Palmeiras de Mano. Sem ambição, sem coragem de lutar pelo título
Empate com o Athletico Paranaense fez com que o Flamengo abrisse dez pontos de vantagem. Mano não teve coragem de colocar o time para atacar
Cosme Rímoli|Do R7 e Cosme Rímoli
São Paulo, Brasil
O Palmeiras não teve coragem.
E um campeão se faz com ambição.
Mano Menezes sabia que o Flamengo havia vencido o Fluminense. Atingido 64 pontos. O Santos, perdido para o Atlético Mineiro, por 2 a 0, estagnado nos 51 pontos.
Não havia outro caminho, para o time que sonha com o título brasileiro, a não ser atacar o Athletico Paranaense, mesmo jogando na Arena da Baixada.
Mas Mano preferiu não arriscar, não perder.
Colocou seu time para contragolpear, foi cauteloso nas trocas.
No final, empate em 1 a 1.
E a diferença do Palmeiras para o time carioca saltou de oito para dez pontos na tabela de classificação. Faltando apenas 11 rodadas para o Brasileiro acabar.
Foi decepcionante a postura de Mano Menezes.
Não foi digna de quem deseja o título.
O treinador apenas não quis perder o jogo.
Teve medo de arriscar.
Desde os primeiros minutos, o time de Tiago Nunes foi melhor. Mostrou toda a intensidade, vibração, velocidade que o fez campeão da Copa do Brasil.
Soube explorar muito bem o gramado sintético.
E pressionou o Palmeiras.
Mano montou seu time para jogar apenas no erro do adversário. Ele montou um sistema defensivo forte, no 4-5-1, deixando apenas o limitado Deyverson na frente.
Willian e Dudu tiveram muito mais a missão de tentar travar os laterais do Athletico do que jogarem abertos na frente, como costumam.
Zé Rafael foi um terceiro volante, ao lado de Bruno Henrique e Felipe Melo.
Mano optou apenas pela marcação forte, física. Seu time mostrou muita luta, mas nenhuma sede em atacar, buscar os gols.
O Athletico mostrou cedo sua proposta de jogo, pressionando o vice líder do Brasileiro como se fosse uma equipe pequena.
Marcelo Cirino completou para as redes ótimo cruzamento de Adriano.
Eram seis minutos de jogo.
O domínio paranaense continuou, o Palmeiras seguiu marcando forte e buscando os contragolpes. Nem parecia que precisava da vitória para ter o direito de sonhar pelo título.
E foi uma jogada individual de Willian pela direita, com atitude, personalidade. Ele desceu pela direita e cruzou. Deyverson se antecipou à zaga e desviou a bola para as redes, aos 40 minutos. 1 a 1.
No segundo tempo, a dinâmica do jogo seguiu igual, com o Athletico mostrando muito mais vontade de vencer. Tiago Nunes cobrava seu time no ataque.
O Palmeiras brigava pela bola, mas não criava, já que a equipe seguia encolhida.
Mano não colaborou trocando Zé Rafael por Lucas Lima. O ex-meia santista entrou também recuado. Pior foi na troca do atacante Willian pelo meia Raphael Veiga.
A falta de ambição foi algo assustador.
Borja, Henrique Dourado, Carlos Eduardo foram passear em Curitiba. O técnico tinha de colocar mais atacantes.
Ele não permitiu o Palmeiras sonhar com a vitória.
Mano Menezes pensou nele, em não sair derrotado.
E veio o empate quase inútil a essa altura do Brasileiro.
Time sem ambição não merece título.
Essa é uma das poucas verdades absolutas no futebol.
E o Palmeiras de 2019 não merece ser o campeão do país.
A falta de ousadia de Felipão segue com Mano...
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