Globo ignora disputa de terceiro lugar do Palmeiras no Mundial
A emissora carioca não mostrará a partida amanhã contra o Al Ahly. Desprezo aos torcedores palmeirenses e ao clube
Cosme Rímoli|Do R7 e Cosme Rímoli
São Paulo, Brasil
Desde as décadas de 80 e 90, as queixas.
No Conselho Deliberativo e na direção do Palmeiras.
A Globo privilegiava Corinthians e São Paulo nas transmissões.
A preferência se justicava pelos títulos.
O Palmeiras era tratado como derrubador de Ibope.
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A mágoa cresceu.
Nos anos 2000, a situação não se alterou.
Ainda mais com o Corinthians liderando o fim do Clube dos 13 para evitar que a Globo perdesse a transmissão do Brasileiro. O clube de Itaquera passou a ser, de vez, o predileto.
A revolta com a emissora carioca, então dona do monopólio do futebol no Brasil, chegou a um ponto que carros com o logotipo da emissora passaram a ser vandalizados perto do Parque Antártica. Situação que continua no Allianz Parque.
A emissora só envia carros sem logotipo algum, para disfarçar.
Não foi por acaso que o Palmeiras liderou a divisão da transmissão do Brasileiro pela Turner no confronto com a Globo.
Pela primeira vez na história, a emissora ficou cinco rodadas sem poder mostrar jogos do clube campeão brasileiro, em 2019. Queria multar o clube em 20% por acordo com a emissora norte-americana por seus jogos mostrados na tevê fechada. Teve de voltar atrás. E ainda garantir um rendimento mínimo no pay-per-view.
Fechou, contrariada, contrato por seis anos.
Foi uma derrota espetacular da Globo para o Palmeiras.
A mágoa persistiu dos dois lados.
Com o SBT passando a transmitir a Libertadores de 2020, o clube da Água Branca abriu todas as portas para a emissora de Silvio Santos.
Chegou o Mundial de Clubes no Catar.
Que fora comprado antecipadamente pela Globo.
Usando a pandemia como desculpa, enviou apenas um repórter 'seu'. Renato Peters. André Hernan foi pelo Sportv.
Comentaristas e narradores ficaram no Brasil.
O Palmeiras perdeu no domingo para o Tigres.
A audiência foi de 27 pontos.
Passou em três a audiência do SBT, com a final da Libertadores, entre Palmeiras e Santos.
Mesmo com a vitória mexicana, o Palmeiras tinha a esperança que a Globo mostrasse amanhã sua partida contra o Al Ahly, pelo terceiro lugar do Mundial, ao meio-dia.
Por respeito aos torcedores. Aos patrocinadores do clube.
Só que a Globo, mesmo com os direitos, resolveu ignorar o jogo.
Manterá seu telejornal SP1 e, depois, o Globo Esporte.
A partida só será mostrada no Sportv, para quem tiver tevê a cabo.
Nem a final, entre Bayern e Tigres será mostrada.
No horário do jogo, às 15 horas, o filme Patrick, que narra a história de um cachorro 'travesso'.
Por atitudes como essa, a relação entre Globo e Palmeiras segue cada vez mais distante.
Revoltando torcedores.
A ponto de a repórter Gabriela Ribeiro ir trabalhar 'disfarçada'. No domingo, ela estava no Allianz Parque cobrindo a torcida para a Globo. Mas seu microfone não tinha o logotivo da Globo. Assim como o câmera não tinha nada que o identificasse para os torcedores como funcionário da emissora carioca.
O medo era de agressões.
Narradores da Globo quando vão ao Allianz costuma chegar por volta do meio-dia, aos domingos, quando o jogo acontece às 16 horas. E às 17 horas quando a partida é às quartas-feiras, às 21h30.
E costumam sair muito tempo depois dos confrontos, com o estádio vazio.
Muitas vezes, a direção de Esportes de São Paulo prefere que narrem do estúdio da emissora, para não ficarem expostos.
A relação segue muito ruim.
Não mostrar o jogo de amanhã piora ainda mais...
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