Grêmio reforça Palmeiras, Flamengo e Inter. Vende Grohe. Revoltante
A venda de um dos maiores goleiros da América do Sul por apenas R$ 11,6 milhões é um péssimo negócio. Ótimo para os rivais
Cosme Rímoli|Do R7 e Cosme Rímoli
São Paulo, Brasil
Três milhões de dólares.
R$ 11,6 milhões.
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Por esse dinheiro o Grêmio jamais contratará um goleiro com tanto talento, versatilidade, coragem e personalidade como Marcelo Grohe.
No auge de sua forma, aos 31 anos, idade excelente para arqueiro.
Dono de incríveis reflexos, explosão múscular que garantiu a defesa de vários pênaltis decisivos.
Jogador raro no mercado.
Foi inacreditável a passividade de um dos maiores clubes da América do Sul.
Tricampeão da Libertadores da América em 2017.
Dono de uma arena moderna invejável.
Com infraestrutura que não fica a dever às grandes equipes europeias.
No dia 28 de novembro, há exato um mês, o clube comemorava o resultado de suas finanças.
Houve superávit recorde de R$ 69,8 milhões no acumulado de janeiro a setembro deste ano, o maior da história do Grêmio. R$ 53 milhões acima do mesmo período em 2017.
A receita gremista foi de R$ 326,3 milhões nesses três meses.
A venda de Arthur ao Barcelona tem lugar de honra. Foram R$ 120 milhões, a maior desde que o clube passou a existir. Tudo isso mais a cota maior de televisão, há a previsão de um superávit de R$ 2 milhões em janeiro. Nada mal para quem devia R$ 96 milhões, há cerca de um ano.
Fora o raro fato de contar com 88,6 mil sócios em dia, que geraram receita de R$ 54 milhões até setembro.
A situação econômica tranquila só fica atrás de Palmeiras e Flamengo no país.
Conta no comando do futebol um dos melhores treinadores e candidato fortíssimo a substituir Tite na Seleção Brasileira.
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Renato Gaúcho.
O técnico deixou claro ao terminar o ano como semifinalista da Libertadores, da Copa do Brasil e do Brasileiro, que os planos para 2019 era fazer de tudo para voltar a conquistar a Libertadores. O domínio completo do elenco montado por ele e o comando total do futebol o fizeram desprezar a proposta do Flamengo. E seguir com o Grêmio.
Mas quando se esperava que o clube gaúcho fizesse investimentos, buscasse reforços de alto nível, como Thiago Neves, do Cruzeiro, chega a notícia mais supreendente do final deste 2018.
A venda de Marcelo Grohe.
Por uma ninharia.
Depois de 18 anos de Grêmio, ele vai jogar na Arábia Saudita, defender o Al-Ittihad.
"O Marcelo saiu, já sabia disso há alguns dias. Mas ele saiu porque quis, achou que foi um grande negócio para ele. E não vamos segurar ninguém contra a vontade.
"Fez muito pelo Grêmio, teve nosso aval, até porque é uma grande chance de ganhar um dinheiro a mais nos próximos dois, três anos", disse ontem Renato Gaúcho.
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O esperto treinador tentou amenizar.
Mas a verdade é que ele sabe.
O clube gaúcho fez um péssimo negócio.
Sim, o jogador recebia R$ 500 mil mensais.
Teve a proposta para ganhar R$ 1 milhão a cada 30 dias.
E pediu para sair.
A obrigação de Romildo Bolzan, que comemorou demais ter sanado a situação financeira gremista há um mês, deveria ter agido como dirigente. Era preciso avaliar tudo o que o Grêmio perderia com a saída de seu goleiro de extrema confiança.
Não adianta apenas divulgar que ele queria receber o dobro.
Era obrigação negociar.
Antecipar a renovação.
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Oferecer um aumento importante, substancial.
O Grêmio não poderia perder Marcelo Grohe.
É revoltante.
No lado físico, ele não tem qualquer contusão crônica.
Apenas o legítimo direito de querer ganhar mais dinheiro.
Ser valorizado ao máximo, aos 31 anos.
Depois de 18 anos de excepcional serviço prestado, com direito à conquista da Copa América, Recopa Sul-Americana, Copa do Brasil, quatro Campeonatos Gaúcho e até o título da Série B, Grohe vai embora.
O clube tem Paulo Victor.
Mas faz oferta para Everson, do Ceará.
Busca o retorno do jovem Léo Jardim, que emprestou ao Rio Ave.
Goleiro com ótimo potencial, mas com apenas 23 anos.
Enfim, o clube abriu mão de um jogador essencial para 2019.
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E o que não pode acontecer é sua transformação.
De ídolo, não é justo se tornar 'mercenário'.
Alguém interessado apenas em dinheiro.
Terminou o ano com duas fraturas nas costelas.
E uma no pulso.
Abriu mão das férias para se tratar.
Ele queria e merecia a valorização no Grêmio.
Pensando na próxima temporada.
Mas a diretoria negou.
E começa dando um passo muito errado para 2019.
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É incompreensível sonhar com a Libertadores e vender Grohe.
Enorme decepção com a postura da direção gremista.
Sua saída é um reforço para os rivais.
Palmeiras, Flamengo, Internacional têm o que comemorar.
Que Romildo contrate agora um goleiro com tantos recursos.
E pague apenas R$ 11,6 milhões...
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