O Brasil terá o pior adversário. O competitivo Paraguai
Tite não gostou. Preferia ter pela frente equatorianos ou japoneses. Mas a Seleção terá na arena gremista e seu péssimo gramado, os paraguaios
Cosme Rímoli|Do R7 e Cosme Rímoli
Porto Alegre, Brasil
O pior adversário.
Entre Equador, Japão e o Paraguai, Tite não queria os algozes do Brasil nas Copas América de 2011 e 2015.
As eliminações vieram nos pênaltis, depois de empates durante os jogos.
E também nas quartas-de-final, como será na quinta-feira.
O time dirigido pelo argentino Eduardo Berizzo é fraco tecnicamente. Mas compensa apelando para a força física, com direito a muitas faltas, contatos, provocações. E marcação severa na intermediária.
Principalmente quando enfrenta uma equipe mais forte.
A bobagem que o Paraguai fez na fase de grupos foi ter jogado aberto contra o Qatar. Se abriu, com Berizzo menosprezando o campeão asiático e superestimando a força do seu elenco. Empatou em 2 a 2.
A humildade voltou de forma raivosa, calcada na rivalidade. Além da tática. O time atuou no 4-5-1, travando o jogo o tempo inteiro. E conseguiu o empate com a Argentina de Messi. 1 a 1.
Contra a forte Colômbia do treinador português Carlos Queiroz, mais disputa física, preenchimento de espaço.
Derrota suada por 1 a 0.
A fraca organização da Copa América e o trabalho ruim do Grêmio se juntaram para dar uma nada sutil vantagem aos paraguaios.
O péssimo gramado do estádio.
Com pequenos buracos e muito duro, a bola quica muito. Dificulta as tabelas, os dribles em velocidade.
Os chutes de primeira também ficam mais difíceis.
O que é excelente para quem tem a proposta de se defender, apelando para a força física. Apostando no nervosismo, na pressão por uma vitória que dominará o time brasileiro aqui em Porto Alegre.
Os paraguaios têm poucos destaques individuais. Conta com o bom goleiro do Botafogo, Gatito Fernández. O firme zagueiro palmeirense Gustavo Gómez. O inconstante santista Derlis González.
O incansável Miguel Almirón, do Newcastle e no veterano Óscar Cardozo, do Libertad, de 36 anos, que tem um chute fortíssimo de fora da área.
Balbuena que foi muito bem no Corinthians, e nem tanto no West Ham, está na reserva.
Berizzo tem na bola parada, nos escanteios e faltas laterais, uma grande esperança, nas cabeçadas. Seu time é alto, tem muita explosão muscular, impulsão. Briga dentro da área adversária. Não evita o contato. É um risco que precisa ser neutralizado.
Tite espera uma partida muito física, catimbada e que vai exigir muita personalidade do seu time para não se deixar envolver emocionalmente no jogo.
Na comparação técnica, o Brasil é muito superior.
Mas em uma partida eliminatória, tensa, com a obrigação de ganhar por ser melhor e jogar em casa, torna o confronto mais difícil.
A solução, óbvia, é tentar marcar o primeiro gol o mais rápido possível para ter o controle psicológico do jogo decisivo.
Ganhar nos 90 minutos.
Evitar a loteria dos pênaltis.
Como aconteceu em 2011 e 2015.
Tite pode até disfarçar.
Mas realmente não gostou de ter Paraguai pela frente.
Preferia os equatorianos ou japoneses.
Ainda mais em um jogo eliminatória.
O primeiro para o Brasil nesta Copa América...
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