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Juanfran e Daniel Alves. Os primeiros problemas de Crespo

Para montar o time competitivo, para ganhar títulos, o argentino fará mudanças no elenco. Juanfran é incompatível. Daniel Alves terá de ir para a lateral e não mais jogar no meio, como quer

Cosme Rímoli|Do R7 e Cosme Rímoli

Crespo terá liberdade para impor estilo competitivo. Juanfran e Daniel Alves são problemas
Crespo terá liberdade para impor estilo competitivo. Juanfran e Daniel Alves são problemas

São Paulo, Brasil

Com dois anos de contrato assinado, com direito à multa, Hernán Crespo tem sua primeira missão como treinador do São Paulo.

Analisar em detalhes o elenco instável que chegou a liderar o Brasileiro com sete pontos de vantagem e, agora, longe do título, terá de lutar para chegar entre os quatro primeiros.

Crespo terá até o dia 23 para tratar de sua mudança para São Paulo. E deverá estar no Morumbi, dia 25, para acompanhar a última partida do Brasileiro, contra o Flamengo. Efetivamente trabalhar com o elenco, no dia 29.


Só que nestes 16 dias, ele e sua Comissão Técnica farão a primeira análise do que julgarão necessário para montar uma equipe competitiva, vibrante, com poder para pressionar o adversário, propor o jogo. 

Crespo é visto no São Paulo como uma evolução às ideias táticas do demitido Fernando Diniz.


A maneira de atuar com troca de bola consciente, uma equipe compacta, tanto no ataque como na recomposição, laterais com capacidade de atuar como alas, troca constante de posição do meio para a frente e atacantes com mobilidade, velozes, mas com capacidade de fazer tabelas, abrir espaço para infiltrações dos meias, volantes.

A grande diferença está no poder de marcação. Seu ex-time, Defensa y Justicia, campeão da Sul-Americana, era uma equipe extremamente competitiva. Com seus jogadores combativos, com grande força sem a bola.


Unsain, Frías (Camacho), Martínez e Delgado; Fernández, Paredes, Pizzini, Larralde (Benítez) e Isnaldo; Walter Bou (Merentiel) e Braian Romero (Britez) foi a equipe que venceu o primeiro título internacional da história do Defensa y Justicia. Derrotou o Lanús por 3 a 0.

O 3-5-2 variando para o 4-2-2-2 e 4-1-4-1 são maneiras que o argentino utiliza.

E para ter esse poder sobre os adversários, ele precisa ter uma equipe muito competitiva. 

Tiago Volpi; Juanfran (Igor Vinicius), Arboleda, Bruno Alves e Reinaldo; Luan (Toró), Daniel Alves, Gabriel Sara (Vitor Bueno, intervalo) e Igor Gomes (Tchê Tchê); Brenner (Pablo) e Luciano foi o time de Diniz, derrotado para o Atlético Goianiense.

Juanfran, aos 36 anos, perdeu eficiência na marcação. Além de grande dificuldade para apoiar
Juanfran, aos 36 anos, perdeu eficiência na marcação. Além de grande dificuldade para apoiar

Na conversa com a cúpula do São Paulo, para fechar contrato, Crespo se dispôs a trabalhar com garotos da base, mas também deixou claro que terá reforços 'pontuais'.

Para o estilo de Crespo, dois veteranos são incompatíveis.

Juanfran, 36 anos. 

E Daniel Alves, que fará 38 anos em maio.

O lateral-direito espanhol, desde os tempos do Atlético de Madri, não tem potencial ofensivo. O que foi um grande empecilho para Fernando Diniz, já que ele foi contratado com status de jogador importante. E tinha de estar em campo.

Seu contrato termina com o final do Brasileiro.

E há grande chance de não seguir no Morumbi.

A saída de Juanfran não traria traumas.

O problema é Daniel Alves. 

Contratado a peso de ouro, custa um terço a mais do que Crespo e toda sua Comissão Técnica, que vai ganhar R$ 1 milhão por mês. Só o veterano custa R$ 1,5 milhão.

O treinador já sabe que ele não quer jogar, de jeito algum, como lateral-direito. Sabe que não tem mais energia para atacar e defender pelo setor como fez por duas décadas. Quer atuar como segundo volante, receber a bola da defesa e sem ter tanta preocupação com marcação.

Contratado a peso de ouro, Daniel Alves não rende no meio-campo. Seu lugar é na lateral
Contratado a peso de ouro, Daniel Alves não rende no meio-campo. Seu lugar é na lateral

No meio-campo, Daniel Alves foi apenas um jogador comum. Líder apenas nas palavras. Sem potencial técnico para comandar a equipe. Algo que jamais fez pelos times que passou.

Diniz, que foi contratado a pedido de Daniel Alves, teve de se submeter à vontade do jogador.

Hernán Crespo, não.

Inteligente, vivido, o argentino não deverá entrar em choque logo de cara com o principal nome do elenco são-paulino. Mas o técnico sabe que seu futebol pífio no meio-campo não é compatível para o time que pretende montar, para lutar pelos títulos que a diretoria sonha.

O sonho, inclusive da cúpula do Morumbi, é que Daniel Alves assuma a lateral-direita. Resolvendo a deficiência do apoio de Juanfran. Abrindo vaga no meio de campo para um jogador realmente da posição e com vigor físico exigido pelo argentino.

É enorme a pressão nas redes sociais sobre o jogador que foi contratado para ser ídolo no Morumbi.

Todo elenco será avaliado.

No Defensa y Justicia ele tinha o controle total do grupo com quem trabalhava. E é o que deixou claro que pretende manter no Morumbi.

A diretoria já avisou que outro veterano deverá sair.

Hernanes fará 36 anos em maio.

E não tem conseguido treinar e jogar com qualidade, velocidade, competitividade.

Os dirigentes e o ídolo buscam uma saída digna, depois do Brasileiro.

Com a rescisão do contrato que terminaria apenas no final de dezembro.

Além dele, Trellez, Carneiro, Rojas também não fazem parte dos planos do São Paulo.

Trabalharão com Crespo seu auxiliar, Juan Branda; o treinador de goleiros, Gustavo Nepote; dois preparadores físicos Alejandro Kohan e Gustavo Satto. E o analista de vídeos, Tobías Kohan. Todos argentinos.

Crespo foi anunciado com muito orgulho pelo São Paulo. Hora de se impor é no início
Crespo foi anunciado com muito orgulho pelo São Paulo. Hora de se impor é no início

A promessa já foi feita por Crespo ao presidente Julio Casares.

Acabarão a omissão, resignação, insegurança, apatia características do time de Diniz.

O São Paulo de Crespo deverá ser combativo, guerreiro e ofensivo.

Ambicioso em relação às conquistas.

Foi para isso que o argentino foi contratado.

E já estuda o que fará com seus dois primeiros problemas.

Juanfran e, principalmente, Daniel Alves...

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Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.

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