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Cosme Rímoli - Blogs

‘Futebol é usado como alienação pelos governos. A Copa de 70 serviu para disfarçar os abusos da Ditadura Militar.’ Heródoto Barbeiro

O comunicador com maior conteúdo histórico e filosófico da mídia brasileira. Aos 78 anos, ele conviveu com a Censura, com a Ditadura, com a Redemocratização, com a frustração de vários governos deste país. E o uso constante do esporte para distrair a população

Cosme Rímoli|Cosme RímoliOpens in new window

Pelé e Jairzinho comemoram a conquista da Copa de 1970. Governo brasileiro usou a conquista do Mundial como propaganda Instagram/Pelé

Historiador, jornalista, professor, apresentador, advogado, monge.

Heródoto Barbeiro aprendeu a ter uma visão profunda, que vai muito além, do futebol, do esporte.

Principalmente no Brasil.

“Neste país e, como em todos, se repete o que acontecia no Império Romano.


A população precisa de pão e circo.

“E o esporte entra como circo, como alienação para que as pessoas possam viver. E muitas vezes, ficarem distraídas do que realmente acontece no governo.


“O esporte é usado até como propaganda ideológica. Foi assim na antiga União Soviética, cada vitória sobre os países capitalistas era política. “Assim também como quando os Estados Unidos vencem nas Olimpíadas, é ao contrário. “Hoje, a China faz isso muito bem.

“Vi o uso absurdo do grupo terrorista Setembro Negro fez da Olimpíada de 72, na Alemanha, matando atletas judeus inocentes. Para aproveitar os holofotes da Olimpíada. “Apesar compreender perfeitamente como o esporte é utilizado pelos governantes, não dá para se isolar do mundo. E racionalizar tudo.


“Entendo que acontece com os nossos dirigentes, mas não deixo de ser corintiano, de verdade! “O homem não é só levado pela inteligência. “Mas também pela paixão, futebol é paixão, emoção, competição. Está na nossa essência.” Heródoto tem o maior prazer em ensinar, desvendar, contextualizar os acontecimentos do mundo. Faz isso com maestria. Esse dom vem desde quando o office boy descobriu o dom para ser professor, há mais de 60 anos. Esse prazer de ensinar passou para a Comunicação.

Professor de cursinho, entrou para o rádio, sua paixão. Do rádio para a televisão. E desde então, jamais parou de seguir a sua missão, que é muito nobre. “Eu não só ‘dou’ a notícia. Faço questão de explicar o que ela vai mudar na vida da pessoa. E quem assiste entenda um pouco melhor o mundo onde vive.”

Heródoto confessa que, muitas vezes, se deixou levar pela empolgação do esporte. “Acreditei que a Copa (de 2014) e a Olimpíada (2016), em seguidas no Brasil, seriam marcos para o país. Trouxessem progressos. Não fossem apenas usadas. Mas elas aconteceram e não deixaram legado algum.”

Heródoto também desvenda um velho tabu. O de que os jornalistas brasileiros se deixaram alienar pela conquista da Copa do Mundo de 1970.

E, em plena Ditadura Militar, com extrema e violenta repressão, os repórteres só queriam celebrar Pelé, Rivellino, Gerson, Tostão... “Nada disso. Os jornalistas brasileiros ficaram felizes pelas conquistas. Mas não perderam a noção do que acontecia no país. Havia a censura, que impedia os repórteres de escrever sobre os exageros. O risco era ser preso, sumir, morrer.

“A conquista do tri mundial foi muito bem usada pelo governo militar, eu não tenho a menor dúvida.” Um dos pais da CBN, como rádio que ‘toca notícia’ 24 horas, viu a morte da rádio Globo, de São Paulo. Passou pela Jovem Pan, pela CBN. Marcou época na TV Cultura. Na apresentação do Roda Viva.

É contratado pelo portal R7.

Segue também traduzindo, as cada vez mais incompreensíveis, notícias, na rádio Novabrasil.

"Os jornalistas não foram coniventes com a Ditadura Militar. Só não podiam escrever, com o risco de prisão, de desaparecerem Record News

Aos 78 anos, transborda energia e sapiência. Heródoto não foi entrevistado.

Deu apenas mais uma aula na sua vida.

E ajudou a traduzir muito do que vemos.

Mas não enxergamos...

Cada semana o Canal do Cosme Rímoli apresenta um personagem ligado ao Esporte.

Dos mais diferentes seguimentos.

É uma parceria com o R7.

São mais de nove milhões de pessoas que assistiram às mais de 100 entrevistas...



Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.

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