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Cosme Rímoli - Blogs

Flamengo voltou a ser Flamengo, sem Tite. Coragem e técnica de volta, com Filipe Luís. Hugo deixou o Corinthians vivo na Copa do Brasil

Livre da indecisão de Tite, o Flamengo, com Filipe Luís, voltou a ter objetividade, intensidade. Correu riscos, mas imprensou o Corinthians. Marcou um gol, acertou duas vezes a trave e obrigou Hugo, seu ex-goleiro, a fazer quatro defesas sensacionais. 1 a 0 foi pouco demais

Cosme Rímoli|Do R7

Hugo evitou que o Flamengo goleasse o Corinthians no Maracanã Rodrigo Coca/Corinthians

“A gente está vivo, muito vivo, principalmente por decidir em casa. Demos uma aula de resiliência, o Flamengo é muito forte, ainda mais jogando aqui. Sofremos e fomos resilientes. Fiz algumas defesas, mas estou aqui para isso. Agora, vamos decidir em casa e, se Deus quiser, vamos buscar a classificação.”

Goleiro Hugo, do Corinthians.

“O resultado poderia ter sido mais amplo a favor do Flamengo, mas eles tiveram chances que não concretizaram. Nos deram a possibilidade de ganhar uma revanche. Creio que foi positivo porque poderia ter sido mais amplo. Tivemos três ou quatro chances, não aproveitamos. O resultado nos permite estar vivos para o que virá.”

Ramón Díaz, técnico do Corinthians.


Os dois personagens fundamentais da primeira partida da semifinal da Copa do Brasil foram precisos.

Reconheceram o domínio do Flamengo, livre da falta de rumo de Tite.


Com Filipe Luís, o time carioca, muito mais objetivo, vivo, sem toques de bola para o lado, imprensou o Corinthians.

Principalmente no primeiro tempo.


No total foram 20 arremates a gol.

Com direito a Alex Sandro marcar.

E ainda a Bruno Henrique e De La Cruz balançarem o travessão de Hugo.

O Corinthians deveria ter ido para o intervalo perdendo por, no mínimo, 3 a 0.

Não só por 1 a 0, gol do lateral esquerdo, aos 31 minutos, ironicamente em uma bola defensável, que Hugo permitiu que entrasse, em um chute quase da linha de fundo, no seu canto.

Alex Sandro comemora com Gabigol. Flamengo renascido Marcelo Cortes/Flamengo

Além do ânimo de o time carioca estar sem as amarras ultrapassadas de Tite, Filipe Luís mostrou ser seguidor, de verdade, de Jorge Jesus.

Ele conseguiu, em dois treinos, reeditar a maneira intensa e vibrante de o Flamengo atacar.

Em bloco, marcando pressão, com suas linhas adiantadas.

Enquanto o time teve fôlego, o rendimento foi excelente.

Facilitado pelo Corinthians entrar aberto, com suas linhas espaçadas.

E deixando seu time com fraca marcação pelos lados do campo, onde o Flamengo criava à vontade.

Gerson teve enorme liberdade.

O que coincidiu com o pedido de Filipe Luís que entrasse a todo instante na área paulista.

Ele perdeu dois gols cara a cara com Hugo.

O goleiro saiu muito bem, mas faltou o mínimo de calma para o volante.

Com Ryan e Charles apenas na marcação das intermediárias, o Flamengo deitou e rolou.

Igor Coronado e Garro não marcavam, dois jogadores criativos.

Além disso, o Corinthians mantinha suas linhas espaçadas e baixas.

Atraindo o Flamengo para sua área.

Gabigol, livre da perseguição de Tite, fez sua quinta partida no ano.

E foi muito bem, se movimentou o tempo todo, abriu espaço, criou chances.

Teve um gol anulado por milímetros.

Parecia outro jogador, não o travado, que atuava inseguro, tenso, sob o comando de um treinador que não o queria.

O 4-5-1 do Corinthians não foi páreo para o Flamengo, que atuava no 4-2-3-1, com os setores se juntando quando o time tinha a bola do meio de campo para frente.

A expectativa era de goleada no segundo tempo.

Mas Ramón Díaz justificou seu salário.

E fez trocas mais do que necessárias.

Acabou o romantismo.

Trocou o meia Igor Coronado pelo volante de marcação Martínez.

E o volante Ryan pelo zagueiro Gustavo Henrique.

O Flamengo cansou.

Além de Filipe Luís demorar a perceber que o Corinthians, que escapou da goleada, era outro.

Tomava as intermediárias.

O jogo ficou mais equilibrado, com chances agudas também para os paulistas.

Romero, que vive excelente fase, acertou a trave.

Como Matheuzinho acertou a forquilha rubro-negra.

O jogo ficou muito mais emocionante.

Porque o Flamengo seguiu criando chances.

O Corinthians no 3-5-2 foi muito mais efetivo.

Ramón Díaz corrigiu Ramón Díaz.

Ficou um toma lá, dá cá mais que interessante.

Hugo seguiu bem demais e Rossi mostrou sua segurança.

No final da partida, justiça.

O Flamengo venceu.

Mas deixou o Corinthians vivo.

O que é um perigo.

Basta vencer por um gol de diferença e a vaga será decidida nos pênaltis, em Itaquera.

Ou vitória por dois gols, para decidir o título da Copa do Brasil.

Felipe Luís. Excelente troca do Flamengo. Técnico novo, mas que compreende que o Flamengo nasceu para atacar. Ao contrário do inseguro Tite Gilvan Souza/Flamengo

Já ao renovado Flamengo de Filipe Luís só bastará um empate na partida de volta.

Só que ele não é como time, especialista em esquemas acovardados fora de casa.

Resta saber quando a partida acontecerá.

O STJD analisará e dará o veredito.

Se aceitará que o jogo ocorra no dia 20, como a CBF, o Flamengo e a Globo querem.

Sendo antecipado ou não, a certeza é uma só.

O Corinthians segue mais do que vivo na Copa do Brasil.

1 a 0 Flamengo é um placar possível de ser revertido em São Paulo.

Basta Ramón Díaz perceber que está enfrentando o time mais técnico do país.

E que precisa ser anulado, marcado, travado para sonhar com a classificação à decisão da Copa do Brasil.

Infelizmente, para o Corinthians, Tite foi mandado embora.

Com o técnico, que fracassou em duas Copas seguidas, seria bem mais fácil para o time de Ramón Díaz...

Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.

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