Neymar fracassa como meia. Brasil, monótono, empata em 0 a 0 com a Colômbia
Outra vez, a seleção decepciona. Depois de nove vitórias na fraquíssima eliminatória sul-americana, a seleção apenas empatou em 0 a 0 com a esforçada Colômbia
Cosme Rímoli|Do R7 e Cosme Rímoli
São Paulo, Brasil
Enfadonho, sem criatividade, nem vibração.
A seleção de Tite outra vez jogou muito mal. Só que desta vez não ganhou de mais uma seleção mais fraca da América do Sul. Depois de nove vitórias consecutivas nas Eliminatórias, empatou em 0 a 0, com a Colômbia, em Barranquilla.
Neymar fez uma das piores partidas com a camisa do Brasil. Praticamente andou em campo, sentindo o calor úmido de Barranquilla. Desinteressado, lento, sem mobilidade.
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Os destaques do Brasil foram Raphinha e Antony, que entraram na segunda parte do segundo tempo e conseguiram criar duas chances reais. Foram bem melhores do que Gabigol e Gabriel Jesus.
Mas o time de Tite foi assustadoramente burocrático. Tocou a bola, mas sem objetividade alguma.
O treinador ainda pôs Neymar como meia, o que não funcionou.
Foi um fracasso longe do lado esquerdo do campo.
Como o Brasil já entrou em campo com 27 pontos, com a classificação para a Copa do Mundo mais do que assegurada, Tite pôde fazer o principal teste que tanto queria. Neymar como o "cérebro" do time.
Não só não deu certo, pela falta de característica de armador, como errou inúmeros últimos passes. Se fosse qualquer outro atleta, Tite o tiraria do campo, tão improdutivo que foi.
Se Tite não agiu, quase Neymar sai por conta de Mina. Ele e o ex-zagueiro do Palmeiras ficaram se provocando, se xingando em boa parte do jogo. O brasileiro segue agindo como um juvenil, apesar dos 29 anos. Os atletas com menos talento do que ele querem apenas desconcentrá-lo, irritá-lo. E conseguem. É algo vexatório também para Tite, que não consegue fazer com que o atleta mais importante da seleção aja com racionalidade. Não perceba que a intenção é abalar o seu psicológico. E Mina conseguiu. Neymar ficou pior ainda.
Os dois ficaram se empurrando, se encarando. Se o árbitro argentino Patricio Lousteau não tivesse feito média, Neymar e Mina seriam expulsos.
O técnico segue em sua campanha cruel de queimar Gabigol. Enfiado entre os zagueiros, sem receber bola, sem participar do jogo.
Assim também como exagerou no medo de Martínez e Falcão Garcia. Prendeu os dois laterais brasileiros, Danilo e Alex Sandro, tirando o oxigênio no ataque pelos lados do campo, tradição desde que o futebol chegou ao Brasil, em 1894, com Charles Miller.
Tite sabia que o time de Reinaldo Rueda é especialista em contragolpes velozes. Ainda mais na quente Barranquilla. O que fez? Tratou de pôr Fabinho, Fred e Lucas Paquetá presos na intermediária.
Com os laterais travados, sem passar da linha do meio-campo, como se jogava na década de 70, Neymar estranhando ter de atuar pelo meio. Gabriel Jesus, de novo, mais marcando o lateral adversário, desta vez o limitado Mojica, e Gabigol encaixotado entre os zagueiros e os volantes colombianos, era claro que o Brasil não conseguiria atacar.
Para piorar a partida, para quem passou 90 minutos assistindo ao jogo, a Colômbia já entrou satisfeita com o empate. Para Rueda daria moral. Parar a série de vitórias da seleção brasileira. E ainda somar um ponto na sofrida estrada do seu país nas Eliminatórias.
Se Tite optava pelo 4-3-1-2, a Colômbia distribuía seus jogadores no 4-4-2, variando para o 4-5-1, deixando apenas Falcão García à frente.
O jogo foi monótono, sem lances agudos, com raros chutes a gol. Com raros dribles para quebrar as linhas de marcação.
Só foi melhorar, um pouco, quando Tite acordou. Aos 15 minutos do segundo tempo pôs Raphinha, canhoto, aberto pela direita. E, aos 25, quando permitiu que Antony atuasse na esquerda.
Foram os dois jogadores que criaram as chances reais, que Ospina defendeu.
Mas foi pouco demais para a seleção.
A fraca Colômbia se contentou com o 0 a 0.
Tite segue sem conseguir armar o ataque do Brasil.
Neymar hoje foi lastimável.
Errou domínio de bola, dribles, chutes.
Foi lento e caiu na provocação de Mina.
É um triste sinal, dentro da ótima campanha nas Eliminatórias.
Tão boa por conta dos fracos adversários...
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