Logo R7.com
Logo do PlayPlus
Cosme Rímoli - Blogs

"Parece que perdemos. Empatamos com o grande Guaraní." Luxa

Mesmo com futebol burocrático, medroso, treinador queria elogios. Elenco do Palmeiras é muito melhor do que o Guaraní. Mas jogou, de novo, para não perder

Cosme Rímoli|Do R7 e Cosme Rímoli

Luxemburgo perdeu a ousadia. Palmeiras tem como prioridade escapar da derrota
Luxemburgo perdeu a ousadia. Palmeiras tem como prioridade escapar da derrota

São Paulo, Brasil

"Parece que nós perdemos o jogo.

"As perguntas parecem que perdemos o jogo. Todos os meus jogadores estão satisfeitos que estamos próximos de uma classificação. Se eles acham que está faltando alguma coisa, está sobrando em algum lugar.

"Tem equipes que não estão nem próximas da classificação.


"É um pouco de exagero na cobrança, onde um empate aqui no Paraguai, contra uma equipe forte contra o Guaraní, é um grande resultado.

"Quem não quer reconhecer isso, não quer reconhecer a produtividade do Palmeiras numa Copa Libertadores."


Bastaram as três perguntas de uma 'coletiva' a jato, depois do empate em 0 a 0 do Palmeiras, contra o Guaraní, no Paraguai. 

E Vanderlei Luxemburgo ficou irritado.


Ele queria palmas, elogios, afagos no seu ego, depois de mais uma partida sonolenta, decepcionante, frustrante do Palmeiras.

O clube está em um grupo fraquíssimo na Libertadores. Tem como adversários Guaraní, Tigres e Bolivar. 

A comparação entre os elencos é covardia.

O milionário time palmeirense tinha a obrigação de se impor tanto dentro como fora de casa, diante dos adversários.

Lucas Lima. Meia talentoso. Luxemburgo o coloca em campo para marcar, não criar
Lucas Lima. Meia talentoso. Luxemburgo o coloca em campo para marcar, não criar

Luxemburgo ficou de outubro de 2017 a maio de 2019 desempregado.

Um ano e sete meses rejeitados pelos grandes clubes, da demissão do Sport até acertar com o Vasco, mexeu com sua característica como treinador.

A cada partida ele deixa claro que o técnico que montava equipes ofensivas, tinha coragem, ousadia, não existe mais.

Ele trata de montar equipes seguras, prioriza a defesa. Teme perder.

Mesmo na conquista do Paulista, com elenco muito melhor, comemorou o título nos pênaltis, na arena palmeirense, contra o Corinthians.

"Minha preocupação aqui era sair com resultado positivo, empate ou vitória. Na Libertadores, nem sempre se joga no nível ideal, joga pelo resultado. E o resultado foi muito importante, o empate nos colocou próximos da classificação.

"Sabíamos que íamos encontrar um adversário difícil, que joga um futebol intenso, que buscava a vitória.

"Foi um empate bom para nós e para eles.

"Tivemos mais um ponto.

A Libertadores, se abrir muito, acaba saindo de campo com derrota."

Perder na Libertadores, Luxemburgo sabe bem. Esta é a nona que disputa, nos 40 anos como treinador. Jamais conseguiu vencer. Nem mesmo chegar à final. Só fracassos. 

É preciso entender Vanderlei.

Ele queria a valorização da 17ª partida sem derrotas.

Só que são nove empates.

Conseguiu montar excelente defesa, com grande material humano. 

Um meio de campo marcador.

E um ataque que vive de sobras, já que ele não dá liberdade, nem aproxima seus meias dos definidores.

Prioriza os contragolpes em velocidade.

E bolas aéreas.

Weverton fazendo boa defesa. O 'grande' Guaraní buscou mais a vitória que o Palmeiras
Weverton fazendo boa defesa. O 'grande' Guaraní buscou mais a vitória que o Palmeiras

O Palmeiras primeiro luta para não perder, não se abala com empates e, se houver chance, busca a vitória.

É uma equipe burocrática, que frustra quem espera futebol ofensivo, com os jogadores que possui.

Vanderlei pensa que está nos anos 90, que pode impor a pauta, suas palavras são leis.

Não são.

Não há boicote, combinação entre todos os jornalistas brasileiros para criticar o Palmeiras.

Apenas o reconhecimento óbvio.

O futebol do Palmeiras atual é medíocre.

Travado, sem coragem, que se satisfaz com pouco.

As cobranças se justificam.

O Palmeiras empatou, em novo 0 a 0.

Mas a sensação amarga é clara.

Virou um time tem tanto medo de perder...

Que acabou perdendo a vontade de ganhar.

A frase é 'do Luxemburgo' dos anos 90.

E se encaixa perfeitamente, 30 anos depois...

Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.

Últimas


Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com oAviso de Privacidade.