Palmeiras renegociará,'em paz', com a Crefisa. Coronavírus
Contrato de R$ 81 milhões por ano sofrerá alterações. A empresa tem perda entre 20% e 30% com coronavírus. Palmeiras entende e aceita 'readequação'
Cosme Rímoli|Do R7 e Cosme Rímoli
São Paulo, Brasil
O Corinthians loteou seu uniforme.
São nove patrocinadores dividindo espaço.
É um exagero descabido.
Até os dirigentes admitem entre eles.
Leia também
Veron entra em lista dos melhores jovens e se inspira em Dudu e CR7
Fórmula 1 ou kart? Benzema e Giroud trocam provocações na web
CBF antecipa taxas para ajudar árbitros durante quarentena
Surfista brasileiro não consegue sair de El Salvador devido ao coronavírus
Assassino e ladrão vencem Ronaldinho. Já são 24 dias na cadeia
Mas o mau gosto perde espaço para a necessidade financeira.
Foi a maneira que o clube conseguiu arrecadar alegados 69 milhões por ano.
BMG, Midea, Totvs, Joly, Majorsports, Cartão de Todos, Hapvida, Poty, Alê dividem camisa e calções.
Mesmo com o país ainda saindo da recessão, valia a pena ter suas marcas estampadas na televisão, nos portais e nos jornais. E vistas nas arquibancadas.
O BMG é quem paga mais, R$ 12 milhões por ano. Mais 50% do lucro líquido do banco digital BMG/Corinthians.
Inúmeros veículos divulgaram erroneamente que o valor seria R$ 30 milhões, o que não se confirmou.
Com exceção do BMG, os demais patrocinadores têm menor aporte financeirro.
E diante da pandemia, sem partidas no futebol, sem exposição, e com suas empresas paradas, deixariam de cumprir o contrato, pagar.
A direção do Corinthians agiu rápido.
E começou a renegociar os contratos.
Primeiro dois, três, quatro.
Durante a pandemia, ninguém pagará nada.
Os acordos financeiros serão extendidos.
Agora, todos os patrocinadores estão seguindo por este caminho.
Até o BMG.
O grande rival e dono do maior patrocinador da América Latina, o Palmeiras estava em alerta.
A diretoria sabia que, sem jogos, não haveria arrecadação, dinheiro de transmissão da tevê. E também não havia sentido a Crefisa seguir pagando R$ 81 milhões por ano.
A relação entre o clube e a financeira é muito mais próxima.
Já são cinco anos de patrocínio.
A aproximação garantiu Leila Lopes, presidente da bilionária empresa, candidata da situação para a sucessão de Mauricio Galiotte na presidência do Palmeiras.
O dono da empresa José Roberto Lamacchia, confessou ao meu colega PVC, que a quarentena está impactando na empresa.
A perda é entre 20% e 30%.
A Crefisa analisa se precisará ou não diminuir o patrocínio ao Palmeiras durante a pandemia.
A cúpula do clube já está até preparada para essa situação.
"Nesse momento difícil, terrível para todos, é preciso bom senso.
"Todos estamos perdendo dinheiro: empresa, clube, jogadores, não há o que fazer.
"A relação entre Palmeiras e Crefisa é tão boa que, se houver a necessidade de um reajuste durante essa paralisação, nós vamos conversar, com a maior boa vontade.
"E pacificamente.
"O Conselho Deliberativo, a diretoria, todos somos conscientes.
"Não está havendo jogos.
"A marca da Crefisa não está sendo exposta.
"A situação é fora do normal.
"Faremos o melhor para o Palmeiras e para a nossa patrocinadora.
"Sem sacrificar ninguém.
"Porque toda empresa está parada, perdendo dinheiro.
"O Palmeiras não pensa em lucro, em sacrifício da nossa parceira."
O depoimento, exclusivo ao blog, é do presidente do Conselho Deliberativo do Palmeiras, Seraphim del Grande.
Ou seja, o contrato pode ser prorrogado como no Corinthians, com o clube deixando de receber o valor proporcional à paralisação no futebol.
Ou terá o seu valor diminuído.
Não será mantido como está, por conta da paralisação.
Essa perspectiva já era real há dias.
Em relação ao salário dos jogadores, o de abril ainda não está definido.
Pode ser, ou não, mantido integralmente no Palmeiras.
"Vamos conversar , quando eles voltarem das férias.
"Aí teremos uma definição da parada pelo coronavírus.
"Mas, se possível, junto com outros clubes grandes.
"E tomarmos uma atitude conjunta", diz Seraphim.
Ele está, com a família, em Itatiba.
Também de quarentena pela pandemia...
(A assessoria do BMG nega as informações, em relação ao banco. Mas o blog reafirma que as cotas de todos os patrocínios do Corinthians estão sendo revistas. Todas...)
Curta a página do R7 Esportes no Facebook.
Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.