São Paulo, Brasil
Foi um choque para as cúpulas do Palmeiras.
Da Crefisa.
Da Puma.
A expectativa era que o time chegasse, ao menos, a decidir o título mundial.
De preferência com o Bayern, para mostrar ao planeta a força do clube com maior suporte financeiro da América do Sul.
Só que o Tigres venceu, de forma justa, sem sofrimento, a semifinal de ontem, em Doha.
Sobrou a esvaziada preliminar de quinta-feira, contra o perdedor de Al-Ahly e Bayern. Muito provavelmente, o time árabe.
Há dois reflexos imediatos.
O primeiro é no futebol.
A filosofia, o trabalho de Abel Ferreira seguirá normalmente. O investimento na base, na busca de jogadores jovens, com capacidade de conquistar títulos no Brasil, na América do Sul, e com potencial para serem vendidos para a Europa.
Um ou outro jogador caro poderá ir embora.
Empresários que negociam com o Palmeiras têm os nomes de Lucas Lima e Gustavo Scarpa. Não há mercado proibido. Espanha, China, Arábia. Com salários acima do que rendem, as saídas são vistas como economia.
A instabilidade de Marcos Rocha, que completará 33 anos em dezembro, é outro alvo dos dirigentes.
Felipe Melo, que fará 38 anos em junho; e Willian, 35 anos em novembro, são dois casos à parte. Muito queridos pelos jogadores e dirigentes. Além do treinador Abel Ferreira. Por conta da idade, se conseguirem contratos vantajosos, poderão até sair. Depende mais deles do que do Palmeiras.
Mas a busca de jogadores para reforçar a equipe, em posições pontuais, como a lateral direita e a meia, seguirá.
Ou seja, a análise da direção do clube é que cerca de 90% do elenco seguirá.
As eventuais saídas só serão comentadas após a decisão da Copa do Brasil e do final do Brasileiro.
A ordem é que tudo aconteça de maneira tranquila.
Sob o comando de Abel Ferreira.
Para que o Palmeiras siga no sonho que o Flamengo fracassou.
A hegemonia na América do Sul, lutando para ganhar, de novo, a Libertadores.
E ter nova chance no próximo Mundial.
Politicamente, no entando, por mais paradoxal que possa parecer, a derrota na semifinal do Mundial beneficia Leila Pereira.
Não que ela estivesse torcendo contra.
Pelo contrário.
A Crefisa daria R$ 6 milhões de bônus se o time fosse campeão do planeta. Dinheiro que poderia ser até dobrado, dependendo da empolgação da dona da empresa de crédito pessoal.
Ela nem foi para o Catar.
Ficou no Brasil.
Para não desviar o brilho de Mauricio Galiotte, caso o título fosse conquistado.
Assistiu ao jogo de ontem no seu camarote, no Allianz Parque.
A derrota para o Tigres a beneficia porque a conquista do Mundial será o grande mote de sua campanha à presidência.
Caso o clube fosse campeão no Catar, o objetivo de eleger Leila seria apenas dar sequência ao trabalho vitorioso de Galiotte.
Como o Palmeiras segue sem Mundial, a bilionária passa a ser a esperança da realização do grande sonho.
A eleição será em dezembro, justamente o mês que a Fifa prevê o Mundial de 2021.
Quanto a Abel Ferreira, ainda ontem em Doha, após a derrota, ele deixou claro aos jogadores a importância do clube conseguir o terceiro lugar.
Por uma questão de 'dignidade'.
Mesmo sabendo que o sonho do Mundial de 2020 morreu...
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