Para salvarem seus cargos, Leco e Raí procuram novo técnico
Criar um fato novo, desviar o foco com um treinador, depois do fracasso na Libertadores com o inexperiente André Jardine. Estratégia de Leco e Raí
Cosme Rímoli|Do R7 e Cosme Rímoli
São Paulo, Brasil
O inseguro Leco, depois de 40 meses de fracasso como presidente do São Paulo, estava com medo dos confrontos da 'Pré-Pré' Libertadores da América.
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Pior campanha em todos os tempos na competição mais desejada do clube. Apesar de os R$ 45 milhões que fez o clube gastar com contratações de Pablo, Hernanes, Thiago Volpi e Léo Pelé, ele não estava confiante diante do Talleres.
Apesar de exalar insegurança desde que assumiu o sonhado cargo, a falta de serenidade de Leco era evidente. Via que o time não rendia, não conseguia jogar bom futebol. André Jardine não era "Fábio Carille aprimorado", como diziam vários conselheiros, antes de o treinador da base assumir o lugar de Diego Aguirre.
Não tinha ligação alguma com os jogadores, ao contrário de Carille que trabalhou sete anos como auxiliar do Corinthians. Com técnicos vividos e competentes como Mano Menezes e Tite.
Jardine não tinha referência profunda sobre como é comandar uma equipe profissional. Por isso não conseguiu definir sequer a maneira de o time atuar. Ninguém sabe se é uma equipe ofensiva, reativa, veloz, cadenciada. A falta de rumo é assustadora.
Daí a pífia campanha. 15 jogos no comando do São Paulo, com quatro vitórias, três empates e oito derrotas, 33,3% de aproveitamento.
Percebendo o risco enorme de vexame, e antecipando um levante contra ele dentro do clube, ele resolveu fazer um 'voo da alegria' para Córdoba. Convidou mais de 20 conselheiros para viajarem no avião fretado. Foram e voltaram com os jogadores. Vários inclusive da oposição, como Douglas Schwartzmann, ex-diretor de marketing, que criticava esse expediente, em 2017. O batizou de Aeroleco.
Só que, desta vez, Schwartzmann não postou nada criticando o voo que ele mesmo era passageiro.
O inseguro Leco voltou aliviado da Argentina, mesmo com a pesada derrota por 2 a 0. Acreditava que, mesmo se o clube fosse eliminado da Pré-Pré Libertadores, os conselheiros da oposição o preservariam. Afinal, voaram com ele. Assumiram publicamente a parceria.
COSME RÍMOLI: O inseguro Leco e Raí sabotaram. São Paulo cai na Pré-Libertadores
O presidente e o executivo Raí, que se mostra cada vez mais sem rumo, decidiram que o problema não estava em Jardine. Mas nos jogadores. E fizeram duas reuniões antes da partida decisiva de ontem contra o Talleres. Cobraram fortemente, alegando que os altos salários estavam em dia, não faltava nada a eles. E que dessem mais alma na partida em que a classificação viria, já que o "São Paulo nasceu para ser um clube vencedor".
Só que, sem esquema definido, com ansiedade, insegurança, tensão, não foi nada difícil para os argentinos segurarem o 0 a 0 e saírem do Morumbi classificados.
O clube já estava eliminado da competição mais importante de 2019.
Logo o coro de 45 mil pessoas dominou o Morumbi. "Não é mole, não. Estou cansado de time amarelão." Afinal, são sete anos de fracassos, sem a conquista sequer de um insignificante estadual.
Enquanto parte das organizadas ficavam em frente ao portão principal, esperando para xingar os jogadores e a diretoria, o inseguro Leco e o sem rumo Raí conversavam. Não sabiam ainda o que fazer. Não bastasse a eliminação da Pré-Pré Libertadores, o próximo jogo será domingo, em Itaquera, contra o rival Corinthians.
Assim como fizeram com Diego Aguirre, o garantiram até o final do Brasileiro, e depois traíram as próprias promessas, o demitindo cinco partidas antes da final da competição, ambos haviam jurado publicamente que não havia a chance de Jardine deixar o comando do time principal.
Mas com a eliminação, a situação está insustentável.
O inseguro Leco e o sem rumo Raí não querem perder seus cargos por Jardine.
Se tiverem um mínimo de amor ao São Paulo, os conselheiros perceberão o quanto é desastrosa essa administração.
A eliminação precoce na Libertadores valerá pelo menos R$ 23 milhões a menos nos cofres do clube. De acordo com a previsão dos próprios dirigentes que apostavam que o clube chegaria pelo menos às quartas-de-final. Jamais caísse na Pré-Pré Libertadores.
E empresários já garantem que Cuca, recuperado de cirurgia cardíaca, é o alvo.
Juan Carlos Osorio, que acabou de se desligar do Paraguai, também seria um nove muito interessante. E fácil de contratar.
LANCELLOTTI: Vexame no Morumbi, 0 X 0 e "El Matador desclassifica o "Tricolor"
Só que técnico nenhum do planeta assumiria uma equipe em frangalhos psicologicamente, eliminada em casa da Pré-Pré Libertadores, às vésperas de ter o Corinthians pela frente no Itaquerão.
A chance de começar muito mal é evidente.
O ideal seria a velha fórmula.
Deixar Jardine no banco e o novo treinador assistir das tribunas o time.
Muito corajoso, André enfrentou os jornalistas depois da partida.
E fez como Rogério Ceni fazia.
Falou de uma partida fictícia, que só aconteceu no seu cérebro.
Negou o péssimo futebol real que o São Paulo jogou.
Disse que não teve tempo de pensar se seguiria treinador do clube ou não.
Ele sabia que a decisão era do inseguro Leco e do sem rumo Raí.
E eles estão sendo forçados a buscar um novo treinador.
Vagner Mancini, campeão da Copa do Brasil, e atual coordenador pode assumir interinamente.
Comandar o time contra o Corinthians.
Jardine voltaria a auxiliar.
E um novo técnico seria contratado.
Esta é a tendência do São Paulo, depois do vexame de ontem.
Lamentável foi a omissão de quem comanda o clube.
O inseguro Leco e o sem rumo Raí fugiram das entrevistas.
É muito fácil entender o jejum de títulos do São Paulo.
Basta analisar seus dirigentes...
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