'Novo Messi' corintiano. Fracassos, depressão, pôquer e escândalo
Defederico. A maior desilusão da história do Corinthians. De companheiro ideal para Ronaldo Fenômeno a jogador do Agropecuário, da Argentina
Cosme Rímoli|Do R7 e Cosme Rímoli
São Paulo, Brasil
Cristiano Ronaldo rompeu publicamente.
Bloqueou nas redes sociais o site Transfermarket.
No mês passado, o egocêntrico português não aceitou se ver apenas como o quarto jogador mais valorizado da Itália.
Christian Eriksen, Paulo Dybala, e Lautaro Martínez estavam à sua frente.
CR7 foi avaliado em 67,5 milhões de euros, R$ 384 milhões.
O português, se observar seu valor hoje, ficará ainda mais tenso: 60 milhões de euros, cerca de R$ 341 milhões.
Mas neste mesmo site, o mais respeitado do mundo na avaliação de atletas, consta o quanto vale um certo argentino de 30 anos.
O clube que desejar comprá-lo deve gastar apenas 75 mil euros, R$ 426 mil.
Seu time atual: Argentino Agropecuário, da segunda divisão.
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É um dos casos de maior desvalorizaçao do site.
Porque em junho de 2009, ele foi comprado por 3,2 milhões de euros, R$ 18,2 milhões.
E apresentado no Brasil, pelo Corinthians, como novo Messi.
Matias Adrián Defederico.
Ele é a prova viva como dirigentes são enganados por empresários. Por dvds com melhores lances e testes na seleção argentina.
Depois de sonhar com Riquelme, o Corinthians buscava um companheiro à altura de Ronaldo Fenômeno em 2009.
E seus dirigentes ainda tremiam de saudade de Carlitos Tevez. Sonhavam com um novo talento argentino.
Tentaram e fracassaram em tirar Riquelme do Boca Juniors.
Mas o Huracán surpreendia no país vizinho, conseguindo o vice campeonato nacional.
No time havia uma dupla que se destacava.
Dois jovens meia-atacantes.
Javier Pastore e Matias Defederico.
Como a diretoria do Huracán já havia acertado a venda de Pastore ao Palermo, por 4,7 milhões de euros, R$ 26,7 milhões, convenceu empresários representando o Corinthians que Defederico era o 'bom' .
Seria o "Novo Messi".
Andrés Sanchez engoliu a milonga.
E lá se foram R$ 18,2 milhões.
Em troca do jovem franzino, de 20 anos, apresentando-se como se fosse um espetacular jogador.
Era um trunfo do vice de marketing, Luiz Paulo Rosenberg, que foi para a Argentina e fechou contrato de cinco anos com o meia-atacante, de 20 anos.
Salário: 30 mil dólares, na época, R$ 60 mil.
Ou seja, o clube comprometeu 1,5 milhão de dólares, atuais R$ 7,8 milhões, em salários ao jovem meia.
O jogador surpreendeu pela timidez. Se encolheu diante da pressão de ser o 'companheiro' de Ronaldo. O 'novo Messi' era anulado facilmente nos treinos por reservas e garotos juniores.
Seu desempenho foi tão ruim que acabou rebaixado. Teve de jogar no sub-23 do Corinthians.
O que ninguém sabia é Defederico se perdeu nas noites de São Paulo.
Depressivo por provocar tanta decepção, ele passou a jogar, perder dinheiro no pôquer e horas de sono em baladas, regadas a uísque.
Inclusive com Ronaldo.
Defederico chegou a alugar um confortável apartamento que Tite tinha perto do Corinthians.
Ficou dez meses sem pagar.
Acabou despejado.
Pelo treinador do seu time.
Situação vergonhosa.
Em campo, ele não reagia.
Reserva dos reservas.
Conseguiu fazer apenas três gols em 34 partidas.
E mais momentos de depressão.
A diretoria tentou de todas as maneiras rescindir seu contrato.
Mas Defederico não rasgou dinheiro, sabia que tinha 1,5 milhão de dólares garantidos do Corinthians.
E o clube passou a emprestá-lo, a custo zero.
Foi para o Independiente, onde fracassou novamente. E teve de processar a equipe argentina para receber seus salários. Depois, o Corinthians o emprestou ao Huracán. E o futebol não voltou.
Com os seus direitos na mão, passou a ser um andarilho, sem rumo.
E sem talento.
Passou pelos Emirados Árabes, no Al Dhafra, no argentino Nova Chicago, de lá para o turco Eskişehirspor. Esteve, de passagem, no chileno San Marcos, no Mumbai City, na Índia.
Decepcionou também no Universidad Catolica, do Equador. Foi para o Al-Kawkab, da Arábia Saudita. Tentou a sorte no Apollon Smyrnis, da Grécia.
Até chegar ao Agropecuário, time da segunda divisão da Argentina.
Não bastasse tanta frustração, Defederico virou atração de programas populares na Argentina.
E não por um bom motivo.
Para explicar a tumultuada separação da dançarina, atriz e apresentadora Cinthia Fernández.
Os dois estiveram em vários programas, trocando acusações, brigando publicamente pela guarda dos três filhos.
Além de estamparem capas de revistas sensacionalistas.
Defederico está longe de ter enriquecido.
Ele é dono de um salão especializado em barba, Proper House.
No seu Instagram, há três dias ele colocou uma foto especial.
A comemoração de um gol do Corinthians.
Em 2009.
Estava feliz ao lado de Ronaldo e Dentinho.
Àquela altura não poderia prever a carreira fracassada que teria.
Muito menos a diretoria que esperava pelas jogadas, gols, arrancadas do "Novo Messi."
Enquanto isso, Javier Pastore está enriquecido.
Chegou a ser vendido por 43 milhões de euros, R$ 244 milhões, do Palermo para o PSG. E foi repassado para a Roma por 24 milhões de euros, R$ 136 milhões.
Atualmente o jogador de 30 anos está avaliado pelo Transfermarket em 8 milhões de euros, R$ 45 milhões, o que faz o Internacional sonhar com sua contratação.
Já Defederico é nome vetado nos clubes brasileiros.
Basta a enorme decepção que foi no Corinthians...
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