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Cosme Rímoli - Blogs

Mais um vexame. A noite que Apodi anulou Daniel Alves

Vaias, palavrões. 25 mil são paulinos não perdoaram o frustrante empate diante do humilde time alagoano. As estrelas de Cuca não passaram do 1 a 1

Cosme Rímoli|Do R7 e Cosme Rímoli

Cuca é o alvo das queixas dos dirigentes e conselheiros. Time não vence
Cuca é o alvo das queixas dos dirigentes e conselheiros. Time não vence

São Paulo, Brasil

Um vexame.

Muitas vaias.

Quatro jogos sem vitórias.


Acabaram as desculpas.

Cuca teve todos os jogadores principais do caríssimo elenco do São Paulo. 


Mas dominado pela ansiedade, pela afobação, pela tensão de quem esperava um jogo fácil, o time decepcionou, envergonhou os 25 mil torcedores que foram para o Morumbi.

Com as estrelas Daniel Alves, Hernanes, Alexandre Pato e mais Antony, Pablo, Everton, Tchê Tchê, Arboleda, o time apenas empatou com o humilde CSA.


Apodi anulou Daniel Alves.

O São Paulo perdeu dois pontos inexplicáveis.

E se não fosse por uma falha do goleiro Jordi, que perdeu uma dividida com Bruno Alves, aos 42 minutos do segundo tempo, que sobrou para Reinaldo empatar, tudo poderia ter sido ainda pior, porque perdia o jogo.

Se vencesse, o clube chegaria à quarta colocação no Brasileiro.

Mas com a igualdade, estagnou no sexto lugar.

Fora o desgaste psicológico.

A decepção da diretoria e de conselheiros com o 1 a 1 cai toda em cima de Cuca. As 30 finalizações do time não impressionam. Pelo contrário, a esmagadora maioria dos chutes foi forçada, sem convicção.

Apodi se multiplicou em campo. Anulou Daniel Alves. Foi um maratonista
Apodi se multiplicou em campo. Anulou Daniel Alves. Foi um maratonista

"Você começa bem como a gente imaginava, tendo mobilidade e intensidade. Quando você vai perdendo as chances você, automaticamente, vai perdendo a confiança. Nós finalizamos muito e concluímos em gol apenas uma vez.

"E não é por falta de trabalho.

"É um dia que não é para acontecer.

"Hoje era um jogo para ter vencido", admitia, o treinador, envergonhado.

Cuca teve oito dias para treinar, depois da derrota para o Internacional. A vitória seria fundamental, obrigatória. O adversário era um dos mais fracos do Brasileiro, mergulhado na zona do rebaixamento.

O treinador escondeu a maneira como iria escalar seu time da imprensa.

A grande mudança foi Daniel Alves deixar o meio de campo e jogar pela lateral direita. Juanfran acabou na reserva.

Pablo voltou ao time. Pato ficou no banco.

Hernanes seria o grande comandante do time no meio de campo.

O São Paulo foi preparado para pressionar o jogo todo, marcar a saída de bola do CSA, encurralar a equipe nordestina. Não só ganhar, mas dar uma satisfação aos seus torcedores que a derrota para o fraco Vasco e os empates diante dos reservas de Grêmio e derrota para os suplentes do Internacional foram por acaso.

A ordem não era ganhar, mas massacrar o CSA.

Só que Cuca se esqueceu de combinar com Argel e seus esforçados jogadores.

O CSA foi bravo, montou um esquema corajoso. Nada de retranca acovardada, colocar duas duas linhas de cinco e rezar para empatar o jogo em 0 a 0.

Não. 

Tanto o técnico como seus atletas sabiam que a partida poderia ser consagradora. Decidiram aproveitar os holofotes.

E não ficaram apenas esperando o time milionário do Sudeste. Argel foi cruel e primeiro tratou de acabar com a massa cinzenta, com os neurônios do São Paulo.

