São Paulo, Brasil
Vinte e sete minutos do segundo tempo.
O Santos vencia a partida contra o San Lorenzo por 2 a 1.
Tinha um jogador a mais, já que o lateral-esquerdo Rojas havia sido expulso, 22 minutos antes.
O time argentino crescia, no Mané Garrincha, em Brasília.
Ariel Holan estava preocupado porque seu principal atleta, Marinho, estava irritado. Já tinha tomado cartão amarelo, aos 17 minutos, por falta em Óscar Romero.
O treinador santista anteviu que Marinho poderia ser expulso.
Por isso o substituiu.
Só que o experiente atacante, que fará 31 anos em maio, teve uma atitude indecente.
Marinho percebe que Ariel Holan se encaminhou, com a mão direita esticada, para cumprimentá-lo.
Mas o atacante fez questão de não olhar para o rosto do técnico.
O ignorou.
Sem graça, o treinador apenas tocou no peito do jogador.
Marinho continuou andando.
Ao passar pela porta dos vestiários, no Mané Garrincha, tirou a camisa, revoltado.
O San Lorenzo empatou.
Pegará Boca Juniors, Strongest e Barcelona.
O jogador voltou do vestiário e assistiu ao final da partida em Brasília.
O que deveria ser motivo de festa, se tornou constrangimento.
O desprezo de Marinho ao técnico prevaleceu.
"Normal (o jogador ter saído insatisfeito)."
"Marinho é importante para o time e é óbvio que não queria sair. E não sairia contente do campo do jogo", disse o técnico, sem graça, tenso.
Marinho não deu entrevistas.
As críticas foram intensas, fortes nas redes sociais.
E o jogador usou seu Instagram para se desculpar.
"Primeiramente esclarecer que minha atitude foi péssima hoje, após a mudança sai chateado!"
"Não sou insubstituível, não sou dono do time e estou aqui para ajudar, sempre me dediquei e vesti esse manto com muito orgulho!"
"Jogador nenhum acima do clube ou faltar com respeito ao treinador, porém já pedi perdão ao treinador diante do grupo, nunca tomei atitude assim com treinador nenhum, fica aqui minhas desculpas, justo eu vir aqui e falar!"
"Sou homem, e continuarei dando a vida para esse clube, mesmo querendo ficar em campo e ajudar, respeito e sempre irei respeitar qualquer decisão da comissão técnica!"
"Humildemente vim aqui me desculpar e esclarecer!"
"Agora classificado para a fase de grupos."
"E espero que os julgamentos não passem do ponto sobre meu caráter."
"Obrigado."
"Gratidão sempre por vestir esse manto."
Ninguém tem o direito de julgar o caráter de Marinho.
Mas sua atitude enquanto jogador do Santos, sim.
O que ele fez foi inaceitável, desrespeitoso, egoísta, vergonhoso.
Expôs um técnico que mal chegou ao Brasil.
Que tem o direito de substituí-lo quando achar necessário.
Marinho é um dos líderes do elenco.
Não tinha o direito de humilhar seu treinador.
Que repense sua atitude como atleta.
Ele é tão importante que conseguiu.
Estragou a festa santista pela classificação da fase de grupos da Libertadores.
Marinho tem mesmo que se envergonhar...
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