Presidente do Flamengo celebra Brasileiro atacando clubes paulistas. ‘Fomos campeões para desespero de detratores, cretinos e hipócritas. Inclusive da Terra da Garoa’
Havia muita raiva nas palavras de Luís Eduardo Baptista, após o Flamengo vencer o Brasileiro, ontem, quatro dias depois de conquistar a Libertadores. ‘Vamos comemorar galera. Antes, vocês não tinham po... nenhuma!’
Cosme Rímoli|Do R7

Não havia o sorriso de quem desfrutava a conquista dos dois títulos mais importantes da América do Sul em cinco dias.
Muito pelo contrário.
O presidente do Flamengo estava irritado e com sede de vingança.
Principalmente com os clubes de São Paulo que ousaram enfrentá-lo nos bastidores.
Principalmente o Palmeiras e o Corinthians.
Primeiro com a formação de duas ligas e não uma só, como sonhava o Flamengo, em 2022.
Foi a resistência dos dirigentes corintianos que foi formada a Liga Forte, dividindo o poder da Libra.
E dentro da Libra, apesar de ser o clube mais popular do Brasil, o Flamengo enfrentou a articulação e o vigor de Leila Pereira, presidente do Palmeiras.
Ela organizou um levante para que o clube carioca não pudesse ser o que ganhasse muito mais nas transmissões esportivas, como acontecia no passado, com o Clube dos 13.
A revolta foi tão grande que o Atlético Mineiro já avisou que deixará a Libra. Por causa da luta do Flamengo para ganhar muito mais que os outros clubes.
Bap, apelido do presidente flamenguista, aproveitou a conquista do Brasileiro, ontem, para atacar os clubes paulistas que atravessaram seu caminho.
“Nós nos planejamos para isso.
“Sempre disse que a prioridade nossa era Brasileiro e Libertadores tanto que o prêmio do Brasileiro é mais do que a Libertadores.
“Cumprimos com o que a gente esperava. Nos planejamos exatamente para o que estamos conquistando. Estou muito feliz.
“Espero que a gente continue sendo campeões da p... toda.
“Para desespero dos detratores, dos cretinos e hipócritas, que nada sabem.
“Inclusive da Terra da Garoa.”
‘Terra da Garoa’ era o apelido de São Paulo, muito usado nas décadas de 60 e 70, antes da poluição modificar profundamente o clima em terras paulistas.
Engenheiro civil e empresário, ele tem uma extrema ligação com a transmissão esportiva. Foi presidente da DirecTV e CEO da Sky.

Com 65 anos, ele tem envolvimento político no Flamengo desde 2012. Era o vice de Relações Externas do ex-presidente Rodolfo Landim. Sem o apoio de Landim, se lançou candidato à presidência e venceu o pleito.
Ele não mede palavras.
Principalmente quando há um assunto que ele não quer se aprofundar, como a renovação de Filipe Luís, que está travada por uma grande diferença financeira, entre o que o treinador quer receber e o Flamengo deseja pagar.
Perguntado sobre o tema, Bap desviou o foco, ontem, no gramado do Maracanã.
Sua resposta não poderia ser mais curva.
“Torcedor não tinha nada dois minutos atrás. Vamos comemorar, galera.
“Vocês não tinham po... nenhuma pouco tempo atrás.
”Agora somos tetracampeões da Libertadores e eneacampeões brasileiros."
Desde que ele assumiu, o Flamengo venceu a Supercopa do Brasil, o Carioca, a Libertadores e o Brasileiro, todos estes títulos este ano.
O dirigente sabe muito bem que Filipe Luís quer uma equiparação salarial aos grandes técnicos, e salários, que trabalham no Brasil.
Como Abel Ferreira, seu principal adversário, Jorge Sampaoli, e Leonardo Jardim.
Ele recebe muito, mas muito, menos.
Bap preferiu, depois de atacar os clubes paulistas, falar sobre as chances reais que ele vê de o Flamengo vencer a Copa Intercontinental.
No Mundial de Clubes, o Flamengo foi eliminado nas oitavas, ao ser goleado pelo Bayern de Munique por 4 a 2.
“A gente não entra em nada para perder. Este ano a gente provou isso. Acho que a Copa Intercontinental é uma oportunidade de a gente mostrar para o mundo que o nosso elenco hoje é mais robusto do que no Mundial.
“Eu acho que a gente chega mais inteiro para a Copa Intercontinental do que a gente foi para o Mundial.
“Então vamos para dentro...”