O maratonista Apodi anulou Daniel Alves, o acompanhou e ainda teve fôlego para buscar os contragolpes.

Com seus jogadores preenchendo as intermediárias, encaixotou Hernanes. E, com contragolpes em bloco, surpreendeu o São Paulo. Teve chances de até de vencer o jogo.

São Paulo, sem imaginação e confiança, insistiu em levantar a bola para a área
São Paulo, sem imaginação e confiança, insistiu em levantar a bola para a área

Cuca errou feio ao colocar Daniel Alves na lateral, mantendo Anthony aberto pela ponta direita. Não bastasse Apodi, o jovem atacante também tirava espaço de onde o capitão da Seleção Brasileira mais rende.

A única válvula de escape estava no inconstante Reinaldo, que jogou livre.

O São Paulo ficou nervoso ao perceber que o CSA marcava forte e adiantado, perturbando a saída de bola paulista.

A tensão do time passou para a torcida, que devolvia dez vezes pior aos jogadores.

Aos poucos, o São Paulo foi cometendo um erro infantil: centralizar as infiltrações. Everton caía pelo meio, tirando espaço de Hernanes, Pablo também saía demais da área, atrapalhando Antony. 

Tchê Tchê e Liziero não tiveram o espaço que sonhavam para começar a organizar as jogadas desde a intermediária do São Paulo. Foram travados.

O que resultou em um exagero de levantamento de bola do São Paulo para a área alagoana. E tome contragolpes em velocidade dos nordestinos.

Jordi estava ganhando a consagração, tantos foram os chutes forçados e bolas levantadas de qualquer maneira, facilitando o trabalho do bom goleiro.

A torcida estava indignada com o 0 a 0 do primeiro tempo.

No segundo, mais raiva, gastrite nervosa.

Aos quatro minutos, Euller levou a bola diante da aberta e mal colocada defesa são paulina. E acertou um fortíssimo chute na trave de Volpi.

Mas tudo ficaria pior, de vez, aos 9 minutos.

Luciano Castán tocou para Carlinhos. A bola chega em Eller que descobre Apodi. O passe chega para o tanque Alecsandro. Ele se atrapalha diante da zaga. Mas a bola procura Naldo que deixa Bustamante livre para estufar as redes de Volpi. 

1 a 0, CSA.

A torcida ficou perplexa.

Cuca se esqueceu de vez da tática.

E o time foi para o ataque de vez, como um bando.

A única alteração racional.

Tchê Tchê foi para a lateral.

E Daniel Alves foi para a meia, onde não rende.

Não rendeu e sumiu de vez do jogo.

A estrela Alexandre Pato. Absolutamente inútil contra os humildes alagoanos
A estrela Alexandre Pato. Absolutamente inútil contra os humildes alagoanos

Tivesse um pouco mais de qualidade nos contragolpes, os alagoanos teriam feito mais gols.

Como não têm, recuaram.

E tentaram segurar, de qualquer maneira, o resultado.

Mas Jordi falhou em uma das dezenas bolas cruzadas na sua área. Bruno Alves foi mais rápida.

E Reinaldo empatou.

Eram 42 minutos do segundo tempo.

O São Paulo seguiu, afobado, desesperado, tentando vencer.

Só facilitou o trabalho dos alagoanos.

Daí o frustrante empate.

As vaias da torcida.

O descontentamento da diretoria e dos conselheiros com o trabalho de Cuca.

A estagnação no sexto lugar no Brasileiro.

Se tivesse um pouco mais de qualidade, o CSA teria vencido o afobado São Paulo
Se tivesse um pouco mais de qualidade, o CSA teria vencido o afobado São Paulo

E a polícia tendo de proteger os jogadores.

Da própria torcida que esperava na saída do Morumbi.

O São Paulo virou sinônimo de frustração.

Empatar com o CSA, no Morumbi, é inaceitável...

Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.

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