Logo R7.com
Logo do PlayPlus
Cosme Rímoli - Blogs

Novo vexame do Brasil. Empate, no sufoco, com Senegal

Time desinteressado, previsível, lento. Cada vez mais a Seleção de Tite se mostra um time comum. E contra adversários fracos. Já são três jogos sem vencer

Cosme Rímoli|Do R7 e Cosme Rímoli

Em mais um amistoso inútil, vexame do Brasil contra o Senegal
Em mais um amistoso inútil, vexame do Brasil contra o Senegal

São Paulo, Brasil

O Brasil de Tite passou por mais um vexame. 

Desta vez em Singapura.

A CBF que havia preparado uma festa ao jogador que 'carrega a Seleção nas costas', Neymar, que completou 100 partidas com a camisa verde e amarela.


Mas o time se esqueceu de jogar.

E apenas empatou com a fraca equipe do Senegal. 1 a 1. 


Saiu na fente no placar, com gol de Firmino, e se acomodou. Mané sofreu pênalti e Diédhiou cobrou com raiva e precisão. 

Escapou da derrota, tomando uma bola na trave, aos 40 minutos do segundo tempo, em um chute fortíssimo de Mané. O jogador do Liverpool foi o melhor na partida.


"Não acredito que esteja faltando mais futebol. Adversário também joga, tem jogadores qualificados. A circunstância é um pouco difícil, estamos com fuso de 11 horas atrás, calor imensurável.

"Não é desculpa, mas você paga o preço. Acredito que temos que dar continuidade ao trabalho. Nunca é fácil ganhar.

"Não nos contentamos com o resultado, mas saiu todo mundo ileso dentro das circunstâncias. E isso é mais importante que qualquer coisa", alertava Daniel Alves, mais preocupado com a saúde do time.

"Se eu falar para você que não incomoda (os três jogos sem vitória) estaria mentindo. Nos últimos três jogos não conseguimos desempenhar, mas não é por falta de vontade.

"As outras equipes estão estudando muito o nosso jeito de jogar. Estamos em progresso. Temos de sair da retranca das equipes adversárias", discursava Thiago Silva, não dando o menor sentido nas suas palavras.

Senegal não montou retranca alguma.

A equipe africana foi muito melhor do que a brasileira. Aliou Cissé encarou sem medo o Brasil. 

Time previsível, sem apoio dos laterais, com lenta saída de bola do meio para o ataque. Casemiro e Arthur se mostram incompatíveis, têm a mesma característica defensiva. O que é terrível para Philippe Coutinho, sobrecarregado.

Neymar foi discreto, desinteressado, individualista. O que mais fez foi reclamar da arbitragem. 

Neymar, egocêntrico, forçando dribles. Só atrapalhou a Seleção Brasileira
Neymar, egocêntrico, forçando dribles. Só atrapalhou a Seleção Brasileira

Aos 36 anos, Daniel Alves cada vez mais demonstra não ter a mesma força ofensiva e defensiva como lateral direito. Já Alex Sandro não consegue atacar, por característica.

Depois de seis anos, o Brasil acumula três partidas sem vencer. Contra adversários sem tradição internacional.

Empate com a Colômbia em 2 a 2, derrota para o Peru, por 1 a 0. E o empate de hoje, contra Senegal. 

A vergonha já começou no estádio Nacional de Singapura. Os orientais já não se deixam enganar com a fragilidade do atual time de Tite. Foi péssimo para a Pitch, empresa que subloca os amistosos do Brasil, até 2022.

A capacidade da arena é de 50 mil pessoas. Havia pouco mais de 20 mil torcedores. 30 mil a menos serve como prova de que o Brasil já não desperta a mesma expectativa.

Economicamente foi um fracasso.

Assim como dentro de campo.

Arthur. Lento, sem imaginação. Volante sabota a velocidade brasileira
Arthur. Lento, sem imaginação. Volante sabota a velocidade brasileira

Tite está jogando fora os amistosos depois da Copa América. Ele teria tempo para testar novos atletas para as Eliminatórias para o Mundial do Qatar, que começam apenas em março de 2020.

Mas o treinador cai na fácil tentação de conseguir bons resultados em amistosos. E faz questão de colocar o seu melhor time, sem poupar ninguém.

Ele quer ganhar e acumular números para sua estatística à frente da Seleção.

Só que, sem tempo para treinar, e ainda mais tendo de enfrentar uma viagem desgastante, desnecessária, para o outro lado do mundo, tudo o que o técnico fez foi expor seus jogadores e a camisa do Brasil.

Do que adianta ter no time Philippe Coutinho, Neymar, Roberto Firmino e Gabriel Jesus se a bola não chega com qualidade ao quarteto? Se Tite não tiver coragem para olhar de verdade para Casemiro, Arthur, Daniel Alves e Alex Sandro, o Brasil seguirá sendo cada vez mais previsível.

E Senegal esteve longe de jogar na retranca. Mostrou um futebol moderno, marcando forte sem a bola e buscando o ataque, com troca de passes, ataques em bloco, triangulações pelas laterais e muita objetividade, o que faltou para a Seleção.

Comemorar antecipadamente a centésima partida de Neymar foi um tiro no pé. O jogador que já é egocêntrico e tem toda a proteção de Tite, tratou de tentar inúmeros dribles desnecessários, prendeu a bola, exigiu passes, matou vários ataques e contragolpes brasileiros.

Tite assistia tudo calado.

O que é assustador.

A subserviência do técnico ao camisa 10 do Brasil só facilitou a missão dos senegaleses.

O jogo começou com a falsa impressão que seria fácil. Gabriel Jesus, em raro passe que não buscou Neymar, acionou Roberto Firmino. O toque por cima do goleiro foi lindo. Brasil 1 a 0, aos oito minutos de jogo.

O que era ruim, ficou péssimo. 

A Seleção perdeu a concentração, acreditou que golearia, com direito a autógrafos aos africanos. Só que a maioria dos atletas do Senegal joga na Europa. São rodados, vividos.

Principalmente Mané, excelente atacante campeão da Champions League, com o Liverpool.

Ele foi o grande destaque do jogo, armando, articulando, usando principalmente sua explosão muscular, sua velocidade para se impor.

Foi assim que sofreu o pênalti de Marquinhos, aos 44 minutos do primeiro tempo. Diédhiou não desperdiçou.

No primeiro tempo, o Senegal teve mais posse de bola, mais finalizações ao gol. Domínio do jogo.

Gol de Firmino aos oito minutos. Enganou o vaidoso time brasileiro
Gol de Firmino aos oito minutos. Enganou o vaidoso time brasileiro

Tite tentou adiantar o Brasil, cobrou mais empenho dos atletas. Até houve. Só que os africanos seguiram melhor. Ederson e a trave salvaram a Seleção da derrota.

O amistoso serviu apenas para desgastar ainda mais a imagem do time brasileiro.

E conscientizar.

A Copa América é uma competição cada vez mais sem representatividade.

Tite precisa parar de se enganar...

Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.

Últimas


Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com oAviso de Privacidade.