'. Depois, tentou Thiago Carpini. A negociação não deu certo. O treinador queria um elenco mais forte e ganhar mais. Desistiu de sair do Juventude. Acabou indo para o São Paulo.

Mas Carille tinha contrato com V-Varen Nagasaki, clube da Segunda Divisão Japonesa.

Em entrevista, o treinador falou abertamente que seu compromisso era até dezembro de 2024.

Sua multa rescisória era de R$ 7 milhões.

Pedido do próprio treinador, em caso de rescisão antes do prazo.

Teixeira o consultou e pergunto se queria trabalhar nesta temporada no Brasil, no Santos.

Carille aceitou.

Disse que seu trabalho no Santos, em 2021, foi travado por uma briga com o coordenador de futebol, o ex-jogador, Edu Dracena. E tinha o sonho de voltar.

Teixeira ficou de se acertar com a direção do clube japonês.

Mas nada foi feito.

Carille foi anunciado como técnico santista.

A direção do V-Varen Nagasaki ficou revoltada e avisou que recorreria à Fifa.

O departamento jurídico tranquilizou Teixeira. Descobriu que os contratos no Japão são registrados de 11 em 11 meses. Por questões contábeis. O compromisso de Carille seria registrado no dia primeiro de janeiro.

Não foi. E o Santos publicou ontem o contrato do treinador no Boletim Informativo Diário, da CBF.

E ele já trabalha normalmente.

Teixeira disse não teria de pagar nada para os japoneses.

Só que o V-Varen Nagasaki vai denunciar o clube à Fifa.

Uma declaração dada, em entrevista, de Carille é uma prova muito favorável aos nipônicos.

"Vocês não acreditam. A fase ali de maus resultados, o meu contrato era até o final de 2023. Me deram já até o final de 2024", disse ao site Futebol no Japão.

O Santos já ficou entre março e outubro de 2020 sem poder fazer contratações, proibido pela Fifa.

Por dívidas com o Hamburgo, referentes ao zagueiro Cléber.

Em um momento tão delicado, a direção está comprando uma briga pública, tola, desmoralizante, e que pode atrapalhar o desempenho do clube na óbvia prioridade em retornar à Série A, superar o rebaixamento.

Tenso, Carille não quer falar sobre o assunto.

Athletico Paranaense e Corinthians tentaram desprezar contratos de jogadores com clubes japoneses.

Processados, via Fifa, tiveram de pagar por Rony e Jô.

O Santos enfrentará uma batalha desnecessária.

E que afeta diretamente a concentração do seu treinador.

Essa economia pode custar caro demais...

Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.

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