Fraca Argentina vence. E escapa do Brasil. Pior para o time de Tite
Dá pena ver Messi em um time tão ruim e mal treinado. Vitória contra Qatar levou o time para as quartas. E sem favoritismo enfrentará a Venezuela
Cosme Rímoli|Do R7 e Cosme Rímoli
Porto Alegre, Brasil
Arena do Grêmio
A Argentina se salvou do vexame.
Está classificado para as quartas-de-final da Copa América.
Mesmo jogando mal, o time de Messi conseguiu se impor diante de um adversário ainda pior e, com medo do tradicional argentino. Vitória por 2 a 0 que fez a equipe terminar em segundo no grupo B.
A Argentina estará no caminho do Brasil na quinta-feira, aqui em Porto Alegre, como Tite temia.
Não nas quartas.
Talvez na semifinal.
Só que se o treinador brasileiro assistir com calma ao vídeo do jogo de hoje, ele tem de lamentar não enfrentar os argentinos já.
A equipe do interino Scaloni tem mostrado péssimo futebol.
A impressão de que a Argentina, finalmente faria uma grande partida, durou exatos dez minutos.
Bastou passar o nervosismo absurdo que dominava os qatarianos no início do jogo. E eles perceberam que não estavam diante de '11 Messis'.
Longe disso.
Foi muito clara a crise técnica, tática e psicológica que domina a Argentina. Uma das seleções mais tradicionais do mundo entregue a um treinador interino, especialista em trabalhar com garotos. E que todos na AFA, inclusive Scaloni, sabe que o lugar de treinador do selecionado principal não deveria ser dele.
A Argentina tinha a obrigação de ganhar do Qatar para se classificar. Fazia campanha pífia, sendo o último colocado no grupo B.
O espanhol Féliz Sánchez montou um esquema básico de 4-5-1. Havia uma preocupação em marcar, travar Messi na intermediária. E tentar os contragolpes em velocidade. Ele sabia do frágil sistema defensivo argentino. Composto por jogadores ruins e pessimamente colocados em campo.
Otamendi e Foyth atuam em linha. São lentos e faltosos. Saravia e Tagliafico têm dificuldade em atacar. E quando tentam, deixam brechas às suas costas.
Paredes, De Paul e Lo Celso dão muito espaço e mostram falta de senso de cobertura. Auguero e Martínez são limitados, confusos, de pouca movimentação.
Tudo depende de Messi.
O meia precisa dar suas arrancadas, suas infiltrações, seus arremates inesperados. O cinco vezes melhor do mundo está ilhado. Cercado de jogadores fracos e mal distribuídos em campo.
O que o camisa 10 argentino não assumirá jamais é que está cansado.
Ele fará 32 anos amanhã.
Vem de uma temporada instável. Com muita cobrança. Fracasso na Champions League que o Campeonato Espanhol não compensou.
Na arena do Grêmio, o Qatar, que veio para a Copa América ganhar experiência para o Mundial de 2022, entrou em campo tenso, com medo da camisa da Argentina.
E nos dez minutos iniciais se comportou de maneira lastimável. Principalmente seus defensores, encantados por ter Messi rondando a área.
Os argentinos não tiveram nem de se esforçar. Os erros por falta de controle psicológico, falta de intercâmbio, se materializaram.
Hisham foi melhor do que Messi. Afobado, foi sair jogando e deu uma assistência incrível para o fraco Lautaro Martínez. Ele não teve coragem de perder o gol.
Argentina 1 a 0, aos três minutos.
Durante outros sete minutos, os argentinos tiveram a chance de golear, tamanha a falta de confiança qatariana. Mas o gordo Higuain perdeu gol incrível. Assim como o afobado Martínez. Messi seguia muito marcado.
Quando o medo passou, o Qatar percebeu que o time sul-americano era muito fraco para envergar a camisa da Argentina.
Acordou para a solidão de Messi.
E começou a articular seus contragolpes, travar o adversário. Criar coragem de jogar futebol.
Embora tenha permitido nove arremates no primeiro tempo, o Qatar conseguiu dois. Um perigosíssimo. Al Hajri acertou cobrança de falta na trave direita de Armani.
O segundo tempo seguiu na mesma toada. Com a Argentina tentando pressionar, mas demonstrando ser equipe pessimamente treinada. Deixando muito espaço entre os setores.
Os qatarianos seguiam presos, buscando contragolpes. Mas faltava talento, técnica. Só tinham correria. A Argentina oferecia espaços. Só que a troca de passes e arremates não incomodavam. Time fraco demais.
O cansaço foi dominando os dois times.
E em uma falha incrível de concentração, a defesa qatariana deu enorme espaço para Aguero. Ele invadiu a área como quis e chutou forte, sem chance de defesa para Alsheeb.
2 a 0, aos 36 minutos.
A partida horrorosa estava decidida.
O Qatar está eliminado.
E a Argentina vai enfrentar a Venezuela, sexta-feira, no Maracanã.
Se vencer e os brasileiros ganharem sua partida, o confronto entre os maiores rivais da América do Sul será no Mineirão, na semifinal.
Só que a Venezuela pode romper o que parece ser a lógica.
Principalmente se o time de Messi seguir tão mal...
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