Teresópolis
Não há como disfarçar.
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A grande dúvida de Tite até a sua estreia do Brasil, na Copa do Mundo, dia 17 de junho, contra a Suíça, é o que fazer com Neymar.
Os exames mais minuciosos no principal jogador do país não deixaram dúvidas. A recuperação da sua operação no quinto metatarso foi perfeita. A consolidação do osso rompido está completa.
Se fosse em um clube e não estivesse a menos de um mês da competição mais importante do mundo, Neymar faria como Gabriel Jesus, que teve a mesma contusão. O atacante sofreu a contusão no dia 13 de fevereiro contra o Bournemouth. Só voltou a campo, contra o Manchester United no dia 27 de abril.
Gabriel Jesus só voltou a demonstrar seu potencial na segunda quinzena de maio. Mais de três meses depois da fratura.
Neymar teve o mesmo rompimento no osso, dia 25 de fevereiro, diante do Olympique. Se fosse apelar para o mesmo cronograma, estaria muito bem no início de junho, ou seja, às vésperas da Copa do Mundo.
Só que não é assim.
Como ele não voltaria a tempo para o final da temporada do Paris Saint-Germain, não houve pressa por parte do clube francês. Os cuidados ficaram por conta do médico Rodrigo Lasmar, acompanhado de perto, em todos os detalhes pelo PSG.
Ele está saudável e pronto para jogar.
"Eu garanto que, fisicamente, ele estará pronto para a Copa do Mundo. No melhor de sua forma. Mas tecnicamente a questão fica por conta do Tite. Ele que vai decidir se Neymar participará dos amistosos contra a Croácia e Áustria( dia 3 de junho, em Liverpool, e dia 10, em Viena, respectivamente). Não é comigo", avisa Fábio Mahseredjian.
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A preocupação se justifica.
Embora Neymar tenha sido obediente e treinado a sério na sua mansão em Mangaratiba, não havia o que fazer em relação ao ritmo de jogo. Ele está há três meses sem disputar uma partida.
"Isso prejudica qualquer atleta. Não tem como. E para readquirir o ritmo não é fácil para ninguém. Pode ser craque ou perna de pau. O pior é que ele nem teve como treinar", analisa Zico.
Essa é a maior preocupação.
Há dois grandes exemplos históricos. Ronaldo e Rivaldo. Ambos estavam contundidos às vésperas do Mundial de 2002. Foram duas apostas improváveis de Felipão. Ficaram dois meses sem poder atuar. O Fenômeno entrou em campo contra a Seleção da Catalunha. E Rivaldo apenas contra a Malásia. E foram fundamentais na conquista do penta.
Só que, por mais que tenham sido melhores do mundo, eles não eram tão fundamentais ao time como é hoje Neymar.
Se depender do atacante do PSG, ele entrará pelo menos alguns minutos contra a Croácia e Aústria. Não quer de maneira alguma só voltar a atuar na estreia do Brasil no Mundial, diante da Suíça.
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Não só pelo ritmo.
Mas pelo medo.
Ele deixou escapar em entrevista para Zico.
"Sempre tem aquele medo de voltar, então eu preciso perder esse medo o mais rápido possível para chegar na Copa voando. No começo é ruim, a gente fica com medo de fazer qualquer movimento errado."
Neymar nunca teve receio de divididas, ficou estarrecido com a contusão que sofreu sozinho. A fratura no metatarso aconteceu quando sua chuteira travou no gramado.
Neymar quer estar em campo em Liverpool e em Viena.
Esta postura otimista que estimula Tite.
A previsão é que Neymar comece a treinar para valer com bola na quarta-feira. Ele terá onze dias de treinos até o amistoso contra os croatas.
A escalação ou não do atacante nos amistosos dependerá do comportamento psicológico do jogador. Fisicamente as informações são as melhores possíveis. Ele está absolutamente descansado. Escapou do desgaste final do calendário europeu.
Essa é a grande compensação da contusão que atingiu Neymar.
Até por ele, a Comissão Técnica terá uma missão diplomática. Evitar o clima de confronto contra croatas e austríacos. Principalmente nas divididas envolvendo Neymar, caso ele entre em campo.
A situação não é simples.
Muito pelo contrário.
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