O futebol fez justiça a Klopp. Liverpool vence a Champions
O Liverpool se impôs em Madrid. 2 a 0 diante do Tottenham. O time do alemão mereceu a empolgante sexta conquista na história
Cosme Rímoli|Do R7 e Cosme Rímoli

São Paulo, Brasil
22 segundos de jogo.
Mané cruza da esquerda.
A bola bate no peito e escorre pelo braço, toca a mão de Sissoko.
O esloveno Damir Skomina não titubeia.
Marca pênalti.
Um minuto e 26 segundos.
Salah cobra no meio do gol.
Lloris não consegue ter o reflexo de espalmar a bola, provocativa, em cima do seu braço direito.
E morre no fundo do gol do Tottenham.
O gol-relâmpago, em um pênalti legítimo, mudou todo o cenário da espetacular Champions League de 2018/2019.
Deixou o caminho aberto para Origi marcar, de pé esquerdo, aos 41 minutos do segundo tempo.
Festa alucinante do Liverpool por 2 a 0.
Conquista que marcou a consagração da Premier League, dos clubes ingleses e seu poderio financeiro em buscar grandes jogadores do mundo todo.

Na decisão havia nada menos do que 21 países representados nos dois elencos.
E que o coração levou à decisão.
Com a superação incrível dos dois times derrotados no primeiro jogo das semifinais. O Liverpool conseguiu reverter o 3 a 0 que sofreu do Barcelona, na Espanha. E ganhou por 4 a 0.
O Tottenham perdeu por 1 a 0, na Inglaterra, para o Ajax. Começou a partida decisiva tomando 2 a 0 na Holanda. Virou por 3 a 2, três gols de Lucas Moura.
E o Liverpool de Jürgen Klopp conseguiu o título mais do que merecido.
O sexto de sua história, depois de 14 anos.
Só atrás do Real Madrid e do Milan.
O Tottenham, de Mauricio Pochettino, fez excepcional campanha. Chegou à final pela primeira vez, mas segue sem jamais vencer a competição de clubes mais importante do mundo.
O lance aos 22 segundos mudou toda a história da decisão. O Liverpool se viu com a vantagem cedo demais. E Klopp entendeu que não havia a necessidade da marcação sob pressão alucinante, que tanto gosta.

Do outro lado, Pochettino manteve seu time frio, com a preocupação de lotar as intermediárias, sem se abrir para os mortais contragolpes objetivos do Liverpool.
O Liverpool tratava de trocar passes, com cuidado, sem a esperada volúpia. A prioridade era a segurança. O Tottenham se manteve consciente, buscando o empate só quando sua defesa montada.
Resultado, não houve grandes chances reais até o final da primeira etapa.
No segundo tempo, o Pochettino adiantou seu meio de campo. Tinha de tentar ao menos empatar a partida. O Liverpool voltou pronto para contragolpear.
Mas a força do Tottenham era muito grande, não havia espaço.
O time melhorou ofensivamente com a entrada de Lucas Moura.
Pochettino mudou do 4-4-2 para o 4-2-4.
Fez seu time tentar buscar o ataque.
Mais no coração do que na técnica.
A marcação do Liverpool era boa, firme.
E Alisson mostrou muita segurança.

Até que aos 38 minutos do segundo tempo, depois de um escanteio, Matip serviu Origi. O belga bateu de esquerda, cruzado.
2 a 0, Liverpool.
Final da Champions League mais surpreendente da história.
A justiça foi feita com Klopp.
Depois de duas derrotas em finais da Champions.
Veio o título.
Com seu fantástico Liverpool...