Messi mostrou, outra vez, por que Neymar foi para Paris
Com dois gols e uma assistência del, o Barcelona fez 3 a 0 no Chelsea. Está nas quartas da Champions. Messi chegou a cem gols na competição
Cosme Rímoli|Cosme Rímoli
Quem assistiu a Barcelona e Chelsea entendeu porque Neymar está no PSG. O egocêntrico brasileiro ainda teria de esperar anos para ser o protagonista na Catalunha. O posto é do argentino Lionel Messi, o mais completo jogador do mundo. Dois gols e uma assistência fantástica para a fácil vitória do Barcelona por 3 a 0, confirmando a vaga para as quartas de final.
Messi chegou ao seu centésimo gol só na Liga dos Campeões. Apenas a 'máquina' Cristiano Ronaldo tinha atingido a marca centenária, o português acumula 117.
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Mas Messi é muito mais do que um definidor fabuloso, que ele também é. Ele consegue ditar o ritmo, driblar, desestruturar os mais firmes sistemas defensivos.
Antonio Conte sabia que seria um tormento, depois do 1 a 1, em Londres. O Barcelona no Camp Nou cresce com sua torcida impressionante e também tem uma característica que é fundamental na Champions League: sabe pressionar qualquer árbitro. É preciso muita personalidade para suportar a pressão ensaiada do time catalão. Messi, Iniesta, Busquets, Piqué, Suárez reclamam, cobram, xingam. Desconcentram os juízes escalados para grandes partidas como hoje.
E o esloveno Damir Skomina não esteve à altura do grande confronto. Ele aceitou ser pressionado durante toda a partida pelo Barcelona. Messi foi o principal a reclamar. Suas cobranças com a mão na cara do juiz deram certo. Skomina teve a coragem de não marcar um pênalti claro em Marcos Alonso, quando a partida estava 2 a 0 para o Barcelona, aos quatro minutos do segundo tempo. Um gol inglês poderia ter transformado todo o confronto.
Mas foi longe de ser injusto o resultado. O Barcelona de Ernesto Valverde não queria sofrer e fez seu time pressionar, sufocar os ingleses. E logo aos dois minutos, Messi acionou Dembélé e Suárez. O argentino recebeu passe maravilhoso do uruguaio. Bateu em cima do fantástico Courtois. Mas o goleiro falhou feio, com a bola chutada de pé direito, em cima dele, passou no meio de suas pernas. 1 a 0 como cartão de visita para os britânicos.
Messi seguiu desfilando a diferença de um gênio que espera a bola nos pés, de um fenômeno, capaz de entender a intensidade da marcação na intermediária. Com virilidade, ele tomou a bola de Fábregas e desceu corajoso, enfrentando a desesperada linha de três zagueiros do Chelsea. Invadiu a área como quis e tocou para Dembélé livre, estufar as redes. 2 a 0.
Antonio Conte não quis mudar a estrutura tática do Chelsea. Sabia que seu time poderia ser goleado. No intervalo, adiantou suas linhas. Conseguiu o pênalti não marcado pela incompetência de Skomina. E, com os ingleses pressionando, Messi acabou com o confronto de vez.
Messi desceu livre, ganhou na raça de Moses, e chutou forte, de esquerda. Outra bola no meio das pernas de Courtois. 3 a 0, aos 17 minutos. Os ingleses, que têm uma grande equipe, ainda mostraram força, acertaram a trave de Ter Stegen. Mas sabiam que a Champions League de 2017/2018 havia acabado há muito tempo.
Desde os dois minutos quando a bola chegou em Messi.
Sobraram para disputar os jogos decisivos da Champions: Real Madrid, Juventus, Manchester City, Liverpool, Bayern, Sevilla e Roma, além dos catalães.
O aguardado sorteio será na sexta-feira.
Mas cabe um conselho ao jogador mais caro do mundo.
Neymar, continue no PSG.
Ou, no máximo, vá para o Real Madrid.
No Barcelona o reinado é de Lionel Messi...
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