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Cosme Rímoli - Blogs

“Não sou salvador da Pátria.” A dois meses de completar 40 anos, Thiago Silva não promete que o Fluminense não será rebaixado

O jogador finalmente fará sua estreia domingo, contra o Cuiabá. Direção, torcida e Mano apostam que ele será responsável por evitar o rebaixamento para a Segunda Divisão. O clube carioca tentou seu retorno há seis anos. Sem mercado na Europa, o ‘capitão’ voltou

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Thiago Silva não promete que o Fluminense não vai cair. "Vamos fazer o máximo para não sermos rebaixados' Fluminense

Thiago Silva, a dois meses de completar 40 anos, é vivido, realista.

E nãNão, ele não falou a frase que a mídia carioca esperava.

Não quis assumir a responsabilidade de prometer o que o torcedor esperava.

o pronunciou as palavras que jornalistas ansiavam para as manchetes.


“O Fluminense não vai cair” não foi uma das centenas de frases que o jogador falou, na longa coletiva antes de sua reestreia pelo Fluminense, depois da última partida, em dezembro de 2008.

Pelo contrário, mostrou toda a sua disposição, seu espírito de doação.


Mas não quis assumir o compromisso tão pesado.

“Não sou salvador da Pátria.”


Sabe que o Fluminense está na lanterna, na última colocação do Brasileiro, depois de 16 partidas.

Mais de 40% do Brasileiro já foi disputado.

E a campanha é assustadora.

Uma vitória, cinco empates.

Nada menos do que dez derrotas!

“Não imaginava que passaríamos por esse momento. Campeão da Libertadores, da Recopa, com o melhor futebol visto e, de uma hora para outra, as coisas não andam como ano passado andou. Você vai perdendo confiança.

“Cada vez que a gente não vencia, a pressão vinha mais forte. Só que com as derrotas, a confiança vai lá embaixo. Jogador sem confiança é difícil de dar confiança no jogo seguinte”, disse, com a experiência de que capitão da Seleção em 2014, foi um dos personagens principais que fizeram o Brasil desabar.

Thiago Silva realmente deixou claro estar muito tenso.

Quando ele foi dispensado do Chelsea negociou com o Fluminense no auge, sob o comando de Fernando Diniz.

Campeão da Libertadores, com o time encaixado, jogando muito bem.

Mas Diniz foi incapaz de trazer novas alternativas para o time atuar e tudo despencou.

Inclusive ele, que chegou à Seleção, perdeu o emprego.

Foi embora chorando das Laranjeiras.

Os dois, em longas conversas por telefones, haviam planejado como a equipe atuaria, com a sua chegada, neste segundo semestre de 2024.

Mas deu tudo errado, sem Diniz, com Mano Menezes e sua visão completamente diferente do técnico que foi embora.

“Mas teve a mudança de comando. Agora tem que ter uma mudança de postura. É muito mais fácil trocar uma pessoa do que trocar 25 jogadores. Temos que olhar para dentro e ver o que estamos fazendo de errado. Todos temos que fazer isso. Não adianta só falar “foi o Diniz’.”

Nas palavras de Thiago é fácil perceber o quanto ele tentou preservar o ex-treinador do Fluminense, que se tornou seu amigo.

O jogador sabe o quanto o time precisa de vitórias para não ser rebaixado.

E ao mesmo tempo tem os confrontos das oitavas da Libertadores, diante do Grêmio.

Mas se depender dele, a maior conquista é não ser rebaixado.

“É difícil a gente falar sobre isso. São algumas competições importantes. Acredito que o título mais importante para mim, nesse momento, é tirar o Fluminense dessa situação. Claro, não perdendo o foco nas outras competições, que são eliminatórias. Mas o rebaixamento causa danos importantes para o clube. Não somente para os jogadores, mas também para as pessoas que estão atrás da câmeras. Temos o desejo de tirar o Fluminense dessa situação também por causa dessas pessoas. O Fluminense fica, os jogadores vão, muitos profissionais são mandado embora porque tem que cortar despesas. Temos que, juntos, tirar o Fluminense dessa situação. Essas pessoas vão ser punidas e os jogadores vão para outros lugares. Muito falaram: “Thiago e Marcelo podem manchar a carreira caindo de divisão”. Marcelo tem cinco Champions. Mas o momento é esse. Vamos fazer o máximo para o Fluminense não cair para a segunda divisão.

O zagueiro virou uma obsessão dos dirigentes das Laranjeiras, que mostram enorme apego aos seus ex-ídolos.

Como Fred, Marcelo, Edinho, Branco e Conca.

Mas Thiago Silva é especial. A cada dificuldade em renovação de contrato na Europa, o sonho voltava à tona.

Há seis anos era a mesma história.

“Um dia eu volto”, dizia, enigmático, o jogador, que preferiu seguir nas grandes equipes europeias o quanto pôde.

E em uma idade que cerca de 90% dos atletas de futebol se aposentam, ele retorna.

Aos 39 anos e dez meses.

Ele não fala, não assume.

Mas é a última esperança do clube para escapar do rebaixamento.

“Eu não sou o salvador da pátria.

“Sozinho eu não vou fazer nada, mas eu sei que juntos nós podemos.”

Ele precisa começar a mostrar domingo, na Arena Pantanal.

Contra o Cuiabá...




Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.

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