Medo do Flamengo fez Abel complicar o Palmeiras. Apostou em reservas. Perdeu para o Vitória. E expôs Estevão à toa

Por temer a força do Flamengo, na partida de quarta-feira, pelas oitavas de final da Copa do Brasil, Abel Ferreira errou.

Colocou uma equipe reserva, desentrosada, e, de acordo com ele próprio, com jogadores desanimados.

Porque sentiam que não atuariam no importantíssimo confronto de quarta-feira, no Maracanã.

E o Palmeiras foi um adversário fácil para o fraco e desesperado Vitória, de Thiago Carpini.

Perdeu, pela primeira vez na história dos Brasileiros, em casa para o time baiano, por 2 a 0, gols de Marcinho e Matheuzinho, ontem à noite.

Dos últimos 12 pontos que o forte elenco palmeirense disputou, ganhou apenas três.

Ou seja, das mais recentes quatro partidas, três derrotas.

Abel não vive boa fase.

Além do time desentrosado, escancarado para os previsíveis contragolpes do Vitória, ele expôs, sem necessidade, Estevão.

Se havia um jogador em todo o elenco que poderia não ter entrado em campo, era o garoto de 17 anos.

Atacante mais talentoso, já vendido ao Chelsea, por R$ 318 milhões, ele acumulava torções no tornozelo esquerdo.

Com seu físico franzino, visivelmente em formação, ele é alvo de entradas duras, viris dos adversários, que sabem do seu poder de desequilibrar uma partida, com dribles, infiltrações, passes inesperados e chutes cruzados, pelo alto.

Aos 19 minutos do segundo tempo, ele, que já vinha sendo perseguido pela ríspida zaga baiana, pisou em falso, torceu o tornozelo esquerdo e virou séria dúvida contra o Flamengo.

Dudu entrou no seu lugar e, de novo, nada fez de produtivo.

Aliás, como todo a equipe escolhida ontem por Abel.

O treinador português tratou de mostrar sua ira contra seus atletas.

Algo que dificilmente faz em público.

“Os jogadores que entraram hoje acharam que por jogarem esse jogo não iriam jogar o próximo. Pensaram errado, por pensarem assim que se calhar no próximo não vão jogar. Eles têm que entender que todos os jogos são finais, são importantes, e esse era um deles. O Palmeiras tem obrigação de jogar todos os jogos para ganhar.”

O recado de Abel tinha endereço certo.

Lázaro, Caio Paulista e Gabriel Menino.

O primeiro saiu ainda no intervalo.

Os outros dois, aos nove minutos do segundo tempo.

O argentino Giay e Mauricio, que pela primeira vez começaram uma partida como titulares, foram muito mal.

Rony, que também teve péssimo desempenho, pelo menos lutou, correu, mas faltou o mínimo de coordenação tática.

Vive fase constrangedora, que se iguala a quando chegou no Palmeiras.

O time saiu muito vaiado por mais de 39 mil pessoas que lotaram o Allianz Parque. A torcida saiu extremamente decepcionada com o que assistiu.

Abel Ferreira começou o jogo sem Aníbal Moreno, Flaco López, Felipe Anderson, Gustavo Gómez, Vanderlan, Weverton. Mais Raphael Veiga, suspenso. Mayke e Murilo, em fase final de recuperação.

O treinador sabe que errou.

Exagerou nos atletas poupados.

E expôs o que mais merecia cuidados.

Agora, enfrentará o Flamengo, com seus atletas pressionados, com falta de confiança.

Além de ficar estagnado em terceiro lugar.

Podendo ser ultrapassado por Fortaleza e Cruzeiro, com partidas a menos.

Botafogo segue líder.

Com o Flamengo em segundo, com três pontos de distância.

E ainda dois jogos por fazer.

O fracasso contra o fraco Vitória trouxe um peso enorme nessa trajetória do Palmeiras...

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O técnico Abel Ferreira admitiu que a fase do Palmeiras não é boa após o revés para o Vitória, pelo Brasileirão, no Allianz Parque.