Medo do rebaixamento domina o Corinthians. Pedrinho quer sair
Time sente demais a perda da final da Copa do Brasil. E para piorar, Andrés Sanchez garante. Haverá reformulação em 2019.
Cosme Rímoli|Do R7 e Cosme Rímoli
São Paulo, Brasil
Andrés Sanchez sabia.
Seria infernal para ele se o Corinthians não fosse campeão da Copa do Brasil.
A derrota diante do Cruzeiro trará pressão insuportável nas últimas nove partidas do Brasileiro.
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O time está em 11º lugar, a 11 pontos do sexto colocado, com direito à Libertadores.
Mas apenas a quatro pontos da zona de rebaixamento.
Pior, com os jogadores sabendo que haverá reformulação para a nova temporada.
O time é fraquíssimo.
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Ganhou o insignificante Paulista e foi eliminado nas oitavas da Libertadores.
E, sem pudor algum, Andrés avisou ontem que virão reforços.
Logo após a derrota diante dos mineiros, no Itaquerão.
O treinador Jair Ventura já está estudando reforços.
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O que só traz ainda mais insegurança a que precisa disputar os últimos jogos pelo torneio nacional.
Nenhum clube da Série A perdeu mais do que o Corinthians, são 23 derrotas no ano.
Os líderes das organizadas, que dão sustentação a Andrés Sanchez desde 2007, estão revoltados. Não querem nem pensar no clube vivendo novo rebaixamento, como em 2007.
A equipe não vence há quatro partidas no Brasileiro.
A sequência é complicada. Vitória, na Bahia; Bahia, em casa; Botafogo, no Rio; São Paulo, em Itaquera; Cruzeiro, em Belo Horizonte; Vasco, em Itaquera; Atlético Paranaense, em Curitiba; Chapeconense, em Itaquera; e Grêmio, em Porto Alegre.
Tudo fica pior pela pressão externa.
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Uma péssima notícia que já domina o Parque São Jorge foi o desabafo, nas redes sociais, do empresário de Pedrinho.
"Pra mim foi a gota d’água, já deu, muito difícil trabalhar num país de desonestos como esse Brasil onde as pessoas fazem o que querem e fica por isso mesmo, país de “entendidos” e safados, queria aqui de coração deixar o meu agradecimento pra essa enorme torcida do Corinthians que sempre esteve ao nosso lado, nunca esqueceremos de vocês", escreveu Will Dantas.
Ele ficou irritadíssimo com o gol anulado ontem do seu jogador, pelos árbitros de vídeo. Houve uma falta de Jadson em Dedé, antes do maravilhoso chute do garoto de 20 anos.
Horas depois, assustado com a repercussão, Will disse que sua revolta era com o VAR. Não convenceu ninguém da diretoria corintiana.
Na verdade, o mal estar já vem há tempos. Porque mesmo com o time fraco, Jair Ventura insiste em colocar Pedrinho como reserva. O que esfria qualquer interesse de grandes equipes no meia atacante. Ainda mais por ter multa rescisória de 50 milhões de euros, cerca de R$ 214 milhões.
Andrés segue firme com conselheiros assustados pela ameaça de saída da grande revelação. O presidente diz que ele tem contrato e multa. Se quiser sair, basta um clube depositar a rescisão. Irreais R$ 214 milhões. O dirigente fala porque sabe que ninguém gastará tanto com Pedrinho agora, sem provar que é mesmo um jogador excepcional.
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Além disso, alguns outros jogadores na faixa de 30 anos vislumbram transferências para ganhar dinheiro. Cássio, 31 anos, e Fagner, 29 anos, são os principais. Aos 26 anos, Romero, figura constante nas convocações do Paraguai, também já pensa em jogar no Exterior.
Conseguir motivação para as nove últimas partidas, depois da derrota em casa de uma competição tão importante quanto a Copa do Brasil é um desafio enorme.
Os jogadores perderam a maior premiação já oferecida pelo Corinthians, em todos os tempos. Se conquistassem o título ontem, dividiriam R$ 17,5 milhõses.
Por isso, a 'ressaca' é tão pesada.
Jair Ventura já fala em união e foco.
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Mas o elenco está desconfiado.
Sabe que será reformulado.
O medo da diretoria também atinge a Renault.
A empresa francesa foi a patrocinadora pontual da final da Copa do Brasil.
A esperança era convencê-la a bancar o patrocínio master do clube.
O que é difícil.
O Corinthians deverá fazer promoções.
Cobrar preços mais baratos para seus últimos jogos no Brasileiro.
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Tudo para atrair torcedores.
Insistindo na promessa de time forte em 2019.
"A comissão está a todo momento estudando jogadores, estamos indo atrás. Vamos buscar. Com certeza o torcedor pode ficar tranquilo, teremos time forte ano que vem. Sabemos que precisamos trazer jogadores e isso vai ser feito", diz Andrés Sanchez.
A declaração vem no pior momento.
Com os jogadores limitados abatidos.
E agora preocupados com o futuro de suas carreiras.
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O que pode atingir diretamente a sobrevivência na Série A.
Andrés Sanchez assumiu em 2007, no final do ano.
O clube foi rebaixado.
Só ele sabe o sofrimento que passou.
Com direito até a cusparada de membro da organizada.
O risco é real.
E atitudes impensadas, como avisar da reformulação, são venenosas...
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