Lucas faz da festa de sua volta um filme de terror. A estrela cometeu pênalti bobo que sabotou o São Paulo. E deu a vitória ao Atlético
Lucas entrou com enorme vontade de mostrar seu talento, ajudar o São Paulo, no seu retorno depois de 11 anos. Mas deu tudo errado. Hulk havia marcado um gol incrível, e a estrela da festa cometeu um pênalti infantil
Cosme Rímoli|Do R7 e Cosme Rímoli
São Paulo, Brasil
A festa era para a volta de Lucas Moura.
O retorno depois de 11 anos.
Morumbi lotado, mais de 53 mil torcedores.
O rival era o Atlético Mineiro de Luiz Felipe Scolari, que acumulava dez partidas sem vencer.
O São Paulo perdia por 1 a 0, graças a um chute mágico de Hulk, distante 38 metros, aos três minutos do primeiro tempo.
Dorival havia aberto o time no intervalo. Tirou o volante Talles Costa.
E colocou a estrela que todos queriam.
Lucas em campo.
E o jogador mostrava sua forma física, técnica, arranque, que ainda são muito úteis no futebol brasileiro, no sul-americano.
Conseguia abrir espaço pelo lado esquerdo atleticano, desorientava a zaga muito bem montada por Felipão.
Aos 17 minutos, cobrou falta perto do travessão.
Dois minutos depois, Caio Paulista deu ótimo cruzamento para Calleri. O giro foi cinematográfico. Mas Matheus Mendes fez uma defesa sensacional, a bola estourou na trave.
A torcida do São Paulo estava ensandecida, antecipando o empate, quem sabe a virada...
Mas Lucas, participativo, com muita vontade de mostrar sua utilidade.
E tratou de ajudar Rafinha, correu para dividir e tirar a bola de Patrick.
Mas deu o bote um décimo de segundo atrasado.
Pênalti.
O Morumbi inteiro se calou.
A torcida parecia enganada, tinha ido para um filme com final feliz e acabou entrando em um de terror.
Pênalti justo de Lucas Moura.
Paván não teve piedade.
Bateu com convicção, enganando Rafael.
2 a 0, Atlético Mineiro.
O ânimo dos torcedores arrefeceu.
Enquanto os jogadores do São Paulo perdiam consciência, mostravam garra e afobação.
Principalmente Lucas, que fez de tudo para se recuperar.
Mas não conseguiu.
Deixou claro, porém, que o nível técnico do ataque do São Paulo melhorou.
O time de Felipão voltou suas duas linhas segurando com determinação impressionante o resultado.
Desempenho para dar confiança na missão quase impossível de vencer o Palmeiras no Allianz Parque para chegar às quartas da Libertadores.
Saltou para a confortável décima colocação.
Enquanto isso, o São Paulo tomou uma enorme ducha de água fria.
Parou na oitava colocação.
Está há cinco partidas sem vencer.
Lucas Moura se mostrou envergonhado após a partida.
Sabia o que havia feito de errado.
"Primeiramente, a recepção da torcida, eu não tenho palavras para agradecer tudo que estou sentindo e vivendo neste momento. Voltar ao clube em que fui formado e amo e ter esta recepção foi maravilhoso. [...] Infelizmente não conseguimos corresponder em campo, a expectativa era grande para o jogo. Lutamos bastante, mas infelizmente não deu. Agora é descansar, temos uma decisão no meio da semana.
"Chego para ajudar e dar meu melhor para conseguir os objetivos. [...] Sensação maravilhosa de vestir esta camisa novamente depois de 11 anos e, como falei, ter a recepção no Morumbi, onde fui muito feliz. Estou realizando um sonho de voltar para casa e espero poder corresponder em campo. Temos quatro meses para poder terminar o ano bem e conquistar algum título. Farei de tudo para que isto aconteça.
"O pênalti foi uma infelicidade. O Patrick foi muito inteligente, atrasou a passada. Imaginei queia pegar a bola, mas ele deu um bico. Dei um tranco nele. Infelicidade. Infelizmente acontece. Fiquei chateado por esse lance. Eu acho que a gente vinha bem na partida, pressionando. Mas faz parte do jogo e do futebol."
A verdade é que o São Paulo ganhou um jogador muito útil.
Mas, nas últimas cinco partidas, Dorival Junior tem imposto um ritmo muito acelerado para o elenco que possui.
O São Paulo tem jogado aberto, buscado a vitória.
Mas tem deixado sua defesa exposta.
O que foi ótimo para o time de Felipão, que montou uma previsível fortíssima marcação no meio-campo e buscou contragolpes em velocidade.
Hulk teve uma participação assustadora, se desdobrando como um garoto. E liderando o time atleticano. Seus 37 anos não correspondiam ao que entregava em campo, com vibração, correria.
Seu talento ao cobrar a falta aos 3 minutos veio à tona. A bola foi forte e a bola entrou justa, no alto. Rafael ainda tentou trocar a mão para defender, não teve velocidade suficiente.
Atlético Mineiro 1 a 0.
O gol trouxe dois efeitos colaterais.
Acalmou o Atlético e trouxe uma dose de adrenalina, de tensão, de afobação enorme ao São Paulo.
Todos queriam uma festa para a volta de Lucas Moura.
O resultado acabou sendo desastroso.
O time paulista pressionava, mas, aos poucos, foi perdendo a noção estratégica. Abrindo espaço para os contragolpes.
No segundo tempo, entrou para amassar o Atlético.
Estava conseguindo.
A entrada de Lucas Moura tinha sido ótima.
Até o pênalti infantil, bobo.
De quem não está com tempo de bola.
Acostumado à reserva no Tottenham.
Paván decidiu o jogo.
A festa virou um filme de terror.
Com os 53 mil torcedores do São Paulo frustrados...
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