São Paulo, Brasil Aos 13 minutos do primeiro tempo, Neymar puxou contragolpe do Paris Saint-Germain. Serviu Mbappé, que chutou forte, Moulin conseguiu defender. Mas a bola sobrou para Neymar, que bateu com convicção. A bola bateu no travessão e caiu dentro do gol do Saint Étienne. 1 a 0. Mas foi aos 12 minutos mais tarde, aos 25 minutos, quando o veterano capitão do Saint Étienne, Perrin, deu um carrinho violento e desnecessário, e que torceu o tornozelo direito de Mbappé, tirando o talentoso jogador da partida, que Neymar mostrou sua importância. Deixou a beirada do campo e atuou fixo como meia. E mostrou grande evolução técnica e psicológica. Em vez de prender a bola, querer dar dribles desnecessários, ele tabelou, serviu, lançou. Descobriu companheiros livres na área adversária, três vezes. E os gols foram desperdiçados. Por maior que tenha sido violento o início do Saint-Étienne, o brasileiro se controlou. Não caiu em provocações. Não discutiu com o fraco árbitro Amaury Delerue. Foi o grande líder técnico que o PSG precisava, sem o talento explosivo de Mbappé. A Copa da França foi conquistada de maneira tranquila, com um time bem mais fraco e com um jogador a menos, o Saint-Étienne lutou, mas não conseguiu ameaçar de verdade o time da família real qatariana. E Neymar conquistou seu sétimo título desde que chegou à França, há três anos. Foram sete títulos nacionais, no fraco futebol francês. Nenhum internacional. O torneio que o tornou jogador mais caro do mundo entrará na sua reta final, no dia 12 de agosto, quando definirá sua sorte nas quartas-de-final da Champions League contra o perigosíssimo Atalanta. O PSG domina a França. Mas até agora não mostrou capacidade para se impor na Europa. Assim como Neymar segue longe da ser o melhor do mundo. Fez hoje, no entanto, uma partida irrepreensível. Aliás, faz o que quer no futebol francês. São 70 gols, com a camisa do PSG, em 81 partidas. A esmagadora maioria deles, na França. Na temporada são 19 gols e 9 assistências em 23 jogos. A caminho dos 29 anos, Neymar entra nos anos decisivos da carreira. Se conseguir seguir mostrando o que fez hoje, na decisão da Copa da França, usar seu talento excepcional para o bem da equipe, atuar coletivamente, sem chiliques e nem simulações, ainda pode surpreender o mundo. E deixe suas poses para depois do jogo. Com a taça na mão. Que a final de hoje não tenha sido uma miragem...