Liverpool sobrevive. É goleado mas está na final da Champions
A Roma se desdobrou. Fez 4 a 2 no difícil adversário. Mas o gol infantil que sofreu no início da partida, custou caro demais
Cosme Rímoli|Do R7 e Cosme Rímoli
Em outro jogo sensacional desta Champions League, foi definido o adversário do Real Madrid na decisão do dia 26, em Kiev. Será o Liverpool. E o time de Klopp só se classificou no saldo de gol.
Na Inglaterra, havia goleado os italianos por 5 a 2. E hoje, na Itália, foi massacrado pela Roma, 4 a 2, no estádio Olímpico.
Depois de 11 anos, o Liverpool chega à decisão do torneio mais importante de clubes do mundo. Embora o favoritismo seja todo dos espanhóis, há a certeza que o clube inglês renasceu. Reaprendeu a ganhar.
E vai empolgado para a final na Ucrânia. Representará o futebol coletivo contra o talento individual do milionário Real Madrid.
O lance que decidiu o jogo aconteceu aos nove minutos do primeiro tempo. Com a Roma precisando vencer por três gols de vantagem, Nainggolan era um passe fácil na intermediária. O Liverpool disparou seu contragolpe em velocidade, letal.
Roberto Firmino dominou a bola e deu excepcional passe para Mané, sozinho com Alison, não desperdiçou. 1 a 0, Liverpool. Ducha de água gelada que os italianos tiveram de lutar muito para superar. E conseguir uma vitória impressionante. Mas faltou o bendito gol para levar a decisão à prorrogação. Naingollan, apesar de ter marcado dois gols, era o retrato da angústia, após o jogo.
O jogo foi de tirar o fôlego. O italiano Eusebio Di Francesco tinha de recuperar os três gols de vantagem que dera para o time de Klopp, ao adiantar sua zaga. Fazendo com que ela marcasse os velocistas Salah, Roberto Firmino e Mané. Sem sobra. Daí, os cinco gols tomados.
No estádio Olímpico de Roma, Di Francesco tratou de deixar seus zagueiros mais atrás. Enquanto o meio de campo e o ataque pressionariam a saída de bola do Liverpool. A ordem era sufocar. Mas com organização defensiva.
Estava tudo certo. Até que Naiggolan errou passe fácil no meio de campo. A bola caiu nos pés de Roberto Firmino. De frente para a defesa da Roma completamente desmontada. Ele dominou a bola e só esperou o Mané se deslocar pela esquerda. O passe saiu perfeito. Assim como o toque do senegalês, na saída de Alisson.
O gol aos nove minutos foi fundamental em inúmeros aspectos. A Roma precisaria marcar pelo menos quatro gols, se não sofresse mais nenhum. Deu ainda mais confiança aos ingleses. Obrigava os italianos a correrem ainda mais. Assegurou o controle do andamento da semifinal da Champions para Klopp e seus comandados.
O volante belga sabia o pecado que havia cometido.
Os jogadores da Roma tiveram de respirar fundo e buscar força na sua fanática torcida. O Liverpool, ao contrário do que havia acontecido no primeiro jogo, dava espaço entre as linhas. O que facilitava as tabelas e os ataques em bloco dos italianos. Sua defesa não tinha tanta proteção para os inúmeros jogadores da Roma na sua área.
Mas foi a sorte que bafejou os italianos. O empate foi um gol digno de pebolim. Lovren tentou alivar dando um chutão. A bola acertou em cheio o rosto de Milner e entrou, não dando a mínima chance para Karius, 1 a 1, aos 14 minutos.
O empate precoce trouxe dramaticidade ao jogo. Os italianos tentavam mais no coração e menos na razão, a façanha de marcar mais três gols. Só que aos 25 minutos, um erro incrível da zaga em um mero escanteio e a bola foi cabeceada para trás por Dzeko e a bola foi parar na cabeça de Wijnaldum. 2 a 1, Liverpool.
Agora, os italianos precisariam igualar os 5 a 2 para tentar a sorte na prorrogação. Ou marcar 6 a 2 para ficar com a vaga. Os ingleses voltavam a já se enxergarem na final da Champions.
A Roma perdeu o que havia de estrutura tática. E seus jogadores partiram para a batalha, de peito aberto. A vontade e o preparo físico foram enormes. Mas não bastaram. O máximo que o time conseguiu foi um chute na trave, de El Sharaawy,
Os 45 minutos finais foram ainda mais emocionantes. A Roma estruturada para apertar a jugular do Liverpool. Com seus jogadores marcando adiantados, não permitindo uma troca de bola sequer em paz dos ingleses. E logo aos cinco minutos, Dzeko, impedido, empatava o jogo, completando rebote de Karius. 2 a 2.
Não houve viva alma no estádio que não lembrasse dos 3 a 0 da Roma no Barcelona.
Só que aos 17 minutos houve um erro inadmissível da arbitragem. O esloveno Damir Skomina não marcou pênalti para a Roma. El Sharaawy chutou e Arnold bloqueia com a mão. Lance claro que o juiz não assinalou porque não teve personalidade.
O lance trouxe raiva. E até o final da partida foi uma blitz impressionante da Roma. O time criava e desperdiçava chances atrás de chances. Só aos 40 minutos, em um chute fortíssimo e preciso, Naiggolan conseguiu marcar 3 a 2. Trouxe uma leve esperança ao estádio Olímpico.
A esperança virou euforia quando Klavan toca a mão na bola e aí Skomina marcou o pênalti. Naiggolan cobrou com ódio. 4 a 2.
E quando os italianos sonhavam com um milagre, o árbitro encerrou o jogo logo em seguida.
O Liverpool está na final da Champions.
Mas a Roma lutou demais.
E merece todo o respeito.
Fez uma campanha sensacional.
Os italianos erraram duas vezes.
Quando Di Francesco escancarou seu time em Liverpool.
E na hora que Naiggolan deu a bola nos pés de Firmino.
O mundo espera o dia 26.
Quando o coletivo enfrentará o indivíduo.
Liverpool e Real Madrid.
Com favoritismo para o milionário time de Cristiano Ronaldo...
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