Medo de Luxemburgo tira a vitória do Palmeiras, contra o Grêmio
Treinador atraiu o time de Renato Gaúcho para a área palmeirense, ao trocar o meia Raphael Veiga pelo zagueiro Victor Hugo. Pensou na invencibilidade
Cosme Rímoli|Do R7 e Cosme Rímoli
São Paulo, Brasil
40 minutos do segundo tempo.
O Palmeiras estava controlando o Grêmio, deixando a bola longe do gol de Weverton.
Ganhando o jogo sem passar sustos.
Foi quando Vanderlei Luxemburgo resolveu mostrar medo.
Trocou Raphael Veiga, autor do gol, e que ajudava a segurar a bola na intermediária, diminuía o ritmo de jogo, fazia o tempo passar para garantir três pontos.
O técnico do Palmeiras tratou de tirar o versátil meia e colocou o zagueiro Victor Hugo. Fez com que jogasse entre Felipe Melo e Gustavo Gómez.
E ainda recuou seu time.
Pensou de maneira pequena, na elogiada invencibilidade do time. Afinal, eram 16 partidas sem derrota.
Excelente para um técnico de 68 anos, que passou quase dois anos desempregado.
Tudo que conseguiu foi atrair o Grêmio para sua área. Fez renascer a esperança no time em crise, e sem a menor inspiração, de Renato Gaúcho.
Resultado, aos 46 minutos, o 'minúsculo' Ferreira, 1m72, cabeceou escanteio, cobrado por Alisson, para as redes.
1 a 1.
O Palmeiras desperdiçou dois pontos importantíssimos na luta para reconquistar o Brasileiro. Assim como contra o limitado Sport, no empate na arena paulista, e contra o também limitado Bahia, sofrendo gol no último minuto, também por recuar.
Em vez de vice líder, se mantivesse a vitória hoje, é o quarto colocado no Campeonato Nacional.
Luxemburgo simbolizava o desânimo, a tensão na sua rápida coletiva, após o jogo, em Porto Alegre.
Já sabia das inúmeras críticas dos torcedores. Assim como também sabe que seu seu trabalho segue sendo visto com desconfiança por conselheiros e até dirigentes palmeirenses.
Os 40 anos como técnico o ensinaram a desviar o foco, quando seu trabalho é ruim. E, de novo, repassou a culpa aos jogadores, depois de uma partida que estava ganha.
"Gols acontecem, não é questão de falta de atenção.
"Faltou segurar a bola no ataque.
"Não tem a necessidade de fazer o segundo gol, tem que tocar mais, ganhar tempo, virar a bola", disse o sexagenário treinador.
Luxemburgo sempre despreza a inteligência daqueles que acompanham com atenção suas declarações.
Como segurar a bola na frente, se ele mesmo tirou o jogador que mais 'segurava a bola' e colocou um zagueiro?
Um time que abre mão, não tem a 'necessidade' de fazer o segundo gol, dominando a partida, é algo incoerente.
O treinador demonstra que está se importando mais com a invencibilidade do que com as vitórias.
O Palmeiras está sim há 16 partidas sem perder.
Mas empatou a metade, oito jogos.
Com o elenco qualificado e milionário que o clube possui, os resultados não são empolgantes, longe disso.
Contra o Grêmio, Vanderlei tratou de montar um time cauteloso, com duas linhas de quatro jogadores e dois atacantes abertos pelas pontas. Três volantes.
A sua estratégia era travar o Grêmio.
Não importava se o rival gaúcho está enfraquecido e vivendo momento de muita pressão.
A estrutura tática sem ambição, sonhando com o 0 a 0.
Ele não queria era perder.
A partida estava sonolenta, quando Viña conseguiu excelente cruzamento e Raphael Veiga escapou da marcação e fez um belíssimo gol de sem pulo, aos 26 minutos do segundo tempo.
Renato Gaúcho que, depois de quatro anos, está sendo muito cobrado no Grêmio,tratou de tentar adiantar a marcação, fazer seu time buscar ao menos o empate.
Mas o Palmeiras seguia marcando muito bem.
E segurando a bola na frente.
Até que a partida chegou aos 40 minutos do segundo tempo.
E Luxemburgo resolveu segurar a vitória.
Mas de maneira medrosa.
Trazendo o Grêmio para a grande área palmeirense.
O gol de empate não foi castigo.
Renato Gaúcho deveria agradecer escapar da derrota.
Foi a constatação que Luxemburgo mudou.
O treinador ousado, vibrante, ficou no passado.
E o Palmeiras não conseguiu vitória importante por sua causa.
Pura covardia tática...
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