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‘Futebol é assim. Se você não faz gol, é o pior do mundo. Se faz, é o melhor.’ Ele fez três, ontem. Vitor Roque mostra que os R$ 160 milhões gastos valeram a pena. Goleada sobre o Internacional

Jogador de 20 anos, pela primeira vez, marcou três gols pelo Palmeiras. Foi impiedoso na goleada por 4 a 1 contra o Internacional. Marcou de cabeça, de pé esquerdo, de pé direito. Direção aliviada: é o artilheiro que a torcida implorava

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Vitor Roque finalmente ganhou a confiança, que tanto precisava. Três gols e admiração dos companheiros de time Cesar Greco/Palmeiras

“Eu pedi para eles (companheiros de time) assinarem a bola.

“Só falta o do Weverton, que não achei. Sem eles, eu não teria marcado os gols.

“Preciso exaltar toda a equipe, que vem trabalhando e sempre me deu apoio no momento ruim e agora no momento bom.

“Somente agradecer. Marcar três gols dá muito confiança. Estou muito feliz. Agora é focar na semana e trabalhar com humildade.”


Vitor Roque era o retrato da felicidade.

O atacante de 20 anos teve o direito de levar a bola do jogo de ontem entre Palmeiras e Internacional.


Um privilégio para poucos.

Reservado para quem marca três gols em uma partida.


E ele foi o principal personagem no massacre palmeirense diante da perdida equipe gaúcha.

4 a 1 foi pouco.

E porque chegou a ordem de Abel Ferreira para o auxiliar João Martins, que estava no banco de reservas, comandando o time.

Os jogadores foram poupados para quarta-feira, o primeiro jogo das quartas da Libertadores, contra o River Plate.

O treinador português, para variar, estava suspenso pelo terceiro amarelo.

Uma rotina, para quem completou 77 cartões. 69 amarelos. E oito vermelhos. Em quatro anos e 11 meses de Palmeiras. Um recorde absoluto no futebol brasileiro.

Mas Abel tem direito a este pecado.

Ele segue sendo o melhor treinador da história do Palestra Itália. E foi preciso na montagem da equipe, mesmo com os quatro dias de folga a mais que teve, em relação aos jogadores. Precisava estar com sua família em Portugal.

Felipe Anderson voltou a jogar bom futebol. Com espaço, foi excelente. Um dos pilares da goleada do Palmeiras Cesar Greco/Palmeiras

E o Palmeiras massacrou um dos piores times do Internacional nos últimos anos. Não é por acaso que Roger Machado está por um fio. Se perder o Grenal, no próximo domingo, no Beira-Rio, a demissão é garantida.

Roger montou sua equipe aberta demais na intermediária, queria surpreender no gramado sintético do Allianz Parque. Abel previu, montando os palmeirenses para contragolpes velozes, mortais. Felipe Anderson jogou muito bem, na articulação, com Maurício poupado para a Argentina.

Estratégia que deverá ser repetida em Buenos Aires, daqui três dias.

E encontrando Vitor Roque na sua partida mais inspirada, desde que teve 80% dos seus direitos, comprados por 25,5 milhões de euros, cerca de R$ 160 milhões.

Contratação cercada de desconfiança, pelo péssimo futebol que mostrou na Espanha. Abel percebeu que ele precisava de confiança e de um companheiro de área, para abrir espaço, atrair a marcação adversária. E ele ter espaço para concluir, sua melhor qualidade.

A felicidade estampada nos rostos de Vitor Roque e Lucas Evangelista Cesar Greco/Palmeiras

“Desde que cheguei ao Palmeiras, eu não vinha desempenhando o meu melhor futebol. Comecei a trabalhar. Trabalhar em silêncio. Estou muito feliz com essa volta por cima. Foi trabalho. Continuei trabalhando, tentando melhorar o máximo que eu podia. E agora estou vivendo um grande momento com a camisa do Palmeiras.”

E foi assim ontem no Allianz.

Marcou de pé esquerdo, de pé direito e de cabeça. Com todo espaço possível. Lucas Evangelista marcou o seu. Todos no primeiro tempo. E Carbonero descontou no segundo tempo.

4 a 1.

Em meio a festa, o desabafo de Vitor Roque.

“Futebol é assim, se você perde um gol, você é o pior do mundo. Se você faz, você é o melhor do mundo. Então, é tentar ter resiliência. Venho conversando bastante também com a psicóloga. Isso tem me ajudado bastante.”

Ele revelou as sessões com a psicóloga, do Palmeiras, Gisele Silva. Tendo como empresário André Cury, ele também conversou com um psicólogo que atendeu Yuri Alberto, agenciado por Curi.

Em 36 partidas, Vitor Roque já participou de dez gols. Marcou seis e deu quatro assistências. E se tornou cada vez mais peça fundamental no time.

O artilheiro, que tanto a torcida implorou para a presidente Leila Pereira comprar.

Flaco López, Vitor Roque e Facundo Torres. O ataque letal do Palmeiras Cesar Greco/Palmeiras

No Palmeiras, ninguém comenta abertamente, mas o plano é vender Vitor Roque, de volta para a Europa, com lucro.

Daqui dois ou três anos.

Abel Ferreira está trabalhando muito para desenvolver o potencial diferenciado do jogador.

Vale destacar também a harmonia entre ele e os demais companheiros de time.

Eles celebraram muito quando ele chegou com uma das bolas da partida, privilégio para quem marca três gols.

“Teve muita festa no vestiário, principalmente pela vitória. A terceira comemoração foi por não esperar marcar três gols. Eu estava até falando na entrevista que eu tinha pedido a Deus um gol, mas Deus me abençoou com três. Somente agradecer a Deus e a todo a equipe.

“É um dos meus melhores momentos (no Palmeiras). Eu vivi também no Athletico, mas aqui pode ser um dos melhores momentos.”

Foram estes ‘momentos’ que o levaram para a Europa, por 40 milhões de euros, cerca de R$ 251 milhões.

Quantia mínima que o Palmeiras espera pedir pelo artilheiro.

Daqui dois ou três anos...

Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.

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