São Paulo, Brasil
Empolgante.
Melhor jogo do Campeonato Brasileiro de 2020, até agora.
Internacional e Flamengo empataram em 2 a 2, em Porto Alegre.
Reafirmaram o quanto faz bem o intercâmbio, quando bons treinadores do Exterior no Brasil.
O espanhol Domènec e o argentino Coudet fizeram um duelo que valia a primeira colocação no Campeonato Nacional.
Cada um no seu estilo, dominando um tempo da partida.
E no final, o justo empate.
Ambos na primeira colocação, com 35 pontos, em 18 partidas.
Com o Atlético Mineiro, com o argentino Jorge Sampaoli, em terceiro.
Mas o Flamengo tem muitos motivos para se sentir vitorioso com esse empate.
E que vão além do gol marcado por Everton Ribeiro, aos 49 minutos do segundo tempo, que definiu o empate em 2 a 2.
O time carioca não teve Gabigol, Bruno Henrique e Arrascaeta. Desfalques fundamentais no campeão da Libertadores. Mesmo assim, trucidou o Internacional, na sua arena, durante todo o segundo tempo, como se jogasse contra uma equipe pequena do Campeonato Carioca.
"Acho que todos temos claro que o Flamengo nunca está satisfeito com o empate. Acho que o Flamengo perdeu dois pontos. Não era suficiente o empate, temos que tentar ganhar os três pontos porque o Flamengo é diferente.
"O Flamengo tem que ganhar todos os jogos. Mudamos coisas no primeiro tempo. O técnico do Internacional falou que mereciam ganhar. Também criamos muitas oportunidades no segundo tempo e perdemos dois pontos", comemorava Domènec.
Seu time conseguiu superar um enorme erro do treinador, ao apostar, de maneira inexplicável, em Gerson aberto na ponta esquerda. E Vitinho no meio.
Algo surreal, que atrapalhou demais o Flamengo.
E ainda vale a pena lembrar que o time carioca entregou, deu de presente, os gols para o Internacional.
Falhas lamentáveis de Isla e Gustavo Henrique.
O lateral chileno perdeu a bola de forma infantil para o onipresente Patrick. E dele para o uruguaio Abel Hernández. 1 a 0, aos seis minutos de jogo.
Mesmo diante da pressão incrível gaúcha no ataque, Pedro, melhor em campo, deu uma arrancada fatal até o chute forte, colocado. 1 a 1.
Apenas dez minutos de jogo e ritmo impressionante.
O Inter seguiu dominando, pressionando, incomodando.
Até que foi a vez de Gustavo Henrique bobear, aos 24 minutos, perder a bola. Thigo Galhardo mostrou porque é o artilheiro do Brasileiro. 2 a 1.
O 4-5-1 de Coudet seguia dando resultado, com sua equipe correndo, mantendo o ritmo intenso, fortíssimo.
O Flamengo não parava a bola no meio de campo, faltava consciência. Ela estava aberta na ponta esquerda, Gerson. Em uma manobra equivocada.
No segundo tempo, Domènec Torrent tratou de recolocar as coisas no lugar. Vitinho foi para a ponta esquerda e Gerson para o meio.
Adiantou a marcação.
O Internacional estava cansado pelo esforço no primeiro tempo.
Os papéis se inverteram.
O Flamengo virou dono do jogo.
Encurralou, pressionou.
Lomba fez grandes defesas.
Tomou bola no travessão.
Heitor saiu em cima da linha.
Até que, aos 49 minutos, Gerson bateu cruzado e Everton Ribeiro desviou de cabeça, para o final do gol.
2 a 2.
" Um Flamengo que empata no fim, comemora e sai feliz com o resultado, significa que somos uma equipe que merece respeito. A verdade é que eles têm um equipaço", reconhecia Coudet...