Globo ignora 7 a 1. Ilude mães com Pan. Depois? Média com torcidas
Globo, sem jogos pela pandemia, faz triste festival de replays. Hoje a mentirosa vitória feminina. Depois, partidas de clubes. Para agradar todos
Cosme Rímoli|Do R7 e Cosme Rímoli
São Paulo, Brasil
Sem acesso às finais da Copas do Mundo de 1958 e 1962, a TV Globo está sem saída.
Não tinha mais vitórias verdadeiras da seleção principal masculina de futebol, como as finais de 1970, 1994 e 2002. Nem as enganosas decisões da finada Copa das Confederações, em 2005 e 2013.
Mas a partida mais desejada por internautas, nas redes sociais, a emissora carioca descartou.
Executivos globais lembraram que a Globo e a CBF, comandada pelo ex-presidiário José Maria Marin, eram parceiras íntimas na Copa do Mundo de 2014.
Mostrar a goleada da Alemanha por 7 a 1 seria mostrar a humilhação, o fracasso também da Globo, que teve a seleção brasileira como um produto seu.
Com direito a Mumuzinho abraçar Neymar em pleno primeiro coletivo. A Luciano Huck interromper aquecimento para apresentar um garoto paralítico aos jogadores. Diante olhar de Luiz Felipe Scolari, impedido de reagir, por ordem de Marin.
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Os treinos foram televisionados pelo Sportv. E todos os adversários brasileiros sabiam de cor como a equipe iria jogar, as substituições possíveis. Durante a Copa do Mundo. Algo inacreditável no futebol moderno.
No Jardim Botânico, por conta da Copa das Confederações de 2013, o tratamento foi dado como um Mundial conquistado. A cobertura foi festiva, alienada da realidade.
Até que veio o baque.
A Alemanha de Löw colocou tudos seus lugares, no Mineirão.
Não foi pior, porque os germânicos foram bem tratados demais na Bahia e tiveram compaixão. No intervalo, vencendo por 5 a 0, decidiram não forçar diante do escancarado time de Felipão. 7 a 1 em plena semifinal de uma Copa do Mundo, jamais havia acontecido na história.
Os executivos da emissora carioca decidiram fingir não saber dos pedidos dos internautas.
E vão mostrar hoje coerência.
Transmitir a mais mentirosa vitória da seleção feminina de futebol.
Em pleno Dia das Mães, 5 a 0 para o Brasil de Marta, diante dos Estados Unidos. Na final do Panamericano do Rio de Janeiro, em 2007.
Estupendo, não é?
Seria, se o time norte-americano não fosse todo reserva. Inclusive sem sua treinadora principal, a sueca Pia Sundhage, que hoje comanda o Brasil.
A prova da vitória de Pirro, veio na final da Olimpíada de Pequim. Quando a seleção brasileira enfrentou o verdadeiro time dos Estados Unidos. Valia a medalha de ouro.
Resultado, derrota do time de Marta por 1 a 0.
Mas, isso a Globo não mostra, como ironiza a Internet.
Sem mais jogos significativos das seleções brasileiras masculina e feminina, a emissora decidiu apelar para os clubes.
E nas próximas quatro semanas, mostrará conquistas importantes.
Mas fará média, tentará agradar todas as torcidas, embora qualquer criança saiba de sua preferência por mostrar jogos dos clubes com maior fãs no país : Flamengo e Corinthians.
Serão, aliás, esses dois clubes que abrem a série batizada de maneira singela.
"Jogos Inesquecíveis."
Para não desagradar ninguém no Eixo Rio-São Paulo, haverá partidas do São Paulo, Palmeiras e Santos também para os paulistas. Os cariocas verão Vasco, Fluminense e Botafogo.
Cada estado verá seus clubes, lógico.
Essas serão as quatro partidas do Rio.
17/05 - Flamengo 2 x 1 River Plate, final da Libertadores 2019
24/05 - Barcelona-EQU 1 x 2 Vasco, final da Libertadores 1998
31/05 - Palmeiras 2 x 3 Fluminense, 'decisão' do Brasileiro 2012
07/06 - Santos 1 x 1 Botafogo, final do Brasileirão 1995
Os de São Paulo.
17/05 - Corinthians 1 x 0 Chelsea, final do Mundial 2012
24/05 - São Paulo 1 x 0 Liverpool, final do Mundial de 2005
31/05 - Deportivo Cali 1 (3) x (4) 2 Palmeiras, final da Libertadores 1999
07/06 - Santos 2 x 1 Peñarol, final da Libertadores 2011
A cúpula da Globo deseja ardentemente que, a partir de 13 de junho, possa voltar a mostrar jogos ao vivo.
Tentar pagar as 65 partidas prometidas aos seis patrocinadores, que desembolsaram R$ 1,8 bilhão, Ambev, Casas Bahia, Chevrolet, Hypera Pharma, Itaú e Vivo.
Mas estão tendo de se contentar com um constrangedor festival de replays.
Com audiência cada vez mais baixa.
E com o jogo mais pedido, desprezado.
O 7 a 1 da Alemanha.
Vexame da CBF do ex-presidiário Marin.
E da sua parceira, a carioca Globo...
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