Palmeiras não quer volta de Borja. Desilusão mais cara da história
Jogador mais caro da história está para ser devolvido pelo Junior Barranquilla. Diretoria não o quer de volta.Dois anos de frustração bastaram
Cosme Rímoli|Do R7 e Cosme Rímoli
São Paulo, Brasil
Afobação, falta de pesquisa, precipitação.
Amadorismo, típico de novo rico.
Esses os fatores se juntaram e fizeram o Palmeiras comprometer 13,5 milhões de dólares, cerca de R$ 71 milhões.
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Os 10,5 milhões de dólares, cerca de R$ 55 milhões, foram emprestados pela patrocinadora Crefisa, que também arcou com parte dos salários do colombiano, R$ 200 mil.
Foi a maior compra da história do clube.
E o ex-executivo posou com Borja, na Colômbia, como se tivesse contratado Cristiano Ronaldo.
Era o dia 17 de fevereiro de 2017.
O jogador assinou contrato de cinco anos.
Salário de 85 mil dólares, cerca de R$ 452 mil, a cada 30 dias.
O blog apurou detalhes da transação.
Alexandre Barros convenceu o atacante e o presidente Mauricio Galiotte que a passagem do atacante seria de, no máximo, dois anos.
O plano era supervalorizar o jogador no forte elenco que Mattos estava montando. "Time para ganhar a Libertadores", era repetido aos conselheiros por membros da diretoria.
O otimismo do planejamento/imaginação era fazer de Borja artilheiro do continente. Vencer a Libertadores de 2017. Garantir sua presença como titular na Copa do Mundo da Rússia, como o grande jogador da Colômbia.
E vendê-lo a um grande europeu, com lucro.
Só que veio a desilusão.
E a avaliação sobre o jogador se mostrou absolutamente superficial.
Borja nunca se firmou como o excepcional artilheiro que todos, no Palestra Itália, sonhavam.
Seu potencial técnico era muito abaixo do que demonstrou nos jogos decisivos da Libertadores de 2016. Principalmente nas semifinais, contra o São Paulo, e decisão, diante do Independente del Valle.
No Atlético Nacional sua passagem já havia sido marcada por altos e baixos.
Borja chegou a ter uma chance na Europa.
No pequeno Livorno, na Itália.
Disputou apenas oito partidas.
Não marcou um gol sequer.
Borja tem personalidade forte e diferenciada no futebol.
Ele é extremamente fechado, difícil de fazer amizade, irritadiço, tenso. Quanto mais cobrado, menos rende. Detesta cobrança diante dos outros jogadores. Pela imprensa. Além de muito religioso.
No Palmeiras, Borja fazia questão de ficar com Guerra, com quem atuou no Atlético Nacional. E ambos conversavam muito sobre a desilusão de terem vindo jogar no Brasil, no Palestra Itália.
O clube não venceu a Libertadores de 2017, Borja não se fixou como artilheiro.
Na Copa do Mundo da Rússia, reserva, não marcou um gol sequer.
Volto abatido ao Palmeiras.
O desgaste, os questionamentos cresciam assustadoramente.
Ele queria ir embora, de preferência, voltar para a Colômbia.
O Palmeiras o ofereceu ao Atlético Nacional, mas o clube não o quis de volta.
Foi então ao seu 'clube do coração', Junior Barranquilla.
O acordo era simples.
Se Borja completasse 73% dos jogos do clube nesta temporada ou marcasse 23 gols, o Junior Barranquilla era obrigado a comprar 50% dos seus direitos.
A pandemia atrapalhou os planos palmeirenses.
Ele só entrou 11 vezes em campo e marcou cinco gols.
Borja jogou poucas vezes.
E também não agradou a ponto de o clube decidir gastar tanto dinheiro.
Os colombianos querem devolvê-lo.
Borja fará 28 anos em janeiro.
No Brasil, Santos, Botafogo e Atlético Mineiro chegaram a mostrar interesse no jogador. Antes dele voltar à Colômbia.
No Palmeiras, como aconteceu com Deyverson, a diretoria não o atacante.
Seu último período foi marcante.
Contrariado, tenso, irritado com a reserva.
Ele provocava muitos questionamentos da imprensa.
E queixa dos conselheiros, pelo dinheiro investido.
Borja pesou na demissão sumária de Alexandre Mattos.
O Junior Barranquilla pode até devolver.
Mas no Palmeiras a decisão está tomada.
Não quer Borja mais no elenco.
Novo empréstimo, venda ou até rescisão amigável.
Estes os únicos caminhos para Miguel Borja.
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