Palmeiras na frente no leilão silencioso com São Paulo por Pato
O jogador ainda sonha com retorno para a Itália. Mas realidade aponta Brasil. Palmeiras perto de passar para trás rivais São Paulo e Santos
Cosme Rímoli|Do R7 e Cosme Rímoli
São Paulo, Brasil
Jornalistas importantes do Rio Grande do Sul tiveram acesso a Marcelo Medeiros. Indagavam sobre a chance de o Internacional contratar Alexandre Pato, já que ele havia se desligado do Tianjin Quanjian e se mostra disposto a jogar no Brasil.
O presidente colorado também havia pensado nessa possibilidade. E resolveu sondar se o fato de o jogador já estar milionário, por conta de suas passagens pela Itália, Inglaterra, Espanha e, principalmente, China, estaria disposto a receber de acordo com a realidade nacional. Ainda mais para quem já tem Paolo Guerrero.
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Medeiros foi sincero aos repórteres.
Não havia como o Internacional resgatar agora o jogador que nasceu no Beira-Rio.
Ele e seu empresário André Cury acreditam que ele merece salário com nível europeu. Para se livrar de mais um ano de contrato no Tianjin pagou R$ 2,5 milhões.
Seu sonho seria o retorno para o Milan, onde se tornou uma estrela internacional.
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Só que o clube italiano não se empolgou com a chance de tê-lo de volta.
A seis meses de completar 30 anos, Alexandre Pato resolveu avaliar, de verdade, o mercado brasileiro.
O presidente do Santos, José Carlos Peres, foi o primeiro a se manifestar. Ele sabe que seu time precisa de um ídolo. E,com o aval de Jorge Sampaoli, o dirigente buscou André Cury, com quem se dá muito bem. O empresário soube da vontade santista de ter o atleta. Mesmo com o clube com sérias dificuldades financeiras, a ponto de o time se classificar nas quartas-de-final com os salários atrasados, Peres está disposto a usar parte do dinheiro da venda de Rodrygo ao Real Madrid na contratação.
Cury é muito vivido.
Conhece demais a Vila Belmiro.
Foi ele quem amarrou a venda de Neymar ao Barcelona.
Sabe que o momento é tumultuado.
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Com divisão política, muita cobrança de torcida e pouco dinheiro. Além da imprevisibilidade de Jorge Sampaoli.
Não descartou, mas os santistas têm chance muito menor.
Aí veio o óbvio São Paulo.
Depois de sua ótima passagem pelo Morumbi, entre 2014 e 2015, os dirigentes jamais deixaram de entrar em contato com o empresário e com o jogador. Não só monitoraram de longe seus altos e baixos. Mas sempre se mostraram dispostos a tê-lo de volta. A relação nunca deixou de ser próxima. Mas para o bem da verdade,tanto o atacante como seu agente jamais deram prioridade ao clube.
Quando Raí soube da rescisão de contrato de Pato, logo entrou em contato com o inseguro Leco. O presidente do São Paulo vibrou. Sabe melhor do que ninguém que seus mandatos estão marcados pelo fracasso.
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Depois da vergonhosa eliminação da Pré-Libertadores, que custou aos cofres, no mínimo R$ 35 milhões, já que toda a diretoria acreditava classificação até pelo menos as quartas da competição sul-americana, surgiu a autocrítica de haver montado um elenco caro e envelhecido.
E, depois de escolhas erradas para treinadores, o inseguro Leco acerta na contratação do campeão da Libertadores, Cuca. E já parte dele a determinação de uma equipe leve, rápida, objetiva a partir do Brasileiro. O time será reforçado.
Mas o São Paulo financeiramente tem limitações.
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Sabe que Pato recebia R$ 3,5 milhões por mês na China. Um salário 'europeu' não sairia por menos de R$ 1,5 milhão. Conselheiros ligados ao presidente garantem que o clube chegaria a R$ 800 mil. E tentaria usar a imagem do jogador para campanhas publicitárias.
A situação se complica quando o inseguro Leco comprometeu R$ 26 milhões na contratação de Pablo.
Lugano é o mais entusiasmado com a contratação.
Tem insistido com Raí e com o presidente do clube.
Acredita que ele seria o 'símbolo do renascimento'.
Cuca até aceita, mas não se encanta com o jogador.
Principalmente se, por causa dele, o São Paulo desistir de investir em Keno ou Roger e Tchê Tchê, jogadores considerados fundamentais pelo treinador.
O inseguro Leco não quer ficar contra Cuca. E tem uma grande dificuldade. Como comprometer o clube com contratações caras? E ainda fechar contrato de quatro ou cinco anos com jogador instável para receber ao menos R$ 800 mil a cada 30 dias?
E a reação dos outros jogadores? Como Hernanes que aceitou receber menos para voltar definitivamente, levando em conta a dificulidade financeira do São Paulo?
Sem esses traumas por dinheiro, elenco ou treinador, surge o Palmeiras.
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Alexandre Mattos é amigo pessoal de André Cury. E já se envolveu em várias transações no clube da Água Branca. Contratação de Lucas Lima, renovação de contrato de Dudu, venda de Mina ao Barcelona, ida de Robinho ao Cruzeiro, por exemplo.
Mattos quis saber se estava fechada a ida de Pato para o São Paulo. Ouviu de Cury que não. O executivo conversou com Luiz Felipe Scolari. O treinador deu seu aval. Perguntou a Mauricio Galiotte se estava disposto a investir em uma 'grande estrela' em 2019.
Galiotte sabe que a Crefisa e a Puma precisam de um garoto propaganda conhecido internacionalmente. Os patrocinadores poderiam, inclusive, ajudar nos salários.
A negociação é muito interessante.
E factível.
Mas o presidente sabe que seria um desperdício gastar tanto dinheiro e ter Borja, Deyverson e Arthur Cabral.
O executivo tem muita esperança que seja confirmada proposta pelo atacante do futebol dos Estados Unidos. Ou da China. A verdade é que o 'melhor dos mundos' seria a saída do caro e questionado atacante colombiano e a vinda de Pato.
O Palmeiras não tem um definidor, um artilheiro destacado no caríssimo elenco.
Pelo que foi apurado, Alexandre Pato está saudoso da idolatria.
Está envolvido de verdade com a filha de Silvio Santos, Rebeca Abravanel.
E sonha com retorno à Seleção Brasileira.
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O jogador sabe do grande potencial do time verde.
Conhecido por sua esperteza e sangue frio com que age, André Cury ainda não definiu o futuro de Pato.
Está fazendo um silencioso leilão.
Analisa as ofertas.
Mas manda sinais, para não fechar portas.
Os últimos foi para Peres e ao inseguro Leco.
Seu jogador merece receber salário 'europeu'.
E ter um longo contrato, entre quatro e cinco anos.
A situação se tornou mais complicado ao Santos e São Paulo.
O Palmeiras é o clube no Brasil que oferece melhores condições a Pato.
Mattos já sinalizou a Cury que quer o atacante.
Só não assume publicamente.
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"O Palmeiras está de stand by (na reserva) em relação ao jogador", ironiza o executivo.
"A direção do Internacional já deixou claro.
O Pato e o Cury querem muito dinheiro para ficarem no Brasil.
É o lado financeiro que vai decidir o futuro do Alexandre."
Aposta um vivido repórter do Rio Grande Sul.
Daí o Palmeiras estar mais perto do atacante...
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