Grama artificial na Libertadores de 2020. E garotos. Palmeiras em 2020
Clube quer gramado sintético já no início do próximo ano. O custo, R$ 9,9 milhões, é obstáculo para WTorre. E meninos da base serão usados em 2020
Cosme Rímoli|Do R7 e Cosme Rímoli
São Paulo, Brasil
Qualquer questão envolvendo a construtora WTorre e a diretoria do Palmeiras precisa ser tratada com cuidado.
Mauricio Galiotte era vice e observou de perto as brigas públicas entre Walter Torre Júnior e Paulo Nobre. Por conta das dez mil cadeiras da arena, por conta de câmeras em camarotes e, principalmente, shows.
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Galiotte aprendeu. E qualquer assunto que envolva o estádio é tratado de maneira sigilosa.
A construtora foi atingida diretamente pela recessão no país.
E pessoas importantes do clube garantem que a WTorre analisa vender sua participação no estádio para a seguradora alemã Allianz, dona dos naming rights, como publicou o blog.
Representantes da oposição e da situação repetem a grande possibilidade. A construtora nega.
A diretoria do Palmeiras não diz uma só palavra oficialmente, postura que reflete a filosofia de Galiotte.
Mas o que não há como negar a decisão pelo gramado sintético.
O Palmeiras quer urgência no projeto.
Se cansou de replantios que levam sempre ao mesmo desgaste.
Assim que acabar o Brasileiro, o clube quer e, descobriu na Holanda, que o gramado natural pode ser tirado do estádio. E o artificial ser colocado e, ficar pronto para ser utilizado, no início da fase de grupo da Libertadores de 2020, em março.
Os dirigentes não acreditam mais no título nacional, mas exigem que o Palmeiras termine pelo menos entre os quatro primeiros.
Galiotte se cansou em ter de levar jogos para o Pacaembu por conta dos inúmeros shows na moderna arena.
E com a recuperação do gramado natural, longe do ideal para o time.
Daí a pressa pelo uso do piso sintético.
O projeto mostrado na Holanda possibilita que um show aconteça, por exemplo, sábado à noite. E, na tarde de domingo, o time possa jogar sem prejuízo algum.
Show menores, no anfiteatro, permitem que o estádio fique pronto para um jogo de futebol no mesmo dia. Apenas seis horas depois.
A troca imediata é possível.
Só que é cara.
O custo, envolvendo uma empresa brasileira e outra holandesa, é de cerca de 2,5 milhões de dólares, cerca de R$ 9,9 milhões.
A princípio, a Crefisa não participaria da divisão de custos.
É uma questão entre Palmeiras e WTorre.
A entrada de parceiros amortizaria os gastos.
O entrave está aí.
O clube tem pressa, a construtora não deseja gastar.
No projeto original não constava grama artificial.
Os encontros têm acontecido e, discretamente, a diretoria palmeirense está entusiasmada.
Mano Menezes e os jogadores sabem que, um dos trunfos do Athletico Paranaense em sua ascensão está no piso sintético.
O gramado artificial palmeirense seria mais moderno do que o utilizado em Curitiba. Com direito a partículas de borracha que não queimam a pele dos jogadores e nem desgastam o uniforme, como acontece na Arena da Baixada.
O projeto prevê que um dos campos do Centro de Treinamento será do mesmo piso sintético, para que o time treine antes das partidas em casa. Os outros gramados seguirão naturais.
Além do gramado artificial, a participação de garotos das categorias de base será muito maior no time principal.
O time ganha muitos campeonatos com seus garotos, mas eles não são utilizados. A prioridade absoluta do executivo Alexandre Mattos é comprar jogadores 'prontos' e a base palmeirense foi esquecida nos últimos anos.
Mas isso acabou.
Ordem do discreto Galiotte.
Embora o clube deva se reforçar comprando atletas importantes, os meninos palmeirenses não serão mais desprezados.
O presidente segue muito irritado pelo ano de 2019 ter passado em branco, sem a conquista de qualquer título.
E decidiu que 2020 será diferente.
A começar onde o time pisa...
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