Galiotte acusa. Documentos da Blackstar são falsos
Documentos falsos fazem o Palmeiras desistir de vez da Blackstar. E vai renovar o patrocínio com a Crefisa
Cosme Rímoli|Do R7 e Cosme Rímoli
São Paulo, Brasil
Uma enorme derrota para Paulo Nobre, intermediário do empresário Rubnei Quícoli, que sonha voltar à presidência palmeirense, travando Leila Pereira.
Este foi o efeito caótico da investida da Blackstar para patrocinar o Palmeiras.
A situação é constrangedora.
Na luta eleitoral envolvendo Mauricio Galiotte e Genaro Marino, surgiu uma proposta de R$ 1,4 bilhão da empresa especializada em energia e que tem escritórios na Ásia.
Paulo Nobre foi procurado por Rubnei Quícoli, empresário que já tentou até comprar a arena palmeirense, mas não teve sua proposta aceita pela construtora W Torre. Nobre aceitou ser o intermediário, a pessoa que faria o elo entre o clube e a empresa.
Ele se envolveu na questão porque seria uma maneira de anular o poder de Leila Pereira, dona da Crefisa. Ela é sua inimiga mortal e será candidata à presidência do clube em 2021.
Nobre sabia que a Crefisa não teria como igualar a proposta de R$ 1,4 bilhão pelo patrocínio do clube por dez anos. E o apadrinhado de Nobre, o ex-vice presidente e candidato da oposição, Genaro Marino procurou diversos conselheiros antes da eleição. Garantiu que, se fosse eleito, esse dinheiro todo estaria garantido.
Mesmo assim, a oposição perdeu. Mas chegou a surpreendente 40% dos votos. Quícoli não sossegou. Disse que iria apresentar oficialmente a proposta a Galiotte e ele 'teria de aceitar' pelo bem do Palmeiras.
Só que o dirigente tinha sérias dúvidas sobre a origem do dinheiro da Blackstar. Mandou que seu departamento jurídico formulasse um questionário que a empresa teria de responder oficialmente até a sexta-feira, dia 14. Eram 19 questões. A esmagadora delas inquirindo de onde vinha o dinheiro.
Pelo apoio que deu a Quícoli, Paulo Nobre sofreu severa derrota no Palmeiras
Pelo apoio que deu a Quícoli, Paulo Nobre sofreu severa derrota no Palmeiras
Reprodução/Instagram
Quícoli se mostrou indignado.
Não só não respondeu.
Como publicou uma carta aberta a Galiotte.
Ele mostrou destempero inacreditável.
Chamou Galiotte de 'covarde' e 'patético'.
Foi além e atacou também a Crefisa.
Galiotte já havia desistido do patrocínio e preferiu seguir com a Crefisa, como antecipou o blog.
Com a carta aberta, o dirigente palmeirense considera que tudo está resolvido.
Não há negócio com Quícoli.
E ainda avalia se o processará ou não.
O prejuízo político é todo de Paulo Nobre.
Galiotte e membros do Conselho de Orientação Fiscal e da cúpula do Conselho Deliberativo alegam de Quícoli tem esse espaço enorme na mídia por conta de Paulo Nobre.
E o enxergam perturbando o ambiente palmeirense.
A situação está mais do que decidida.
A proposta da Blackstar não será avaliada.
Quícoli está livre pra levar o R$ 1,4 bilhão para onde quiser.
Corinthians ou Flamengo, como havia prometido.
Tudo o que aconteceu teve um efeito colateral.
Danoso para Nobre.
Mauricio Galiotte e Leila estão mais próximos.
E deverão anunciar a renovação de contrato com a Crefisa.
Por três anos.
Provavelmente, por R$ 100 milhões por ano.
O que já é uma quantia exorbitante pelo uniforme do clube.
Virou uma questão de honra para Galiotte...
(E ele comprovou o que o blog antecipou.
Galiotte acaba de dar uma entrevista ao Sportv mostrando os documentos que a Blackstar apresentou. Entre eles a garantia de pagamento por parte do HSBC. O banco assegurou que a empresa nunca foi sua cliente.
O presidente do Palmeiras afirmou que não haverá qualquer conversa. Não negocia com empresa que, de acordo com ele, falsifica documentos.
"Neste momento o Palmeiras encerra qualquer tipo de diálogo, por total falta de credibilidade. O Palmeiras foi buscar junto ao banco. Acabamos de receber uma carta do banco HSBC dizendo que os documentos apresentados ao Palmeiras são falsos", declarou o dirigente.
Ele também revela que o capítal atual da empresa é de apenas R$ 5 mil.
Acabou a história.
O Palmeiras seguirá com a Crefisa...)
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