Hugo mostrou: o Corinthians tem goleiro para mais dez anos. Foi sensacional, na vitória mais do que injusta. O Novorizontino massacrou
O domínio foi absurdo do time de Eduardo Baptista contra os reservas corintianos. 23 arremates. Três bolas nas traves. Além de encontrar Hugo, fantástico. Defendeu o quinto pênalti desde que chegou ao Parque São Jorge. Alex Santana marcou. 1 a 0, injusto, para o Corinthians
Cosme Rímoli|Do R7
Impulsão, explosão muscular, agilidade e confiança.
Hugo voltou a mostrar, ontem, em Novo Horizonte.
O Corinthians tem um excelente goleiro para os próximos dez anos.
Ele foi o grande responsável pelo time de Ramón Díaz vencer o Novorizontino por 1 a 0.
A partida foi toda da equipe de Eduardo Baptista.
Foram 23 arremates, três bolas nas traves, quatro excelentes defesas de Hugo.
A mais efetiva foi o pênalti, que ele mesmo cometeu, em Robson, aos 18 minutos do primeiro tempo.
Pablo Dyego bateu forte no canto direito.
Hugo voou, convicto, e espalmou para escanteio.
Ele foi o único titular que começou o jogo.
Ramón Díaz poupou seus atletas para o clássico de quinta, contra o Palmeiras, no Allianz Parque.
Mesmo assim, Alex Santana, em raro ataque corintiano, marcou de cabeça, aos 20 minutos do segundo tempo.
A explicação para o massacre do Novorizontino é fácil.
Além de Eduardo Baptista fazer ótimo trabalho, colocou em campo seus titulares entrosados.
Eles encurralaram os reservas corintianos.
Foi uma partida de muita intensidade do time interiorano.
A vitória injusta deixou o clube na liderança absoluta do Paulista, e praticamente classificado para as quartas-de-final, com 18 pontos.
E se os atletas vão receber premiação pelos três pontos, a culpa é de Hugo.
Ele estava empolgado, com toda a razão, após a partida.
“Estou muito feliz, principalmente pelo resultado. Todo mundo sabe e deixo bem claro que minha vontade é ajudar o Corinthians sempre.
“Fui feliz em fazer uma grande partida, mas temos que dar o parabéns a toda equipe. Estou bem cansado, no final do jogo a perna pesou, estava com dificuldade, mas jogar no Corinthians não tem essa.
“Nosso objetivo é maior do que o calendário, vamos fazer o que tiver que fazer.”
Ramón Díaz teve de parabenizar o rival, que imprensou o Corinthians.
E elogiou, lógico, Hugo.
“Quero dar felicitações ao Novorizontino porque nos complicou. Por sorte, temos o Hugo que é um pegador de pênaltis. O Corinthians reagiu, teve coragem. Estamos felizes, foi uma partida difícil e complicada. No segundo tempo, a equipe demonstrou mais energia, apareceu para o jogo. Quero agradecer os torcedores que sempre nos acompanham, mais da metade do estádio era de torcedores corintianos, quero agradecê-los. O resultado é para eles.”
Seu filho, e auxiliar, Emiliano foi no ponto.
O sofrimento que o time teve de passar para vencer.
Além de reclamar pela obrigação de o time jogar ontem, depois de ter atuado no sábado.
“Tivemos 48 horas entre um jogo e outro, praticamente sem descanso. Eles (Novorizontino) são um time bem preparado, bem entrosado, sabem bem o que fazem. Sofremos. Antes desse jogo, já falávamos dele porque sabíamos o que seria aqui dentro (no estádio Jorjão).
“Temos que aprender a sofrer e estamos aprendendo a sofrer. Estamos crescendo, eles tiveram chances, não fizeram, estamos felizes porque o grupo precisa passar por isso, tem que aprender a sofrer.”
Outro ponto importante da partida foi a reintegração de Giovane.
Ele estava afastado porque se nega a renovar seu contrato, que vence em junho.
Jogou ontem.
“Ele tem contrato até julho. A coisa mais importante para um jogador é treinar e jogar, mais até do que a parte contratual. O clube está fazendo todo o possível para que ele fique, mas necessita jogar. Ele só pode mostrar que é um jogador internacional ou a nível local, se jogar. A parte econômica não é fácil, isso precisa ser solucionado”, justificou Ramón Díaz.
Hugo comentou, com muita tranquilidade, a defesa do pênalti, cobrado com convicção, por Pablo Dyego.
“Eu me sinto muito à vontade, já falei isso, eu fico muito tranquilo porque acho que é a cobrança maior e a responsabilidade maior do batedor e eu penso dessa forma, fico muito tranquilo. Mas é uma coisa que eu estudo também e eu fico feliz em fazer a defesa e ajudar a equipe.”
Ele havia defendido três pênaltis contra o Bragantino, pela Copa do Brasil, e outro diante do Grêmio, no Brasileiro.
Hugo se tornou sinônimo de qualidade no gol do Corinthians, depois de Cássio e a passagem fulminante de Carlos Miguel.
“Me sinto em casa aqui.
“Quero seguir por muito tempo com essa camisa.”
Se depender da diretoria e da torcida, se mantiver o mesmo nível técnico, não irá embora nos próximos dez anos.
O Corinthians é líder absoluto do Paulista, com 18 pontos em sete jogos.
Venceu ontem e ainda poupou os titulares para o Palmeiras, quinta-feira, no estádio do rival.
Noite feliz...
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