Galiotte e Luiz Adriano. O desgaste é grande. Palmeiras não quis seu artilheiro na final
Cesar Greco/PalmeirasSão Paulo, Brasil
No dia 13 de novembro de 2020, a torcida organizada Mancha Verde fez questão de divulgar um vídeo.
Nele, Ramires aparecia em uma balada, repleta de pessoas, sem máscara.
A covid-19 já estava aterrorizando o Brasil.
O Palmeiras vivia o maior surto da doença, no Campeonato Brasileiro.
Teve 18 jogadores infectados.
Raphael Veiga, Willian, Aníbal, Breno Lopes, Alan, Matías Viña, Alan Empereur, Danilo, Gabriel Silva, Rony, Gabriel Veron, Jailson, Vinicius Silvestre, Kuscevic, Gustavo Scarpa, Quiñonez, Pedro Acácio e Marino.
E o clube envolvido na Copa do Brasil, Libertadores e Brasileiro.
A decepção com o veterano volante foi enorme pela irresponsabilidade.
A pressão foi tanta que Ramires acabou rescindindo seu contrato.
Início da temporada 2021, Abel Ferreira implora à direção do clube um centroavante e um ponteiro canhoto. Para o Palmeiras ter outras opções de ataque.
Mas um jogador é fundamental na parte ofensiva, capaz de dominar a bola entre os zagueiros, cabecear, abrir espaço para os meias, alterar com os jogadores de lado do campo, como Rony, Wesley e Willian: Luiz Adriano.
Ele é um jogador raro no futebol brasileiro.
Tanto que, mal acabou a final da Copa do Brasil, Renato Gaúcho 'brincando' disse que telefonaria a ele. Realmente, o Grêmio sondou e ainda quer o atacante.
O jogador fará 33 anos na segunda-feira.
Há exatos nove dias, ele foi diagnosticado com covid-19.
Pela segunda vez acabou infectado.
Foi um enorme banho de água fria para Abel Ferreira.
Não teria o jogador na primeira partida da Recopa, contra o Defensa y Justicia, na Argentina. Sem ele como referência, o Palmeiras naturalmente se retrai. A vitória veio por 2 a 1. Depois de muito sofrimento e injustiça com o time argentino.
Abel Ferreira não terá seu jogador de referência no ataque. Enorme prejuízo
Cesar Greco/PalmeirasA expectativa era que o atacante estivesse em campo amanhã, na Supercopa do Brasil, contra o Flamengo. Afinal, haveria tempo. Os dez dias exigidos para que estivesse em campo terminam a um minuto deste domingo.
Seria simples embarcá-lo em um jato particular, a meia-noite e ele estaria em Brasília, em 1 hora e 35 minutos.
Dormiria e estaria em campo às 11 horas.
A CBF autorizou sua presença.
O jogador treinou em casa, já que estava assintomático, ou seja, sem problema físico algum.
Mas o acidente em que se envolveu, na terça-feira, dia 6, foi desmoralizante.
Não só para ele, como para o Palmeiras.
Infectado e com poder de transmissão do vírus, ele saiu de casa com sua Mercedes-AMG S63 Coupé 2021, avaliada em R$ 900 mil. Foi com a mãe para o supermercado Zaffari, que fica no Shopping Bourbon, ao lado do Palmeiras.
Na hora de ir embora, ele arrancou com o carro e atropelou um ciclista.
Flagrante vergonhoso.
No seu Instagram, Luiz Adriano assumiu estar errado, alega que ficou com a máscara o tempo todo.
O presidente Mauricio Galiotte ficou especialmente decepcionado. Revoltado com a atitude do jogador. O elenco havia sido orientado e traumatizado com a rescisão de Ramires.
Galiotte sabe que Luiz Adriano representa para a sociedade o Palmeiras. Justamente o clube que mais tem se colocado contrário à volta do futebol no auge da pandemia.
E a assessoria de imprensa divulgou que o jogador foi multado.
Luiz Adriano seria de fundamental importância amanhã contra o Flamengo.
Na decisão de um título importante e inédito para o clube paulista.
Mas, apesar da liberação da CBF, o clube decidiu não criar um plano especial para levar o atleta.
Ele não jogará a decisão.
O Palmeiras deu vantagem para o Flamengo.
A alegação pública é que ele está sem ritmo de jogo.
O que é altamente questionável, já que o atacante vem atuando normalmente, desde julho de 2019, quando foi contratado e se tornou titular absoluto.
O clube alega também que não haveria tempo para que ele se submetesse à uma bateria de exames feitos nos atletas recuperados de covid.
É um cuidado a mais.
Só que na prática, Luiz Adriano está liberado para o jogo.
A opção é da diretoria do Palmeiras de não colocá-lo na final.
Entre luvas e salários, ele recebe cerca de R$ 1 milhão por mês, dinheiro que era pago para Ramires.
É um dos líderes do elenco.
Há grande decepção na diretoria e no Conselho Deliberativo em relação ao jogador.
Abel Ferreira acatou a decisão da diretoria.
Se submeteu.
Entendeu o grave deslize de seu atacante.
E vai para a decisão sem o jogador de referência no ataque.
Justo na decisão contra o Flamengo, para 'provar' qual é o melhor time do país.
Luiz Adriano deverá treinar amanhã.
Se preparar para a decisão contra o Defensa y Justicia, quarta-feira, também em Brasília.
Mas amanhã não estará em campo por decisão dos dirigentes.
Que não admitem a irresponsabilidade que fez como jogador do Palmeiras.
Foi várias vezes capitão do time.
O desgaste é explícito.
E poderá ter consequências.
Principalmente se o time de Abel Ferreira perder amanhã.
Renato Gaúcho acompanha a situação.
De camarote...
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