Para ser o melhor, Neymar tem de esquecer a Seleção. Pior para Tite
Pandemia, quarentena, desprezadas Copa América e Eliminatórias. Na busca pela Champions e por ser o melhor, Brasil não será prioridade
Cosme Rímoli|Do R7 e Cosme Rímoli
São Paulo, Brasil
Só uma pessoa no futebol brasileiro ficou tão abalado como Neymar, pelo fracasso na final da Champions League.
Ela atende por Tite.
A derrota para o Bayern, com atuação fraca, que mereceu nota 3 dos jornais franceses, tem um fulminante efeito colateral sobre a Seleção Brasileira, neste restante de ano e em 2021.
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O Brasil segue firme, como o segundo país do mundo com maior número de mortes pelo terrível pandemia do coronavírus. Mais de 114 mil vidas perdidas. Só está atrás dos Estados Unidos, com 175 mil.
Os clubes gigantes do mundo estão na Europa.
Quer Neymar fique no PSG ou vá para o Barcelona, como deseja, qualquer equipe que mantenha o jogador mais caro do mundo, dificultará ao máximo sua vinda para o Brasil.
Até porque no retorno, estará mantida a quarentena de 14 dias trancanfiado, na França ou na Espanha, por exemplo, sem poder jogar futebol.
Qual o interesse em ceder Neymar para os jogos das Eliminatórias, que começam em outubro e invadem, 2022? Ou para a Copa América, que será disputada no próximo ano, na Argentina e na Colômbia?
O próprio jogador sabe que, se para Tite, as Eliminatórias são a oportunidade de montar seu time para 2022, elas perderam sua competitividade.
Dos dez países, os quatro primeiros conseguem vagas direta ao Mundial. E ainda o quinto terá o direito à repescagem.
Ou seja, para o Brasil não é difícil chegar ao Qatar.
Neymar não é imprescindível, ao contrário do clube no qual estará, para disputar a Champions, que escapou ontem.
E no impasse, o jogador sabe muito bem qual lado ficar.
A caminho dos 29 anos, percebeu o quanto perdeu de tempo com suas farras, suas simulações, chiliques com os árbitros.
Não levando a sério, como deveria sua carreira, apesar do talento fabuloso.
Ele desabou em lágrimas em Lisboa, pelo fracasso do PSG e também pelo seu.
Na obsessão em ser o melhor do mundo, para o seu ego carente, Neymar precisava de um atuação incrível na final contra o Bayern.
O polonês Lewandowski tinha todos os atributos para ser o escolhido na eleição da Fifa, menos a mídia. Neymar além de conquistar o título inédito ao novo-rico PSG, teria de capitalizar a vitória, colocar sua faixa religiosa na cabeça, dançar, cantar, posar com o troféu de todas as maneiras, nas redes sociais.
Mas a derrota e a fraca atuação sabotaram seus planos.
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A temporada 2019/2020 é do polonês.
Como o tempo está passando, o brasileiro terá de focar no seu clube para ser escolhido o melhor do mundo.
Tudo que fizer pela Seleção, na América do Sul, não tem valor para os europeus, que realmente decidem as escolhas dos principais jogadores.
O nível do futebol daqui é muito baixo, em relação ao Velho Continente.
O Brasil ganhar todos seus jogos nas Eliminatórias e vencer a Copa América, tem peso zero. O que importará nessa corrida é o que Neymar fará por seu clube nos torneios nacionais e, principalmente, na Champios.
Por isso, o foco tem que começar o mais rápido possível.
A fórmula ele já sabe.
O meses que passou aprisionado na sua mansão em Mangaratiba, por conta da pandemia, só treinando foram importantíssimos. Assim como, em seguida, o período com o PSG, em Portugal.
Cristiano Ronaldo já tem 35 anos.
Messi, 32 anos.
Lewandowski, 32 anos.
Concorrentes fortíssimos estão entrando na fase final de suas carreiras.
Mas farão de tudo para uma última conquista individual.
E ainda há outros jogadores talentosos.
Mbappé, com 21 anos. Salah, 28 anos. De Bruyne, 29 anos.
Dybala, 26 anos. Van Dijk, 29 anos. Haaland, 20 anos.
Seleção Brasileira só vai atrapalhar a caminhada individual de Neymar.
Tite sabe disso.
Esse foi o motivo pelo qual torceu tanto para Neymar.
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Se ele ganhasse a final da Champions, teria cumprido sua missão no PSG, que o fez jogador mais caro do mundo, comprado por 222 milhões de euros, cerca de R$ 1,4 bilhão.
Seria um alívio psicológico enorme.
O caminho para a conquista do prêmio de melhor do mundo estaria encaminhado. Se vencesse, também respiraria mais aliviado.
Só que fracassou.
O Brasil passará a segundo plano a Neymar.
Sua missão primeira como jogador está na Europa.
No clube que defender.
Seleção, a sério, só quando a pandemia acabar.
De preferência, em 2022.
Daí, a agonia de Tite...
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