Orgulhosos, conselheiros querem pagar até bicho pela derrota do Corinthians. Presidente rechaça 'mala branca'
As palmas dos torcedores e a reação da diretoria foram o reconhecimento da injusta derrota contra a Ponte. Conselheiros querem pagar 'bicho' pela derrota. Melo não pagará para times vencerem rivais do Corinthians
Cosme Rímoli|Do R7 e Cosme Rímoli
São Paulo, Brasil
Conselheiros começaram esta manhã mandando mensagens para Augusto Melo.
Os pedidos parecem surreais.
Alguns deles perguntavam se não seria um grande incentivo pagar prêmio para a partida contra a Ponte Preta.
Sim, 'bicho' pela derrota.
O dirigente ficou sensibilizado, mas não aceitou a sugestão.
Mas deveria.
O Corinthians perdendo para a Ponte Preta, em plena Itaquera, foi aplaudido de pé. E teve o seu nome gritado por mais de 41 mil torcedores, reconhecendo o esforço, a entrega da alma, a injustiça do resultado.
O vibrante time de António Oliveira teve nada menos do que 29 arremates para o gol. E o time campineiro apenas quatro.
O Corinthians chegou a ter 75% de posse de bola, terminou com 69%.
Fez 55 cruzamentos para a área.
Trocou 505 passes contra 77 da Ponte Preta.
Ou seja, fez o que pôde.
O português chegou há 17 dias e comandou a equipe em cinco partidas. Uma delas eliminatória, contra o Cianorte.
O Corinthians tem mínimas chances de sobreviver no Paulista.
Está na lanterna do grupo C, atrás do Bragantino, 18 pontos, Internacional de Limeira, 14 pontos, e Mirassol, 14 pontos.
O clube tem dez pontos em dez jogos. Campanha ridícula, que deve ser creditada ao início vexatório nas mãos de Mano Menezes.
Com ele, foram quatro derrotas e apenas uma vitória. O time ainda perdeu uma partida com o comando de Thiago Kosloski.
O pior início de Estadual desde 1932.
Melo, que nunca o quis como técnico, o suportava por conta da alta multa. O ex-presidente Duilio Monteiro Alves foi o responsável. Mesmo sabendo que o candidato da oposição e um rival com capacidade de derrotá-lo, como aconteceu, fez questão de amarrar contrato até 2025 com Mano.
O treinador gaúcho foi despachado quando ficou claro que o time não reagiu e que ele havia perdido o comando da equipe, ao ofender jogadores como Raniele e Yuri Alberto.
António chegou e conseguiu modificar o time taticamente. E, mesmo com torneio em andamento, tenta encaixar peças recém-contratadas.
A situação do Corinthians no campeonato é dramática.
Ou seja, precisa vencer o Santo André, sábado, em Itaquera. E o Água Santa, domingo, dia 10 de março, provavelmente em São Bernardo, porque o estádio em Diadema ainda não está pronto.
Além desses hipotéticos seis pontos, precisa que Internacional e Mirassol não cheguem a 17 pontos.
Os adversários do time de Limeira são São Paulo, na quarta-feira, em casa, o Ituano, também em casa, e o Santos, fora.
Os do Mirassol, Portuguesa fora, e São Bernardo, em casa.
Basta uma vitória da Inter ou do Mirassol e adeus Paulista.
Torcedores, desesperados, mandam mensagens para conselheiros, tentando convencê-los a pedir para Augusto Melo mandar 'mala branca' para adversários dos rivais da chave.
Ou seja, dar dinheiro para Ituano, Portuguesa e São Bernardo vencerem.
Porque não há como pagar para os rivais São Paulo e Santos ajudarem.
O maior 'inimigo', o Palmeiras, jogou com toda a dignidade contra o Mirassol, na vitória por 3 a 1, sábado.
Melo não quer tomar essa atitude.
Ele e a diretoria corintiana, como um todo, está muito satisfeita com a melhora do time nas mãos de António Oliveira.
Se o clube for eliminado do Paulista há a certeza que a culpa é toda de Mano Menezes.
O comportamento dos jogadores também foi exemplar em relação a Carlos Miguel.
O goleiro falhou ontem no gol que deu a vitória para a Ponte Preta.
Mas ele foi acolhido pelos atletas.
Principalmente pelo titular Cássio, que não jogou por estar suspenso, mas fez questão de conversar com seu reserva de 25 anos, e que disputou apenas a 13ª partida desde 2021, quando chegou do Internacional.
Por incrível que pareça, o clima no Corinthians é de confiança.
Não no Paulista, onde a classificação é quase impossível.
Mas no futuro do time em 2024.
As palmas dos torcedores mexeram profundamente com os jogadores.
Com os dirigentes.
E com António Oliveira...
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