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O gênio da Vila e do Morumbi. ‘O Telê não me deixou ir para uma Copa. Me dói muito. Virou mágoa.’ Pita

O espetacular meia do Santos e do São Paulo revela detalhes de sua incrível carreira. E mostra o quanto dói ser injustiçado. Não ter disputado uma Copa do Mundo é algo inacreditável

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Pita recebeu a camisa 10 de Pelé, de Ailton Lira. E teve desempenho impressionante Divulgação/Santos Futebol Clube

‘A 10 do Pelé tem de ser deste menino!’

A frase foi dita de um gênio para outro gênio. Ailton Lira fez questão de passar a ‘sua’ camisa 10 para Edivaldo Oliveira Chaves.


E passou a jogar com a 8.

Quem é Edivaldo?


É Pita, apelido que recebeu do pai, que foi impedido pela mãe de colocar o nome que desejava, Epitácio. Nascido em Nilópolis, no Rio de Janeiro, criado em Cubatão, desde menino impressionava quem o via com a bola nos pés.

“Eu não sabia o que acontecia. Simplesmente antevia o lance. Antes de a bola chegar, já tinha pensado a jogada. Visto onde estavam meus marcadores, os meus companheiros. E calculado o espaço para driblar o lançar. Realmente foi um dom que eu sempre tive. E também nunca tentei driblar para aparecer, sempre fui objetivo. Driblava para frente, para o melhor para o meu time buscar o gol.“


”Eu devo pelo menos metade dos meus salários no Santos para o Pita. A bola mal chegava nele e eu já sabia. Vinha coisa boa. Ou ele rasgava a defesa driblando ou dava seus lançamentos perfeitos. Para mim, para o João Paulo ou para o Nilton Batata. O Pita era sensacional", resume Juary.

O meio-campo do Santos, dos Meninos da Vila, era fabuloso. Não existe outra palavra para definir.


“Éramos o Clodoaldo, Ailton Lira e eu. O encaixe da técnica com a coordenação. O time era excelente. Quebramos o tabu, vencendo o Paulista de 1978. Os santistas tinham medo de que o time não venceria mais nada, depois que o Pelé foi embora, em 1974. A cobrança era enorme.”

Em compensação, quando o time foi campeão, a festa que Pita assistiu segue inesquecível. “Foi uma loucura. Torcedores vestidos só de fraldas e tomando mamadeira, em homenagem aos ‘Meninos da Vila’. Foi fantástico”, relembra. Foi vice-campeão brasileiro de 1983.

“Perdemos para o Flamengo do Zico. E para o Arnaldo Cezar Coelho, o juiz. Na partida final, perdi a ingenuidade no futebol.’Pita marcou gols de pura técnica, driblando vários adversários no Santos. E, em 1984, foi para o São Paulo. Trocado por Zé Sérgio e Humberto.

“Queria sair. E encontrei no Morumbi outro time sensacional. Os Menudos. Muller, Silas, Sidney. E o Careca. Foi maravilhoso. Ganhamos dois Paulistas e um Brasileiro.”

Pita estava jogando melhor ainda.

Relembra, magoado, do estranho desprezo de Telê Santana. “Eu merecia muito ter disputado uma Copa. Na de 1982, tudo bem. Havia muitos jogadores talentosos. Mesmo assim, eu poderia ter ficado no grupo. Mas a de 1986 é inaceitável. Estava no auge. Não sei o que o Telê tinha contra mim.”

O meio-campo do Brasil na Copa foi Elzo, Alemão, Sócrates e Júnior, improvisado na meia. Zico estava lutando com uma contusão gravíssima no joelho direito.Pita admite que foi um erro ir para o Strasbourg. ‘Me precipitei. Fui para um time pequeno francês, que lutava para não cair. Saí do poderoso São Paulo para uma equipe que só se defendia.”

Pita no São Paulo dos Menudos. Ele era o cérebro de um time 'fantástico' Divulgação/São Paulo

Mesmo assim, seu talento o fez ser comparado a Platini.O meia errou de novo, voltando para o Brasil, para jogar no Guarani. Depois atuou no Fujita, Nagoya Grampus. Encerrou a carreira na Inter de Limeira. Ganhou a Copa São Paulo como técnico e como coordenador da base do São Paulo. Mudou a posição de Kaká, que era centroavante, e passou a ser meia.

Júlio Baptista também queria ser centroavante e passou a ser volante. Teve uma passagem pela base do Santos, onde descobriu o zagueiro Alex, entre outros.

Aos 67 anos, Pita quer voltar a trabalhar com garotos na base.Tem muita saudade do futebol.Na verdade, é o futebol que tem muita, mas muita, saudade de Pita...

A entrevista, na íntegra, está no canal do Cosme Rímoli, no youtube.

Toda terça-feira há exclusiva com um personagem importante do esporte.

Já são mais de 13,2 milhões de acessos.

Mais de 140 entrevistados, revelando detalhes de sua vida, de sua carreira.

Como a incrível deste talento de nome Pita...

Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.

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