Projeto Hulk é uma caríssima decepção. Clima tenso no Atlético
O atacante de 34 anos está muito abaixo do que se esperava. Mal fisicamente, sem ritmo. Em vez do principal jogador, é reserva. R$ 1,3 milhão por mês
Cosme Rímoli|Do R7 e Cosme Rímoli
São Paulo, Brasil
Foi no início de novembro de 2020.
A diretoria do Palmeiras desistiu oficialmente de Hulk.
O sonho de Mauricio Galiotte durou cerca de um ano.
Quando o jogador se livrou do futebol chinês, com o fim do seu contrato com o Shanghai SIPG, ficou pronto para fechar com o Palmeiras.
Só que havia a pandemia.
Vanderlei Luxemburgo perdeu seu lugar para Abel Ferreira.
Galiotte se conscientizou que não poderia pagar cerca de R$ 1,2 milhão ao jogador de 34 anos. Por três anos, que foi a primeira pedida.
A decisão foi de Galiotte, decepcionado com Ramires e com Ricardo Goulart, jogadores que voltaram da China, caríssimos e que não renderam no clube.
A advogada e agente de Hulk, Marisa Alija, foi procurada pela direção do Atlético Mineiro.
A decisão de contratá-lo veio no ano passado, quando Alexandre Mattos ainda era o executivo do clube. Na época, a preferência era do Palmeiras. Quando o clube paulista desistiu, foi Rodrigo Caetano quem fechou a transação, com o aval dos mecenas que mantém o futebol do Atlético Mineiro: Rubens Menin e Ricardo Guimarães.
Contrato de dois anos, com a prioridade de um terceiro.
Salários de R$ 1 milhão mais bônus, premiação por artilharia.
Os números chegariam perto de R$ 1,3 milhão.
São R$ 31,2 milhões só em dois anos.
O departamento de marketing estava empolgadíssimo.
Assim como Menin e Guimarães, o clube teria um jogador midiático no mundo todo.
Só esqueceram de perguntar a Cuca, que foi contratado depois da negociação efetivada.
O treinador, que estava engatilhado, com a decisão da saída de Jorge Sampaoli, sempre preferiu atacantes velozes, leves, sem posição fixa.
Não um atacante forte, justicando ainda o apelido, mas lento para o seu planejamento tático.
E o atleta caríssimo virou reserva.
Em sete jogos, marcou apenas um gol.
De pênalti.
No fraquíssimo Campeonato Mineiro.
Hulk procurou Cuca para conversar e entender o porquê de o treinador não escalá-lo como titular absoluto. E reafirmar o que o mundo sabe. Ele rende muito mais atuando na direita, para cortar para o meio e chutar com a perna esquerda. Não é, nunca foi e jamais será um jogador de velocidade, do lado do campo.
O lado do jogador foi vazado.
Mas não o do treinador.
Cuca quer Hulk no time titular.
Mas pretende colocá-lo em forma e, principalmente, com ritmo.
Os preparadores físicos brasileiros que trabalharam na China sabem.
A carga de trabalho é menor e o calendário mais espaçado.
Fora o fato de que, na pandemia, a ordem dos clubes foi para os jogadores ficarem treinando em casa.
A paralisação em 2020 foi de cinco meses.
Hulk foi muito prejudicado.
Ele sabe que está abaixo do ritmo dos atletas no Brasil.
E tem ficado cada vez mais tenso.
A briga com Pottker no clássico contra o Cruzeiro foi o ponto mais baixo da chegada da volta de Hulk ao Brasil.
Com direito a expulsão e xingamentos após a partida.
"Chifrudo", disse o cruzeirense.
"Você é covarde, rapaz. Vai embora, juvenil."
"Vai mané do cara..., otário."
"Ô machão, dentro de campo você é homem né?"
"Vai otário, mané", respondeu Hulk
"Você transa com mulher dos outros", acusou Pottker.
O patético diálogo foi gravado e divulgado nas redes sociais.
A direção atleticana seguirá apoiando o atacante.
Assim como Cuca.
Desde que não atrapalhe o time.
O departamento de marketing quer esperar melhor fase para ações com o atleta.
O início do projeto Hulk é péssimo.
Pior do que todos imaginavam...
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