Instabilidade no Atlético Mineiro preocupa jogadores. Eles não querem a saída de 'El Turco' Mohamed
Após as derrotas para América e Fluminense e, principalmente, depois do empate com o Santos, o trabalho do treinador passou a ser questionado. A sombra de Cuca atrapalha o argentino
Cosme Rímoli|Do R7 e Cosme Rímoli
São Paulo, Brasil
"Muitas coisas precisam ser consertadas e alinhadas. Não é normal num jogo tão grande tomar cinco gols. Não é culpa da nossa defesa, é coletivo, geral.
"Começando por mim ali na frente, não pode tomar cinco gols, é inadmissível."
O desabafo de Hulk, logo após a goleada que o Fluminense impôs ao Atlético, por 5 a 3, na semana passada, já provocou a reação da imprensa e de torcedores mineiros.
Após o decepcionante empate contra o limitado Santos, no domingo, em pleno Mineirão, desabaram de vez críticas dirigidas ao treinador argentino Antonio Mohamed, o Turco.
A sexta posição no Campeonato Nacional, depois de 11 rodadas incomodou demais o atual campeão brasileiro e da Copa do Brasil.
O clube que investiu cerca de R$ 180 milhões para a formação do time, em 2020, está sendo muito cobrado em 2022. Nem mais um título mineiro e a classificação nas oitavas da Libertadores e na Copa do Brasil acalmaram os críticos.
A sombra de Cuca, que abandonou o clube, após as conquistas do Mineiro, Brasileiro e Copa do Brasil de 2021, segue forte, atrapalhando Mohamed.
E a campanha no Brasileiro, com quatro vitórias, cinco empates de duas derrotas, com 17 gols a favor e 14 contra, pesa contra o argentino.
O quase sempre tranquilo Keno decidiu hoje, defender de forma veemente o técnico. Ele refletiu a postura dos jogadores, que não querem nem pensar em troca de comando. E assim que os atletas também são responsáveis pela fase ruim.
"Eu vejo todo mundo massacrando ele, eu sei que duas, três derrotas, caem em cima do treinador. Também temos que ter um pouco de responsabilidade, de entrar em campo e dar o nosso melhor. Quando a fase é ruim, tem que tirar leite de pedra.
“A oscilação acontece com qualquer time. Esse ano acho que perdemos dois jogos, Fluminense e o outro foi o América. No ano passado isso não acontecia. É questão de trabalhar, ter um pouco de paciência. No ano passado ganhamos tudo, tinha mais fome de ganhar, conquistamos títulos importantes, a gente fazia gol todo jogo e não sofria, mas acontece.
"Não é só treinador, a gente vê o povo ‘jogando pedra’, tentando acabar com a vida dele. A gente sente por ele, somos seres humanos. Se ele está sentindo, pode ter certeza que todos os jogadores também estão sentindo por ele."
O medo do elenco do Atlético é que os mecenas que controlam o clube, os bilionários Rubens Menin, Ricardo Guimarães e Renato Salvador decidam demitir El Turco.
A pressão começa a mexer com o treinador.
Principalmente pela instabilidade do time.
Já são seis meses de trabalho e o Atlético segue sem padrão de jogo.
Principal característica que tinha com Cuca.
Mas os atletas não querem sua saída.
Hulk, apesar das críticas pelos cinco gols diante do Fluminense, também é ferrenho defensor do argentino.
Keno falou hoje pelo time...
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