MP do Acre exige que Bruno jogue com tornozeleira eletrônica
O Ministério Público vê Bruno como um 'criminoso comum'. E exige que use tornozeleira eletrônica até nos jogos do Rio Branco
Cosme Rímoli|Do R7 e Cosme Rímoli
São Paulo, Brasil
O peso é de 128 gramas.
Dentro de uma embalagem plástica, um GPS e um sensor.
Segurando o aparelho na canela, uma fita elástica.
Ela é a tornozeleira eletrônica.
Reservada para criminosos em regime semiaberto, em alguns Estados do Brasil.
"Aqui a regra é que todo reeducando que está no regime semiaberto use a tornozeleira eletrônica. Não seria diferente. Está aqui no estado cumprindo semiaberto, porquê não seria? Vale para todos", disse o procurador promotor de justiça Tales Fonseca Tranin, da 4ª Promotoria Criminal de Execução Penal e Fiscalização de Presídio, do Acre.
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A tornozeleira está reservada para Bruno, goleiro que foi condenado por ser o mentor do sequestro, morte e ocultação do cadáver da modelo Eliza Samudio.
Ele foi condenado a 22 anos.
Cumpriu dez em regime fechado.
Está no semiaberto e quer voltar a jogar futebol.
Tem sido recusado por clubes pela reação da sociedade, contra o exemplo, de um condenado por assassinato jogar futebol.
O Rio Branco do Acre já perdeu seu único patrocinador por ter Bruno.
Segue pressionado por grupos feministas.
Torcedores ameaçam boicote ao clube.
Os dirigentes só não contavam com essa exigência da tornozeleira eletrônica, até durante os jogos.
E mais.
O procurador exige que o Rio Branco arque com a compra de novo aparelho, caso a tornozeleira eletrônica seja danificada nos jogos.
“Como o Bruno é a profissão dele, eu tô pedindo para que o Rio Branco, que é o empregador, arque com os custos se houver os danos. Porque também não é justo o estado ficar pagando a tornozeleira toda vez que estragar, porque vai ficar levando porrada de bola. O pedido é esse."
Há modelos de tornozeleiras eletrônicas que custam até R$ 700,00.
O Ministério Público do Acre também quer cercear a vida de Bruno.
O goleiro terá de ficar no Centro de Treinamento do Rio Branco, após às 18 horas durante a semana e, aos domingos e feriados nacionais, não poderá sair.
Se os jogos acontecerem domingo ou à noite, ele vai precisar de autorização da Justiça.
Bruno pode ser o primeiro jogador do Brasil a atuar com tornozeleira eletrônica.
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