Operário não teme série da Globo. Entra na Justiça para ter Bruno
Nem a nefasta cena que pode abrir a minissérie, envolvendo o corpo de Eliza Samúdio, intimida o Operário. O que vale é aproveitar a mídia que Bruno traz
Cosme Rímoli|Do R7 e Cosme Rímoli
São Paulo, Brasil
Nada intimida a diretoria do Operário de Várzea Grande.
Nem a TV Globo começar a gravar uma minissérie inspirada na morte de Eliza Samudio, modelo brutalmente assassinada em 2010.
Com direito, até à suposta cena de cães rottweillers comendo pedaços de carne, remetendo à um trecho nefasto da confissão de Bruno, no julgamento que o sentenciou a 20 anos e nove meses de prisão.
"Eliza foi entregue a uma pessoa chamada Neném. Ele deu uma gravata nela, enquanto Macarrão (Marcos Aparecido, então seu maior amigo) chutava as pernas de Eliza.
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"Depois que ela morreu, Neném esquartejou o corpo dela. E jogou para os seus cachorros comerem."
O que interessa ao clube da Quarta Divisão do futebol brasileiro é o marketing espontâneo criado com a repercussão da contratação de Bruno.
Assim como foi com o pequeno Boa Esporte de Minas Gerais.
Em comum com os dois clubes, o diretor de futebol, Roberto Moraes.
Ele está por trás da postura desafiadora do clube diante da revolta da sociedade.
A contratação de Jean pelo Atlético Goianiense, depois de agredir sua mulher com oito socos no rosto, diante de suas duas filhas pequenas, só encorajou ainda mais Moraes.
Ele pressionou a advogada de Bruno, Mariana Migliorini, para que entrasse ontem com o pedido de transferência de execução da pena de Bruno. De Varginha para Várzea Grande, no Mato Grosso.
A alegação é de que Bruno precisa trabalhar.
E como está em regime domiciliar, tem de morar em Várzea Grande.
A resposta passará pelo Ministério Público e pela justiça mineira.
Moraes promete não desistir, apesar de todos os protestos nas redes sociais.
Não vai se intimidar com a minissérie da Globo, inspirada no livro "'Indefensável — O goleiro Bruno e a história da morte de Eliza Samudio" (Record), dos jornalistas Leslie Leitão, Paula Sarapu e Paulo Carvalho.
A emissora carioca já comprou os direitos do livro, como já publicou o blog.
Bruno decidiu não falar sobre o assunto. Mas as indicações de Varginha são de que ele está otimista com seu possível retorno ao futebol.
No ínicio do ano, ele falou a imprensa mineira.
Tinha certeza de que jogaria.
"Preciso sustentar a minha família. Ainda pago pensão (ao filho Bruno, que teve com Eliza Samudio). Como vou fazer se não voltar a trabalhar? Quem vai pagar as minhas contas.
"Quem vai colocar comida na minha mesa?
"Como vou fazer para sustentar minha família? (Ele casou e tem uma filha?)
"Eu tenho de trabalhar.
"É a própria sociedade que cobra isso dos presos.
"Por que comigo as coisas são diferentes?", perguntou Bruno.
Talvez a família de Eliza Samudio tenha a resposta...
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